
Mais de 50 mil pessoas vivem em unidades de conservação em Santa Catarina, segundo dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior parte delas mora na Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, que inclui dez municípios da Grande Florianópolis e do Sul do Estado.
As unidades de conservação são territórios protegidos por lei, para garantir a preservação da natureza e de suas características. Elas incluem florestas nacionais, áreas de proteção ambiental, reservas biológicas, entre outras. Existem dois tipos: as de proteção integral, com acesso mais restrito às pessoas, e as de uso sustentável, que permitem atividades humanas controladas.
No Estado, são 50.499 pessoas que vivem em unidades de conservação, sendo que 48.530 pessoas moram em áreas de uso sustentável e 1.969 pessoas em áreas de proteção integral. Ainda, 84 das unidades catarinenses são inabitadas.
Do valor total de moradores de unidades de conservação, 96 são indígenas e 84 são quilombolas.
A Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca é a unidade de conservação com maior número de moradores, onde vivem 19.849 pessoas. Ela abrange os municípios de Içara, Florianópolis, Garopaba, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Palhoça, Paulo Lopes, Tubarão e Balneário Rincão.
Em seguida aparece a Área de Proteção Ambiental do Entorno Costeiro, associada ao Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, com 10.059 moradores. Em terceiro lugar está a Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca, em Joinville, com 9.090 moradores.
Unidades de Conservação em Santa Catarina
Em Santa Catarina, existem 134 unidades de conservação, de acordo com o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação do Ministério do Meio Ambiente. Entre elas estão:
72 reservas — entre Reserva Biológica, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Reserva Extrativista e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN);
35 parques — considerando parques estaduais, nacionais e naturais municipais;
15 áreas de proteção — sendo elas Área de Proteção Ambiental (APA) e Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE);
4 refúgios de vida silvestre;
4 florestas nacionais;
2 estações ecológicas;
2 monumentos naturais.
Do total de unidades de conservação, 61 unidades estão sob esfera federal, 37 na esfera estadual e 36 na esfera municipal. Dessas, 89 delas se enquadram na categoria de uso sustentável, enquanto 45 unidades são de proteção integral.
Veja as cinco unidades de conservação com mais moradores em SC
Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca: 19.849
Área de Proteção Ambiental do Entorno Costeiro: 10.059
Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca: 9.090
Área de Proteção Ambiental do Rio Vermelho: 2.440
Área de Relevante Interesse Ecológico do Morro do Iririú: 1.932
Brasil tem quase 12 milhões vivendo em unidades de conservação
A nível nacional, são quase 12 milhões de pessoas que vivem em unidades de conservação, o equivalente a 6% da população brasileira, segundo os dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE. As informações são do g1.
O Brasil tem, no total, 2.365 unidades de conservação. Dessas, 1.227, ou 52%, são inabitadas. Das 12 milhões de pessoas que moram nas unidades, 99% vivem em áreas de uso sustentável, que são menos restritivas à ocupação humana.
Nas áreas de proteção integral (como reservas biológicas, parques nacionais, estaduais e municipais, estações ecológicas, refúgios da vida silvestre e monumentos naturais), onde a presença de pessoas é mais regulada, vivem 132 mil brasileiros.
Morar nesses locais, contudo, não significa que essas pessoas estão em situação irregular.
Os dados do Censo também revelaram o perfil racial das pessoas que moram nessas áreas, que é mais negro e indígena do que a média do país.
51% são pardos (frente a 45% no conjunto do país)
36%, brancos (44% no país)
12%, pretos (10% no país)
1% indígenas (0,8% no país)
Também há maior presença de quilombolas, com taxa de 2%, em comparação a 0,7% no conjunto do país. Um em cada cinco quilombolas vive em uma unidade de conservação.