Trabalhadores do transporte escolar e turismo pedem socorro em Itapema

Na manhã da última terça-feira (05), proprietários de veículos do transporte escolar e turístico promoveram um manifesto na Meia Praia, em Itapema. Os trabalhadores se reuniram no estacionamento de um supermercado e seguiram até a Prefeitura Municipal em ato simbólico para mostrar a união dos profissionais, que sofrem com a paralisação total dos seus serviços.

O objetivo da ação proposta pela classe é chamar a atenção do poder público estadual e municipal para as dificuldades vividas pelos proprietários e motoristas destes veículos, que estão parados neste momento de pandemia da covid-19.

Em conjunto, os trabalhadores solicitam a isenção do pagamento do alvará neste ano, além da isenção do DPVAT, IPVA e a paralisação do pagamento do seguro obrigatório. Os profissionais também pedem que o governo estadual disponibilize uma linha de crédito específica para o transporte escolar e turístico, sendo que a classe não consegue se encaixar em nenhum programa, benefício do governo federal ou até de algum crédito proposto pelo governo de Santa Catarina.

Em todo o país, os trabalhadores do transporte escolar e turístico foram os primeiros a interromperem as atividades e devem ser os últimos a retornarem a normalidade. O setor escolar sofre já que maioria dos profissionais transportam crianças de escolas particulares e os pais já começam a mudar os filhos para escolas públicas com a falta de condições financeiras e estão cancelando os contratos.

Os motoristas do setor turístico também continuam sem previsão de retorno e já esperam uma queda brusca da busca por este serviço de transporte em 2020. Algo que preocupa os profissionais é que muitos veículos são novos e financiados, sendo que as parcelas são altas e a arrecadação está zerada neste período.

O presidente da Associação dos Transportes Turísticos e Alternativo de Itapema (ATRAI), Israel Aurélio explica que os trabalhadores querem mostrar a sociedade e ao poder público que a classe está sendo muito afetada e precisa de auxílio neste momento.

“Nós não queremos que as aulas voltem, mas temos a intenção de destacar que todos nós dependemos desta atividade para levar alimentos e renda para nossas famílias e precisamos de apoio. Além de não estarmos arrecadando, ainda temos que cumprir com nossas obrigações. Sem previsão de retorno ao trabalho não há condição alguma de arcarmos com estes custos”, explica Israel.

Por meio de nota, o departamento jurídico da Prefeitura Municipal se posicionou em relação às reivindicações propostas pelos profissionais do setor de transportes.

“A Administração Municipal está atenta a todas as consequências da pandemia e buscando a melhor forma de ajudar cada categoria. Vamos analisar e atender cada situação individualmente, desde que tenha segurança jurídica e não coloque em risco a saúde pública. Respeitamos também as prerrogativas do estado em suas ações e reafirmamos nossa busca incansável pelo equilíbrio das ações sanitárias e da proteção do emprego e das empresas do Município”.

Por Vinícius Batista