A única foto da ocorrência foi tirada quando a criança estava estabilizada e com a equipe de suporte avançado do Samu – Foto: Soldado BM Zonato / CBMSC
Entre todas as felicitações pelo dia 26 de setembro, dia do Bombeiro catarinense, uma foi mais que especial: salvar uma vida. Passava das 13h, de terça-feira, 26, quando um casal em pânico entrou no Centro de Ensino Bombeiro Militar, no Bairro Trindade, em Florianópolis. Nos braços, o filho de um ano e três meses, inconsciente e em parada cardiorrespiratória (ausência de pulso cardíaco e de respiração), já aparentando cianose (extremidades da boca, dos olhos e dedos das mãos e pés na cor roxa).
Ao se aproximar do casal, a aluna sargento Krueger recebeu a criança e a levou para dentro de uma sala do Centro de Ensino. Imediatamente, ela começou a fazer o procedimento de reanimação cardíaca e respiratória. Ao lado dela, estavam os sargentos BM Amorim e Jacymir. Nas primeiras compressões torácicas e ventilações a criança voltou a ter pulso, a respirar e logo abriu os olhos.
“Hoje também é aniversário da minha filha e tive a oportunidade de poder ajudar uma mãe,” disse a bombeira Krueger, emocionada.
Ela e os sargentos que atenderam a ocorrência são instrutores de atendimento pré-hospitalar do Centro de Ensino da corporação.
“É estar no momento certo, na hora certa. Algumas coisas não têm explicação”, completou o sargento BM Amorim, que fará 30 anos de serviço no ano que vem.
“Foi tudo muito rápido. Na hora a gente só pensa em agir. Só nos concentramos na vítima e em tentar buscar a vida”, concluiu o Sargento Jacymir.
Só depois de tudo os bombeiros descobriram que o menino estava fazendo reabilitação numa clínica de fisioterapia próxima ao Centro de Ensino, quando teve um quadro convulsivo e perdeu os sentidos, progredindo para parada respiratória e cardíaca. Ele sofre de uma doença degenerativa.
Saiba como agir em situações semelhantes:
A manobra de RCP- Reanimação Cardiopulmonar é uma sucessão de procedimentos padronizados para, artificialmente, manter pulsação cardíaca (através de compressões torácicas) e respiração (através de boca-a-boca ou dispositivo de ventilação) de uma vítima que está parada, até que sejam restabelecidos os batimentos e a respiração ou que uma equipe mais qualificada tenha tempo de chegar na cena da emergência.
Há diferenças de procedimentos para as idades das vítimas e para cada situação.
Ao perceber que uma criança (idade entre 1 e 8 anos) está inconsciente, não apresenta movimento respiratório ou respira de forma muito dificultosa (Gasping) acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 e comece a agir.
– Coloque a criança sobre uma superfície rígida;
– Abra a boca e certifique-se de que não há nada obstruindo as vias aéreas;
– Eleve o queixo de forma a abrir as vias aéreas;
– Feche as narinas da criança, posicione a sua boca sobre a boca da criança, sopre 2X (empurrando ar para dentro do peito da criança) o suficiente para perceber elevação do tórax (cerca de 1 segundo).
Veja se ela voltou a respirar. Caso não, recobre a respiração, inicie as manobras de massagem cardíaca.
– Exponha o tórax da criança, localize a região central (linha mediana entre o pescoço e início do abdomen), posicione uma das mãos sobre esta área;
– Inicie 30 compressões torácicas (comprimindo o torax cerca de 5cm) seguidas de 2 ventilações. Repita este procedimento (30×2) por 5 vezes;
– Avalie se houve retorno da pulsação;
– Caso não tenha retornado a pulsação repita o processo de 5 ciclos de 30 compressões por 2 ventilações e volte a avaliar se há pulsação;
– Mantenha estas manobras até o retorno da pulsação e da respiração ou até a chegada de suporte médico ou dos Bombeiros;
– Para bebês menores de um ano, a compressão do tórax é realizada com apenas 2 dedos. Em adultos, com ambas as mãos posicionadas uma sobre a outra;
*Colaborou o Tenente Coronel Helton de Souza Zeferino, comandante do 1°BBM, coordenador de APH do CBMSC.