Mesmo que represente a maior esperança diante da pandemia de Covid-19, um grupo de cientistas alerta que a vacina não fará a vida voltar ao “normal” imediatamente. Pesquisadores reunidos pela Royal Society, a academia britânica de ciências, afirmam em um novo relatório que precisamos ser “realistas”, já que mesmo após a confirmação de uma vacina eficaz, pode demorar até um ano para que a dose seja amplamente distribuída. Portanto, as restrições impostas para conter o vírus terão de ser gradualmente relaxadas.
Mesmo assim, o cenário é otimista, visto que mais de 100 vacinas estão sendo desenvolvidas em uma velocidade sem precedentes. Algumas destas vacinas podem começar a ser aplicadas ainda nesse ano, com a previsão do início da vacinação em massa para o ano que vem.
No entanto, será um longo processo, de acordo com o relatório da Royal Society. Segundo a chefe de engenharia química da Imperial College London, a vida não voltará ao normal de repente, assim que a vacina estiver disponível. Uma campanha de vacinação pode demorar de seis meses há um ano para que seja distribuída em larga escala.
Ademais, há questões relacionadas à produção destas vacinas, se haverá matéria prima suficiente para a produção em massa, assim como os frascos em que serão transportadas, além das condições ideais de transporte – como temperatura, já que alguns tipos de vacina precisam ser armazenadas a -80°C.
A aplicação em massa tende a sobrecarregar e se tornar um trabalho de tempo integral para os profissionais capacitados, uma vez que terá que ocorrer em um ritmo dez vezes mais rápido que a campanha anual contra a gripe. Os pesquisadores também relatam certa preocupação ao crescente movimento do grupo de pessoas que se recusam a tomar vacinas, e criam um dilema sobre a obrigatoriedade da vacina em prol da imunização da população como um todo.
