A votação do projeto de lei que cria o programa Creche e Saúde Já da prefeitura de Florianópolis foi adiada para este sábado (21), às 16h, feriado de Tiradentes. A sessão extraordinária estava prevista para esta sexta-feira (20/4) na Câmara Municipal; no entanto, após uma reunião entre os vereadores, a data foi alterada. Do lado de fora do prédio, mais uma vez milhares de servidores em greve protestaram.
Havia um desentendimento entre os parlamentares quanto ao prazo para o PL 17.484/2018 ir a plenário. Na terça-feira (17), o caráter de urgência urgentíssima foi aprovado, o que daria três dias para o texto ir à votação, no caso sexta (20). No entanto, na quarta (18) o governo apresentou um substitutivo global ao projeto e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rafael Daux (MDB) fez um pedido de vistas ao documento. Logo, no entendimento de Daux, o prazo de três dias para o parecer dele terminaria no sábado.
— Para não desrespeitar o entendimento dele, nós resolvemos acatar, e a sessão será feita amanhã — sustentou o líder do governo na Casa, Roberto Katumi (PSD).
A oposição não gostou da data. O vereador Afrânio Boppré (Psol) afirma que faltou bom senso entre os colegas. Ele defendia a votação na segunda-feira. Para o socialista, a votação no sábado pode ter objetivo de enfraquecer o movimento grevista.
— Eu não descarto o objetivo de esvaziar a mobilização. Tem muita gente aqui na frente, hoje é a maior manifestação de todo esse período. Uma das razões é boicotar a mobilização dos servidores. Segundo, tem jogo do Avaí e a PM sempre tem dificuldades. E se dá problema lá e problema aqui, como é que fica? — questiona.
O programa do prefeito Gean Loureiro (MDB) prevê a contratação de Organizações Sociais para administrar a UPA Continente e novos postos de saúde e creches do município. Os servidores são contra o projeto, pois dizem que as OS abrem espaço para privatizações. Na terça, o desembargador Hélio do Valle Pereira determinou que todos os serviços de saúde e educação da cidade sejam retomados. O presidente do sindicato da categoria (Sintrasem), diz que os serviços essenciais estão sendo mantidos.
Fonte: Hora de SC