Acusado de matar namorada grávida vai ser julgado pela terceira vez

Rafael A.S, 35 anos, sentará no banco dos réus pela terceira vez na manhã do próximo dia 27 de agosto. Ele já foi condenado duas vezes por ter matado, por motivo fútil e meio cruel, a namorada Francielle S.O, 19, que estava grávida de seis meses dele. Ele pegou 23 anos no primeiro julgamento e 30 anos no segundo. Os dois julgamentos foram anulados após recurso da defesa.

O corpo de Francielle foi encontrado em novembro de 2015 na areia da Meia Praia, em Navegantes, com marcas de violência e sem parte das roupas. Ela morreu estrangulada. Rafael está preso na Canhanduba desde janeiro de 2016.

O advogado de Rafael, Manoel Roberto da Silva, conta que nas duas oportunidades, a defesa conseguiu anular o júri por questões técnicas. Mas diz que como o processo corre em segredo de justiça, não pode detalhar os motivos.

Pro terceiro júri, Manoel afirma que a expectativa é de conseguir a absolvição do acusado. “Estou convencido de que ele não cometeu o crime”, alega o advogado.

Pra Maristela Nunes, mãe de Francielle, passar de novo por um júri é ter que reviver a dor provocada pelo assassinato da filha. “Fica uma indignação. Passar de novo por essa tortura? A justiça tem que ser mais cruel com esse tipo de gente. Ele foi cruel com a minha filha!”, afirma.

A revolta, segundo ela, é que não haveria dúvida de que Rafael é o assassino de Francielle e a defesa só conseguiu a anulação por questões técnicas. “Ele matou e precisa ficar preso. Esse é um cara frio. Foi tudo calculado, fez tudo pensado. Um cara que volta pra casa, dorme tranquilo e no dia seguinte vai trabalhar na empresa que ela trabalhava, do tio dela, é muita frieza”, argumenta a mãe.

Na época do crime, Rafael estava separado da esposa com quem tinha dois filhos, uma filha de 10 anos e um bebê de cinco meses com a ex-mulher. Ele e Francielle trabalhavam na mesma empresa, que pertence ao tio da vítima, e estavam namorando. A conclusão das investigações é de que Rafael não aceitava a gravidez da namorada e por isso cometeu o assassinato.

Os julgamentos

Rafael foi condenado a 23 anos de prisão em julgamento que durou 16 horas e terminou na madrugada no dia 25 de março do ano passado. A família dele recorreu.

Na madrugada do dia 12 de dezembro de 2017 terminou o segundo júri popular do caso, que aumentou a pena de Rafael pra 30 anos de prisão. Além do homicídio qualificado, ele foi condenado por aborto.