Câmara de Bombinhas une forças para combater a violência nas escolas

A Câmara Municipal de Bombinhas deu um passo decisivo para enfrentar o problema da violência no ambiente escolar, promoveu na ultima terça-feira (01), na sede do Poder Legislativo uma reunião para tratar sobre o crescente número de casos de violência nas escolas. O encontro, que começou às 13h30, reuniu professores, coordenadores, diretores escolares, políticos e demais autoridades, que buscam uma solução para os problemas enfrentados dentro e fora das escolas.

Durante o encontro foi criado o Conselho Intersetorial de Combate à violência nas Escolas. De acordo com o Presidente da Casa de Leis a criação desse conselho é de suma importância para estabelecer políticas sociais que sejam assumidas pelo poder público, legislativo e comunidade escolar para melhorar o convívio nas escolas e acabar com a violência no ambiente escolar.

 

Conforme a Secretária de Educação Fátima Brizola, o problema de violência nas escolas vem crescendo de forma a não ser mais uma questão para abordagem pedagógica somente, como era feito até poucos anos atrás pela orientação educacional, coordenação pedagógica acompanhamento da psicóloga com ajuda das famílias.

Atualmente os problemas sociais mostram que a desestruturação das famílias tem contribuído para o enfraquecimento do poder da escola. Muitos jovens entram na escola do crime seguindo exemplos de casa. As regras morais que garantem a vida em sociedade foram banidas por uma significativa parte dessas famílias.

“A Escola está de mãos amarradas perante alguns casos. Grupos de Adolescentes e jovens usuários de drogas, comumente ameaçam bater e destruir carros dos professores diretores, enfim, de todos que cobrem por algo errado que tenham feito. Depredam o patrimônio; prédios, cercas, portões, bebedouros, ônibus. Formam grupos de enfrentamento entre internos e externos, muitas vezes usam até arma branca, criam medo nos demais alunos também”, enfatiza a Secretária Fátima.

Além da abordagem pedagógica e acompanhamento de psicólogos, as escolas registram Boletim de Ocorrência na DP, porém, são raros os casos registrados, porque existe o medo de perseguição, uma vez que esses alunos, muitos deles são apoiados ou protegidos pelos pais, hoje a proteção aos infratores é superior e as medidas das penas socioeducativas e prestação de serviços não mudam as condutas, e eles quase sempre retornam fortalecidos.

O Coordenador do Conselho Tutelar, Daniel Messias, relata que o trabalho realizado por sua equipe é pautado na defesa da criança e do adolescente garantindo seus direitos. “Observamos que a violência nas escolas tem crescido nos últimos anos, precisamos chamar a atenção de toda a sociedade, pois é um problema que inclui a família, a rua, e reflete nas escolas, percebemos que os próprios pais protegem as crianças que causam a violência, é necessário a conscientização e participação de todos para combater essa triste realidade”.

Daniel ressalta que este ano o conselho tutelar foi acionado por diversas vezes, e que então entrou em contato com o legislativo para que a Casa do Povo reunisse os segmentos da sociedade para discutir a situação.  “Por muitas vezes no caso de violência ou algum delito cometido por estudantes, crianças ou adolescentes o conselho tutelar é acionado, vamos até a escola, assumimos a tutela do adolescente até que um adulto responsável chegue ao local. É feito toda a orientação ao adolescente e seu responsável e se necessário fizemos o devido encaminhamento”, enfatiza.

Valter Santos, Secretário da Assistência Social relata que são acionados  depois de uma ocorrência atendida pela PM ou pelo Conselho Tutelar de violência ou violação da lei por um adolescente ou até mesmo por uma criança, e então, em alguns casos,  se necessário o infrator será julgado e o Fórum emite uma punição, a Assistência Social irá fazer com que o infrator realize a prestação de serviços comunitários.

“Hoje no Município há 15 casos de adolescente que estão cumprindo a prestação de serviços comunitários, grande parte das infrações aconteceram nas escolas, os mais registrados são, de tráfico de entorpecentes. O caso de maior repercussão aconteceu há aproximadamente três meses, no Bairro José Amandio, quando dois estudantes adolescentes atearam fogo em um ônibus escolar. Os dois estão cumprindo medida sócio educativa e realizando serviços voluntários”.

Criado Conselho Intersetorial de Combate à violência

O Conselho foi criado com objetivo de combater a violência nas escolas públicas, é composto por membros das escolas estaduais e municipais, poder legislativo, assistência social e conselho tutelar.

“A criação do conselho é de suma importância para que possamos direcionar de forma deliberativa as ações que visam coibir o aumento da violência nas escolas, e também, orientar a família para que seus filhos tenham uma educação de qualidade”, enfatiza o Secretário de Assistência Social Valter.

Para Secretária Fátima Brizola a criação do conselho é uma necessidade.  “É uma ação de apoio e busca de soluções para o enfrentamento a esses problemas. É um olhar sensível para a necessidade de encarar uma realidade problemática que não afeta somente o segmento da educação escolar dentro do nosso município. As ações a serem empreendidas serão no sentido de criar políticas públicas de segurança para a cidade  e a construção de uma cultura de paz vivenciada por todos será nossa bandeira de luta”, ressalta Fátima.

O Presidente do Legislativo informa que a primeira reunião do conselho acontece na próxima segunda-feira (08), às 14h.“A violência é um problema social que está presente nas ações dentro das escolas, e se manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da moral dos cidadãos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários. Com a criação do Conselho vamos buscar coibir a violência nas escolas de forma efetiva, pois essa situação precisa acabar”.

Telma Lara

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