Mãe que abandonou criança na BR-101 fugia de abusos do pai

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso da criança de dois que foi abandonada em um ponto de ônibus na BR-101, na Serra, Grande Vitória, e inocentou a mãe, que é argentina e morava Bahia. Foi constatado que a mulher fugia dos abusos do pai e, por isso, foi parar na rodovia que corta o estado.

O caso aconteceu no dia 18 de maio. A mãe, que saiu de Itacaré na Bahia, onde morava com a família, parou na BR-101, na Serra, e abandonou a criança. Ele pediu a um homem que estava no local para que cuidasse do menino. Em seguida, foi encontrada em surto pela Polícia Rodoviária Federal, quilômetros depois. Na época, o menino foi encaminhado para um abrigo e a mãe, para um hospital psiquiátrico.

Agora, o menino foi entregue novamente à mãe e os dois foram para a Argentina, com a avó materna da criança.

O avô e o tio do menino, que moravam em Itacaré com a criança e a mulher, foram presos e levados para a Penitenciária Estadual de Vila Velha V, no complexo do Xuri, em Vila Velha.

 Foi constatado pela polícia que o avô abusava da filha e do neto. Na CPI, a mulher disse que “o pai gosta de andar nu e acha que as pessoas da mesma família devem procriar.” No entanto, só resolveu fugir de casa quando descobriu que o filho era abusado pelo avô.

Fuga

Após a descoberta, a mulher ligou para a mãe, que mora na Argentina, e contou tudo. A mãe sabendo dos abusos, mandou passagens para a filha e o neto fugirem de casa.

No caminho, já no Espírito Santo, a vítima achou que estivesse sendo perseguida e abandonou a criança, com a inteção de salvá-la do avô.

Por isso, quando a mulher foi encontrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), avisou para não entregarem o menino ao avô.

Neste momento, a vítima contou para a polícia que era abusada pelo pai e pelo irmão e, dois dias antes de fugir, descobriu que o filho também era vítima de abuso.

Inquéritos

Segundo a polícia, havia dois inquéritos abertos, sendo um no Espírito Santo, sobre abandono de incapaz, e o outro na Bahia, sobre abuso sexual. O segundo foi aberto depois que a polícia capixaba descobriu os fatos e enviou as informações para a Bahia.

As investigações da polícia apontaram que o avô do menino saiu da Argentina em dezembro de 2014, atravessou a fronteira de carro, foi para Itacaré, comprou fazenda, construiu casas e pretendia formar uma espécie de ‘seita’ com membros da mesma família, em que todos só podiam ter relação sexual entre eles. O pretexto era a ‘pureza de raças’.

Com isso, a Justiça da Bahia decretou a prisão do avô, do tio e da mulher do avô da criança que, segundo a polícia, era conivente com tudo. Ela tem uma filha de quatro anos, que também era abusada. As duas fugiram durante as investigações. Com informações G1