“Ser Desbravador é um estado de espírito, um jeito de viver e de fazer as coisas de maneira diferente, especial, divertida e útil para as pessoas”. Esta foi a definição que uma juvenil de 11 anos disse sorrindo, apesar da dentição ainda em formação (por isso pediu para não publicar sua foto e nome), expressando assim o que sente em ser membro do Clube dos Desbravadores enquanto mexia na terra que junto a outros juvenis requalificavam a pequena horta da Escola Estadual Maria Rita Flor que cede suas instalações para as reuniões semanais da entidade.
O que leva um menino ou menina na faixa etária de 10 a 15 anos sair da cama nos domingos antes da 8 h da manhã para irem a pé, bicicletas ou de “carona” com os pais e participarem por mais de duas horas e meia de palestras, exercícios de “ordem unida”, brincadeiras em equipes ou atividades de prestação de serviços voluntários? Como sentem-se atraídos por coisas tão simples num tempo de uso massivo de alta tecnologia? Como conseguem ficar animados usando apenas a mente e o corpo durante tanto tempo? Parece um paradoxo se levarmos em conta que esta geração vive sob uma superproteção familiar e alguns sem os limites necessários tornam-se voluntariosos e indisciplinados até mesmo no ambiente escolar. Mas porque gostam tanto deste projeto que vai na contramão de tudo isso?
“Segundo a Dra. Thaiza Ortiz Oliveira Ávila, psicóloga com larga experiência em comportamento infantil, “a criança gosta de limites, de sentir-se amparada nas tarefas e principalmente ser incentivada a vencer desafios pelos seus próprios méritos. Comete um erro crasso quem pensa que “dar tudo o que o filho pede” irá ajudá-lo. A falta de limites, de regras, desafios e principalmente de ouvir um “não” de vez em quando irá moldar o seu caráter de forma indelével preparando-o para a vida. A educação saudável é um ato de amor incondicional dos pais para com as crianças”.
Nas reuniões do Clube são feitas oficinais de atividades manuais além da ordem unida. Desta forma são trabalhadas “especialidades” distribuídas nas seguintes modalidades: atividades domésticas, área de saúde, natureza, arte de acampar, ofícios diversos totalizando cerca de 250 botons diferentes. E tem os acampamentos ou caminhadas ao ar livre onde outros ensinamentos são ministrados.
Por isso ser desbravador é viver intensamente, aprender o tempo todo e ser útil sempre que preciso ou for chamado. Entre os eventos do Clube dos Desbravadores está a realização do CAMPUNI Regional entre os dias 12 e 14 de outubro envolvendo as três unidades do Desbravadores de Bombinhas (Quatro Ilhas – Bombas, Ilha do Arvoredo – Zimbros e Água Marinha – Canto Grande) irão acampar junto com outros 20 Clubes da Região Costa Esmeralda num sítio na cidade vizinha de Canelinha.
Nem a previsão de tempo chuvoso arrefece o ânimo destes intrépidos juvenis. Estão previstas muitas brincadeiras ao ar livre, competições alternadas com momentos de louvor, meditação, atividades educativas e acima de tudo o fortalecimento do companheirismo que criarão amizades que seguirão pelo resto da vida de cada um deles. Dia da Criança também é dia de ser diferente e viver diferente. Feliz dia da Criança Desbravadora!!!
Bombinhas, 11/10/2018 – Erson Leal Ramos – Jornalista MTE 15.779/RS – Texto e Fotos
Legendas das Fotos:
Foto 1 – Desbravadores e Líderes revitalizando a horta da Escola Maria Rita Flor
Foto 2 – Líder Desbravador consertando rodízio do portão lateral Escola Maria Rita Flor
Foto 3 – Desbravadores e Líderes revitalizando a horta da Escola Maria Rita Flor
Foto 4 – Palestra de Wilson Zambardino sobre cuidado com cães;
Foto 5 – Fogo e cozinha campeira – atividades ao ar livre
Foto 6 – Brincadeira que testa o equilíbrio e o trabalho em equipe