A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertava já em 2019 que o mundo padecia de uma epidemia silenciosa provocada por quatro Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), incialmente assintomáticas. Segundo a OMS, todos os dias ocorre 1 milhão de novas infecções provocadas por Gonorreia, Clamídia, Sífilis e Tricomoníase.
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) ou conforme sua designação mais recente, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são dezenas de patologias transmitidas por contato sexual e são causadas, preferencialmente, por bactérias e vírus, ou ainda por parasitas. Se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas, causando lesões nos órgãos genitais, o que aumenta a vulnerabilidade para a pessoa adquirir o HIV. Podendo acarretar malformação fetal, aborto, problemas cardíacos ou neuronais, infertilidade, câncer e outros agravos, podendo levar à morte.
No Brasil, as IST também estão em alta, a Sífilis é o maior exemplo, ocorrendo um aumento de 59,1 casos/100 mil habitantes (2017) para 75,8 casos/100 mil habitantes em 2018, as Hepatites virais também apresentaram aumento, com 43 mil novos casos em 2018 e o número de infectados pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), causador da AIDS, aumentou em 21% de 2010 a 2018, enquanto que, mundialmente, houve uma queda de 16% (dados da Unaids, programa especializado das Nações Unidas). As IST que mais atingem os brasileiros são: Gonorreia, Clamídia, Sífilis, Tricomoníase, Herpes genital, HPV e Hepatite B.
A Clamídia e a Gonorreia são causadas por bactérias e geralmente estão associadas, podendo atingir órgãos genitais, garganta e olhos, sendo inicialmente assintomáticas. Quando apresentam os sintomas, são: corrimento no pênis (com ou sem pus), ardor e esquentamento na urina e dor nos testículos (homens); corrimento vaginal com dor no baixo ventre e dor ou sangramento durante a relação sexual (mulheres). Se não tratados podem evoluir para Doença Inflamatória Pélvica (DIP), infertilidade, dor crônica, gravidez tubária, aborto, endometrite e parto precoce. O tratamento é com antibióticos.
A Sífilis (bactéria Treponema Pallidum) apresenta 3 fases: primária, ferida geralmente única, cancro duro (10 a 90 dias pós contágio) que aparece no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus e boca), podendo ser acompanhada por ínguas na virilha e é assintomática; secundária (6 semanas a 6 meses do surgimento da ferida inicial), manchas no corpo, febre, mal estar, dor de cabeça e ínguas. A terceira fase é assintomática e pode surgir com menos de 2 anos da infecção (latente recente) ou mais de 2 anos (latente tardia), podendo levar até 40 anos para se consumar. Pode acarretar queda de cabelos, cegueira, problemas cardíacos, paralisia e a morte. Segundo o Ministério da Saúde (MS), houve um aumento de casos (2010 a 2018) de 3.8 mil para 158 mil (4000%). O tratamento é com antibióticos.
A Tricomoníase é causada pelo protozoário Triconoma Vaginalis, encontrado com mais frequência na genitália feminina. Seus sintomas são: corrimento amarelado, amarelo-esverdeado ou acinzentado, com mau cheiro, podendo ocorrer prurido, dor durante o ato sexual e sangramento e dor ao urinar. Nos homens costuma ser assintomático, mas pode provocar uretrite com secreção espumosa ou purulenta. Facilita a transmissão da gonorreia e clamídia e durante a gestação pode causar aborto. Trata-se com antibióticos.
A Herpes Genital é causada pelo vírus do herpes simples (HSV) e provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais. Seus sintomas são: ardor, coceira, formigamento e gânglios inflamados, evoluindo para bolhas dolorosas e feridas. Não tem cura, sendo o seu surto desencadeado pelo estresse, traumas na região genital, febre, infecção, exposição ao sol, alterações hormonais e uso de medicamentos. O tratamento é com antivirais para reduzir os sintomas.
O Papiloma Vírus Humano (HPV) infecta pele e mucosas e pode causar câncer no homem e na mulher, sendo responsável por 7 em cada 10 casos de câncer de colo de útero no mundo. Pode ficar latente por meses e anos, sendo mais comum em gestantes e pessoas com imunidade baixa. Seus sinais são verrugas na região genital e no ânus, normalmente é assintomático, podendo apresentar coceira no local. Apresenta lesões subclínicas (não visíveis a olho nu) nos órgãos reprodutores masculinos e femininos e na região anal. O tratamento é químico ou cirúrgico, conforme suas características (extensão, quantidade e localização). A prevenção é feita pela vacina, indicada para meninas (9 a 14 anos), meninos (11 a 14 anos), HIV positivo (9 a 26 anos) e transplantados (9 a 26 anos). Na mulher é indicado, para a sua identificação, a realização anual do exame Papanicolau.
A Hepatite viral é uma inflamação do fígado, classificada em A, B, C, D e E, sendo a B considerada uma IST, podendo ser transmitida através do sangue (agulha contaminada, por exemplo) e no ato sexual, tendo como sintomas: dor abdominal, diarreia, náuseas, vômito, intolerância a cheiros, pele e olhos amarelados, urina escura, fezes claras, mal-estar e dor no corpo. Pode provocar cirrose hepática e câncer no fígado. Apresenta vacina: crianças são 4 doses (ao nascer, 2, 4 e 6 meses), adultos são 3 doses e o seu tratamento é com antiviral.
As IST são consideradas como um dos principais problemas de saúde pública no mundo, no Brasil, segundo o MS, mais da metade da população entre 16 e 25 anos tem HPV, além de serem porta de entrada para o HIV.
A prevenção é fundamental e esta se faz através do sexo seguro, com o uso do preservativo ou camisinha, tanto masculino como feminino, ainda através do uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e protocolos de biossegurança por parte dos profissionais de saúde. A Hepatite B e o HPV tem vacina, portanto, buscar a boa informação também é importante.
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Dr. Antonio Ballestero
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