UFSC e Udesc perdem juntas 658 bolsas de pós-graduação

Com os novos critérios de distribuição de bolsas para programas de pós-graduação, a UFSC e a Udesc vão perder juntas 658 bolsas de mestrado e doutorado. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) publicou uma portaria que alterou as regras de concessão conforme a nota dos cursos. A Fundação diz que não houve cortes e que as bolsas redistribuídas para cursos “que, neste momento de crise sanitária, decorrente do coronavírus, apresentam relevância ainda mais acentuada”.

Na UFSC, serão cortadas 572 bolsas, o equivalente a 25% do total de bolsas da pós-graduação da universidade. No mestrado, serão 263 bolsas a menos e no doutorado a perda equivale a 309.

 “Os cortes são monstruosos, estão nos matando à míngua. Tirar bolsa é tirar pesquisa, é tirar aluno, é tirar todo o resultado que a gente poderia esperar de uma universidade que queria se manter como uma das melhores da América Latina. É o fim de um sonho”, lamenta Cristiane Derani, pró-reitora de Pesquisa Pós-Graduação da UFSC.

A Udesc perde imediatamente 44 bolsas (35 de mestrado 9 de doutorado) e até agosto deste ano perderá outras 83 (47 bolsas de mestrado e 36 bolsas de doutorado. Mas também devido aos cálculos de ajustes, esta nova portaria concede 41 bolsas novas. Ou seja, um saldo negativo de 86 bolsas em 2020.

“Prejudica as ações da Udesc empreendidas para melhoria dos programas e empurra parte expressiva de nossos discentes a uma situação de angústia e falta de suporte que são absolutamente prejudiciais para a obtenção de um bom trabalho científico”, explicou o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Antonio Vargas.

Através de nota, a Capes explicou que “não houve cortes. A rigor, a parcela de bolsas que deixa um curso de menor qualidade passa para cursos com melhores indicadores”. A fundação também citou instuições que receberão mais bolsas: “A Fiocruz, por exemplo, teve aumento de bolsas nos seguintes Programas de Pós-Graduação (PPG): Saúde Pública (16), Biologia Celular e Molecular (14), Medicina Tropical (20) e Epidemiologia (18). São cursos que, neste momento de crise sanitária, decorrente do coronavírus, apresentam relevância ainda mais acentuada”.