O governador Jorginho Mello (PL) se reúne com o embaixador do Japão, nesta quarta-feira (19), em Florianópolis, para discutir a suspensão temporária de exportação de frango ao país asiático. Ele classifica como “preocupante” o embargo de 28 dias imposto a Santa Catarina, na última segunda-feira (17).
A suspensão aconteceu devido ao segundo caso de gripe aviária neste ano no Estado. Ele foi identificado em Maracajá, no Sul catarinense, em uma ave doméstica. Já o primeiro ocorreu há cerca de três semanas, em uma ave silvestre.
“É preocupante porque o Japão é o segundo comprador de Santa Catarina”, informa. Segundo ele, vai conversar com o embaixador “para diminuir os 28 dias, porque somos um exemplo de segurança para o Brasil. O caso de gripe aviária foi em uma ave de quinta, nada a ver com aves comerciais. Eles precisam entender que nós zelamos pela saúde dos animais e esse bloqueio vai prejudicar muito o Estado”, destaca.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, embarcará para o Japão na sexta-feira (21). Mello diz que pediu prioridade na pauta sobre o embargo ao Estado.
O Brasil continua sendo um dos quatro países do mundo que nunca registraram casos de gripe aviária em criações comerciais, as que produzem os produtos vendidos para o exterior. O Japão, no entanto, adota esse protocolo preliminar de suspender as importações sempre que identificada a doença em alguma ave que não seja silvestre.
Produção comercial continua livre da doença
A gripe aviária não é transmissível a seres humanos. A Secretaria de Estado da Agricultura e a Cidasc (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) ressaltam que o foco identificado não compromete a condição sanitária do Estado de Santa Catarina e do país, pois a produção comercial de aves continua livre da doença.
Em entrevista nesta terça-feira (18), a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, esclarece que a área onde foi identificado o caso de gripe aviária está sendo monitorado.
“Foi feita a depopulação na propriedade em foco e equipes formadas estão no entorno, a dez quilômetros do raio. Eles estão verificando nas propriedades se há mais aves com sintomas clínicos ou, emcaso não haja, fazendo também a educação sanitária para que os produtores saibam como evitar a doença”, ressalta a presidente.
Santa Catarina responde por mais de 30% do fornecimento do consumo do país de carne de frango. O Estado também é um dos poucos fornecedores de proteína aviária que já exporta o produto com os cortes mais tradicionais consumidos pelo mercado japonês.
Por ND+
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