
O consumo de gás natural em Santa Catarina teve uma queda de 36% no mês de dezembro de 2022, no comparativo com o mesmo mês do ano anterior. Na média acumulada do ano, a redução do consumo atingiu a 10%.
Dado considerado preocupante, pois indicativo de redução da produção industrial. Metade do PIB industrial tem o gás natural como principal energia.
Um dos motivos principais nesta queda brusca está na tarifa cobrada pelo combustível. Em 2018, o gás consumido no Estado era um dos mais baratos do Brasil. Atualmente, com um aumento de 200% nos últimos quatro anos, Santa Catarina paga a segunda tarifa mais cara do país. A redução de 10% em janeiro não mudou o cenário. Na área industrial, os dois setores mais prejudicados são o cerâmico e de vidros, ambos impulsionados pela construção civil, que consomem 50% de todo o gás vendido em Santa Catarina. No final do ano passado, houve redução do ritmo da construção civil. O consumo de gás no setor cerâmico representa mais de 20% das despesas totais.
O aumento da tarifa decorre dos preços impostos pela Petrobrás, que ainda detém o monopólio da distribuição de gás.
De acordo com analistas, a SC Gás registrou lucros milionários nos últimos anos, mas com restritos investimentos em infraestrutura para atendimento da clientela e sem ampliar a rede de distribuição no Estado.