Itajaí – Depois da queda de 1,38% em setembro, o preço da cesta básica em Itajaí voltou a subir. Desta vez a alta foi expressiva, com aumento de 7,13%, passando de R$350,59 em setembro para R$375,61 em outubro. Com esta elevação, o custo total da cesta acumula uma elevação de 18,70% em 2018. Os dados são do Projeto Cesta Básica Alimentar da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que elabora o indicador com monitoramento da Uni Júnior, a partir de pesquisa realizada em seis supermercados da cidade.
Do painel de 13 produtos analisados, sete contribuíram para o aumento, foram eles: a batata (40,34%), o tomate (39,68%), o pão francês (8,60%), a carne (3,75%), a farinha de trigo (2,63%), o café em pó (1,61%) e o arroz (1,44%). Desta vez, a batata, o tomate e a carne foram os produtos que mais impactaram. A carne tem o maior peso sobre o custo total da cesta básica, representando atualmente 34,99%, seguida do pão (16,84%) e do tomate (12,69%).
Apesar da alta, outros seis produtos do painel apresentaram queda de preço: o açúcar (4,90%), o óleo de soja (2,86%), o feijão preto (2,78%), a manteiga (1,85%), o leite LV (1,78%) e a banana (0,75%).
De acordo com os pesquisadores, os dados apresentados revelam que o clima, com tempo chuvoso e úmido, foi mais uma vez um dos fatores que mais influenciou no sobe e desce dos preços de alguns produtos. Eles alertam que o preço da batata e do tomate aumentou 40,34% e 39,68%, respectivamente, a maior alta registrada em um mês para um produto. O tomate tem o terceiro mês de alta consecutiva e a batata aumentou após quatro quedas seguidas. Para eles, a colheita antecipada da batata em julho e agosto provocou um aumento considerável na oferta do produto. Já o tomate, as chuvas de outubro reduziram a oferta além de apresentar um produto de pouca qualidade. Outro destaque da cesta em outubro foi a carne, depois de algumas quedas, a redução na produção e a diminuição de ofertas nos mercados provocaram uma alta de 3,75%.
O professor Jairo Romeu Ferracioli, economista e professor responsável pelo projeto, comenta que para os próximos meses, os preços dependerão das condições climáticas e do preço do petróleo no mercado internacional, bem como da variação cambial aqui no Brasil. “O desemprego continua bastante elevado e isto significa queda na renda do trabalhador assalariado, pressionando os preços para baixo, apesar da tendência de alta”, afirma.
Poder de compra do trabalhador
Com esse aumento, o poder de compra do trabalhador assalariado em relação a alimentos básicos teve piora. O custo da cesta básica sobre o salário mínimo passou de 36,75% em setembro para 39,37% em outubro, acima da referência ideal de 33,34%. Em termos de horas de trabalho para aquisição da cesta são necessárias 86 horas e 36 minutos de um total de 220 horas mensais.