Com falta de leitos UTI-Covid no Oeste de SC governo transfere pacientes para outras regiões

falta de leitos UTI-Covid no Oeste de SC

A situação da falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid-19 no Oeste catarinense levou à transferência de pacientes da regiões para outras áreas do estado. Desde sexta-feira (5), uma pessoa foi levada de Chapecó para Itajaí e uma de Xanxerê para Lages, na Serra.

Há outros pacientes que aguardam transferências. O diretor-geral do hospital de São Miguel do Oeste afirmou que não é a primeira vez que o Oeste enfrenta lotação nos leitos de UTI-Covid

De acordo com o painel de leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS), atualizado pelo governo do estado nesta segunda-feira (8), a região está sem vagas para adultos. Levando em conta Santa Catarina inteira, a ocupação é de 67,27% para leitos de UTI Covid para adultos.

Santa Catarina tem ao todo 595.952 casos confirmados de Covid-19, com 6.557 mortes. Os números são do boletim do governo do estado divulgado na noite desta segunda-feira (8).

Transferências

O Hospital Regional São Paulo, de Xanxerê, informou que um paciente com Covid-19 foi transferido para Lages na sexta por via terrestre, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Até 15h desta segunda, duas pessoas com a doença aguardavam para serem levadas para outras regiões. Elas precisam de uma vaga em UTI-Covid.

Em Chapecó, um paciente transferido do Hospital Regional do Oeste no domingo (7) marcou o início de uma operação especial para levar mais pessoas da região para outras unidade hospitalares do estado, informou a Secretaria de Estado da Saúde.

O paciente foi levado pelo avião do Corpo de Bombeiros até o aeroporto em Navegantes, no Litoral Norte, e depois foi encaminhado por via terrestre ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí.

Situação do Oeste

O Superintendente de Serviços Especializados e Regulação, Ramon Tártari, afirmou que existem vagas disponíveis em diversas regiões do estado, mas o Oeste enfrenta problemas com a falta de vagas para UTIs Covid para adultos.

“Iniciamos essa operação que visa a busca de vagas em outras regiões e o uso do serviço aeromédico para maior agilidade nas transferências inter hospitalares”, afirmou o superintendente.

No Hospital Regional do Oeste, são 35 leitos de UTI-Covid. No Hospital Regional São Paulo, são 15. No Hospital São José de Maravilha, há um único leito de UTI-Covid. Por fim, no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, em São Miguel do Oeste, são 18 leitos de UTI para pacientes com a doença. Essas alas são separadas das demais Unidades de Terapia Intensiva dos hospitais para que não haja contaminação.

O diretor-geral do Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, Rodrigo Lopes, lembrou que não é a primeira vez que a região enfrenta dificuldade com a falta de leitos de UTI-Covid

Conforme o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), a situação da Covid-19 piorou na cidade há duas semanas. Ele acredita que esse aumento no número de pacientes possa estar relacionado com o veraneio.

O diretor-geral Rodrigo Lopes explicou o que ocorre na situação de falta de vagas nos hospitais. “Quando não houver mais leitos de UTI disponíveis em São Miguel do Oeste, o paciente vai chegar, ele vai ser atendido no pronto-socorro, receberá todo o atendimento médico. Se necessário leito de UTI e não disponível no hospital, nós informamos a Central de Regulação do estado. Então a central faz a regulação de todos os leitos de UTI do nosso estado, e ela vai direcionar esse paciente para o leito de UTI mais próximo que tiver”.

A direção do Hospital São José de Maravilha afirmou que desde dezembro a UTI está sempre com ocupação de mais de 80%. Já a direção do Hospital Regional São Paulo, de Xanxerê, não se manifestou sobre a situação da UTI-Covid no local.

Respiradores em Chapecó

Na noite de quinta (4), Chapecó recebeu 10 respiradores pulmonares feitos pela empresa catarinense WEG, informou a prefeitura. A ideia é abrir 10 novos leitos de UTI-Covid no Hospital Regional do Oeste.

A prefeitura informou nesta segunda que verifica a questão dos profissionais de saúde que vão trabalhar nessa nova ala, que deve começar a funcionar ainda nesta semana. Foi montada uma comissão com representantes do município e do hospital para ver os detalhes para a abertura.