A Univali iniciou, nesta semana, a segunda etapa dos estudos sobre os briozoários e diatomáceas, espécies exóticas que, nos últimos anos, estão mais frequentes na orla da Praia Central. Na tarde de quinta-feira (21), na Secretaria do Meio Ambiente (SEMAM), ocorreu a primeira reunião desta segunda fase.
Realizados pelos docentes do curso de Oceanografia, os estudos irão subsidiar ações por parte da Prefeitura com relação a esses organismos marinhos e dão sequência ao trabalho desenvolvido desde o ano passado pela Secretaria do Meio Ambiente (SEMAM) e Univali. Na reunião, ficou acertado que os pesquisadores serão informados pela empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento, em tempo real, sobre o surgimento de quaisquer organismos marinhos em grande quantidade na praia. De acordo com o oceanógrafo Charrid Resgalla, professor do curso de Oceanografia da Univali, os organismos serão coletados para análises fisiológicas.
Nesta nova fase, será feita a modelagem da enseada, que é uma maneira de prever como a água circula dentro da enseada. No começo, os trabalhos serão mais teóricos. A SEMAM enviará aos pesquisadores os estudos relacionados ao engordamento da faixa de areia. Daqui a três meses devem ocorrer as atividades de campo.
“Esse estudo é um passo importante para termos um diagnóstico ambiental da nossa enseada, que precisa de ações concretas. Esperamos que, após esses estudos, tenhamos um caminho para resolver o problema que atinge a Praia Central”, diz o secretário do Meio Ambiente, Ike Gevaerd.
Em janeiro de 2018, começaram os estudos para identificar onde estão fixados os briozoários e diatomáceas, em parceria entre a SEMAM, Univali e Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Para isso, os pesquisadores usaram embarcação e o equipamento Trenó Oceanográfico de Reboque (TOR), que fez filmagens do fundo do mar. Mergulhadores também auxiliaram. Até o momento, não foram localizadas as colônias de diatomáceas e briozoários no fundo do mar.
Quando surgem na areia, os organismos estão desprendidos das colônias e mortos. As arribadas de diatomáceas e briozoários (quando eles aparecem na praia) foram vistas pela primeira vez em Balneário Camboriú em 2004.
Ainda não se sabe o que causou o surgimento desses organismos, que não são nativos das praias da região. Eles não causam problemas à saúde. No entanto, geram mau cheiro e, por isso, são recolhidos pela Empresa Ambiental.