QUASE UM ANO APÓS ACIDENTE COM A CHAPECOENSE, FAMÍLIAS DAS VÍTIMAS AINDA NÃO RECEBERAM INDENIZAÇÃO

Rescuers search for survivors from the wreckage of the LAMIA airlines charter plane carrying members of the Chapecoense Real football team that crashed in the mountains of Cerro Gordo, municipality of La Union, on November 29, 2016. A charter plane carrying the Brazilian football team crashed in the mountains in Colombia late Monday, killing as many as 75 people, officials said. / AFP / Raul ARBOLEDA (Photo credit should read RAUL ARBOLEDA/AFP/Getty Images)

Quase um ano depois, parentes das vítimas do acidente aéreo com o time da Chapecoense ainda não receberam indenização judicial pela tragédia. No desastre, na madrugada de 29 de novembro de 2016, 71 pessoas morreram e outras 6 ficaram feridas. O avião caiu quando estava perto de aterrissar no aeroporto de Medellín, na Colômbia.

Relatório preliminar divulgado pela autoridade de aviação civil colombiana apontou que a aeronave estava sem combustível. O relatório final deve ser divulgado na Colômbia nos próximos dias. O avião era da LaMia, empresa com sede na Bolívia.

A seguradora boliviana se nega a pagar as indenizações porque diz que o acidente foi provocado por um erro do piloto. Ofereceu US$ 200 mil desde que todos os parentes se recusem a entrar na Justiça. Como todos precisam aceitar a oferta, a hipótese é dada como pouco provável.

Nesta terça-feira (21), em reunião em Florianópolis a pedido dos familiares das vítimas e de seus advogados, a Chapecoense apresentou documentos obtidos com a justiça boliviana.

“São três países envolvidos, cada um tem a sua legislação e a sua burocracia. E a dificuldade de receber documentos também, da Bolívia”, disse Fabiene Belle, presidente da AFAV-C ((Associação dos Familiares das Vítimas do Voo da Chapecoense).

O advogado da Chapecoense disse que a papelada apresentada não traz muitas novidades, mas não divulgou o teor do documentos.

“Praticamente todas as informações já eram de conhecimento, houve apenas um debate sobre quais os encaminhamentos técnicos que todos deverão tomar em relação à matéria”, disse Tullo Cavallazzi Filho, advogado da Chapecoense.

A reunião durou quase 3 horas. Os parentes das vítimas deverão decidir qual o caminho jurídico pra buscar as indenizações. As dúvidas aumentaram ainda mais na semana passada, com a divulgação da suspeita do Ministério Público Federal de Chapecó de que a companhia áerea LaMia, que até então seria a única proprietária da aeronave que caiu, tem outros donos.

Entre os advogados não existe consenso sobre como agir. “Eu acho que está muito difícil porque a gente não tem a quem processar ainda”, disse Dauro Lesnik, advogado de uma das vítimas.

“O processo na Bolívia não é recomendável. Então vai ser um processo aqui no Brasil para buscar uma indenização contra os responsáveis”, disse o advogado Joel de Paiva, diretor da Abravic (Associação Brasileira das Vítimas do Acidente com a Chapecoense).

Fonte: G1