Mais de 320 mil adolescentes em SC ainda precisam tomar vacina contra HPV, diz Dive

Até o fim de março, Santa Catarina conseguiu vacinar contra HPV apenas metade dos adolescentes de até 14 anos, ou seja, mais de 320 mil, que são público-alvo da campanha, porque muitos pais ainda têm dúvidas, como mostrou o NSC Notícias. Os dados são da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) no Estado.

A infecção por HPV (papilomavírus humano) é associada a vários tipos de câncer, principalmente ao de colo de útero, mas também de pênis, de vulva, de canal anal e de orofaringe, e é de tratamento complicado.

O vírus, que também é porta de entrada para AIDS, Hepatite B e C pode ser prevenido com a vacinação.

“A vacina contra o HPV previne contra 90% dos tipos de câncer de colo de útero que nós temos diagnosticado hoje”, explico Vanessa Vieira, gerente de imunização da Dive.

Abaixo da meta
Santa Catarina está entre os cinco estados do país com a maior cobertura de vacinação contra o HPV. Conforme a Dive, 50% do público-alvo – 53,2% das meninas e 54,4% dos meninos – está protegido, mas ainda assim, está abaixo da meta do Ministério da Saúde que é de 80%.

Isso significa que mais de 320 mil adolescentes no estado ainda precisam se vacinar. “Existe bastante dificuldade para atingir as metas. A população ainda não tem o hábito de que a vacina também é para adulto e também é para adolescente”, declarou a gerente de imunização.

Eficácia
Além disso, há quem tenha medo de reações colaterais. A pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Luísa Lina Vila foi a responsável pelo primeiro estudo brasileiro que mediu a eficácia e a segurança da vacina contra o HPV.

“Está claríssimo que esta vacina contra HPV não causa efeitos que impediriam sua utilização e, portanto deve ser considerada segura e administrada em larga escala”, afirmou Luísa.

Desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina gratuitamente para jovens e vem ampliando a faixa etária a cada ano. Atualmente, a primeira dose pode ser tomada por meninos entre 11 e 14 anos e meninas entre 9 e 14. Depois de seis meses, tem a segunda dose e só depois dela, a pessoa estará protegida.

Fonte: G1