Brasil volta a registrar alta no preço da gasolina; veja como fica em SC

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O Brasil voltou a registrar alta no preço de todos os combustíveis fósseis na última semana. Os dados são do levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), divulgado nesta terça-feira (8). A pesquisa foi realizada entre 27 de fevereiro e 5 de março.

A gasolina comum subiu 0,2%, para média de R$ 6,577 o litro no país, com o maior preço registrado de R$ 7,859 o litro em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e o menor preço de R$ 5,579 o litro em Araras, em São Paulo.

Em Santa Catarina, de acordo com o relatório, a média é de preço é de R$ 6,486. A pesquisa foi realizada em 237 postos de combustíveis em 21 cidades do Estado.

Entre as cidades do recorte, Concórdia, no Oeste catarinense, foi quem apresentou a média mais alta: R$ 6,793.

A reportagem procurou o Sindipetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina) para comentar a situação, mas não obteve retorno até o fechamento do material.

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Florianópolis apresentou a média de R$ 6,532 em 34 postos da pesquisa. Na opinião de Joel Fernandes, vice-presidente do Sindópolis (Sindicato de Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis), o cenário é pouco animador para os próximos meses.

“Se continuar essa situação toda na [guerra] Ucrânia e o barril de petróleo continuar subindo a tendência é que a gente veja gasolina acima dos R$ 7 e se aproximando dos R$ 8 aqui na nossa região [de Florianópolis]”, avalia.

O que implica na alta do combustível?

De acordo com o economista, Maurício Mulinari, o preço do combustível no mundo vem em um cenário de elevação desde, no mínimo, o início de 2021.

“Isso acontece por conta de uma retomada da economia mundial após a grande derrubada que houve por conta do início da pandemia em 2020. Essa retomada encontrou um grau elevado de desorganização da economia mundial”, explica o profissional.

Com a deflagração da guerra na Ucrânia, esse processo de desorganização acaba se intensificando por três motivos. O primeiro é o fato de a Rússia ser um grande produtor de petróleo.

O segundo motivo é a adoção de sanções econômicas de boa parte dos países que compõeregistra o Ocidente em relação a Rússia. “Isso tem dificultado tanto a comercialização do petróleo no mercado mundial, quanto a própria produção”, avalia Mulinari.

“Esse conjunto de sanções acaba prejudicando desde a parte da compra e viabilização dos insumos para produção, máquinas e equipamentos, como tudo que envolve a extração do petróleo” completa.

Outro motivo, na opinião do profissional, é a política adotada pelo governo federal em relação aos combustíveis. “Há uma política de alinhamento imediato do preço do combustível vendido internamento ao preço do mercado internacional”, explica.

“Então, como vivemos um quadro onde se eleva o preço do combustível por conta de todas as questões da guerra e mercado e esse aumento é imediatamente passado pro mercado interno, esse quadro de elevação tende a se ampliar ainda mais”, conclui.

Ainda segundo Mulinari, a tendência é de elevação nos próximos meses, o que deve gerar grande impacto no bolso do consumidor. Por volta das 10h50 desta terça-feira, o preço do barril do petróleo tipo Brent, referência global, subia 4,52%, sendo cotado a US$ 129,39.

“Tanto para nós, consumidores, que precisamos colocar gasolina nos nossos carros, como no setor industrial e de transportes. Mercadorias como plásticos, materiais sintéticos, eletroeletrônicos, tem petróleo na sua composição, isso acaba encarecendo como um todo”, explica.

Questionado se o preço da gasolina poderia chegar a R$ 8 em Santa Catarina, o profissional afirmou que não é possível precisar esse tipo de informação.

“Depende inclusive do tamanho das sanções que a própria Rússia soltará amanhã (9) restringindo a comercialização das matérias primas produzidas por lá”, reforça.

Cenário internacional

Uma nova sanção contra o governo russo foi criada pelos Estados Unidos, para tentar pressionar o país a recuar das terras ucranianas. Nesta terça-feira (8), o presidente Joe Biden declarou que vai suspender as importações de petróleo, gás e energia da Rússia.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou a falta de ajuda ativa de outros países.

Em um pronunciamento para a TV americana, ao vivo da capital Washington, o político declarou apoio ao presidente da Ucrânia.

“Os Estados Unidos vão mirar na principal artéria da economia da Rússia. Isso significa que o petróleo russo não será mais aceito nos portos norte-americanos”, disse em pronunciamento.

Informações nd+