SC QUER IMPORTAR MILHO DO PARAGUAI PARA REDUZIR CUSTOS DE TRANSPORTE

Santa Catarina quer importar milho do Paraguai para reduzir os custos do transporte. Atualmente, o estado produz metade do que é consumido, principalmente pela agroindústria. Outras três milhões de toneladas do grão vêm do Mato Grosso, a 1,1 mil quilômetros de distância, como mostrou o NSC Notícias desta quarta-feira (4).

Caminho

Para chegar a Santa Catarina, o milho colhido no país vizinho seria levado até um porto na cidade de Mayor Otaño, no Paraguai, e atravessaria por balsas para o outro lado do Rio Paraná, em Eldorado, na Argentina. De lá, continuaria a viagem por rodovias até chegar ao porto seco de Dionísio Cerqueira, no Oeste de Santa Catarina. Da aduana até Chapecó, seriam mais 195 quilômetros de viagem.

“Quem precisa comprar precisaria ter mais fontes fornecedoras. Mais fontes mais próximas também, mais baratas”, afirmou Mário Lanznaster, presidente de uma agroindústria do Oeste catarinense.

Reunião

Recentemente, representantes de Argentina, Brasil e Paraguai tiveram uma reunião para tratar sobre essa nova possibilidade de negócios. Porém, ainda existe uma série de assuntos a serem tratados na esfera federal. Por exemplo, a necessidade de ampliação do pátio da aduana de Dionísio Cerqueira para liberação mais rápida dos caminhões.

“Além disso, falta integrar as aduanas para dar maior agilidade tanto na fiscalização tributária e aduaneira, mas também a parte de inspeção fitossanitária. A partir disso, é perfeitamente viável trazer esse milho a uma distância muito menor do que a atual opção que nós temos para abastecer Santa Catarina”, afirmou o secretário-adjunto estadual da Agricultura e da Pesca, Airton Spies.

Agora, o setor do agronegócio avalia o quanto a importação pode influenciar nos preços pagos pelo grão no mercado interno. “O produtor de milho não vai ficar prejudicado. Na verdade, ao fortalecer a produção de suínos e aves e o aumento dessa produção, vai aumentar o consumo e o milho mais próximo vai ser sempre o milho catarinense. É o primeiro a ser comprado, é o primeiro a ser consumido”, afirmou o secretário-adjunto.