Um dos inqu\u00e9ritos da Pol\u00edcia Civil que investiga\u00a0supostos crimes sexuais cometidos por um professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), instaurado em 22 de fevereiro, ser\u00e1 prorrogado por mais 30 dias pelo delegado Paulo Henrique de Deus, um dos titulares da Delegacia de Prote\u00e7\u00e3o \u00e0 Crian\u00e7a, ao Adolescente, \u00e0 Mulher e ao Idoso (Dpcami) de Florian\u00f3polis. O professor, afastado por 60 dias da Udesc ap\u00f3s pedido de sindic\u00e2ncia e aprova\u00e7\u00e3o da Reitoria, prestou depoimento nesta semana. Como ele disse que indicar\u00e1 uma nova testemunha para depor, o delegado Paulo Henrique prorrogar\u00e1 a investiga\u00e7\u00e3o por mais um m\u00eas.<\/p>\n

\u2014 Agora tenho que ouvir a testemunha que ele vai indicar. Certamente pedirei a prorroga\u00e7\u00e3o do inqu\u00e9rito por mais 30 dias \u2014 disse o delegado Fabiano, que n\u00e3o quis falar sobre detalhes do depoimento do docente da Udesc.<\/p>\n

J\u00e1 em Palho\u00e7a, onde tramita outro inqu\u00e9rito envolvendo o professor, nesse caso por uma acusa\u00e7\u00e3o de estupro, o delegado Fabiano Rocha Ribeiro, da Dpcami palhocense, j\u00e1 ouviu a mulher que denunciou o docente. A aluna tamb\u00e9m conversou com uma psic\u00f3loga da Pol\u00edcia Civil. Segundo o delegado Fabiano, o suspeito ainda n\u00e3o foi intimado para depor. O inqu\u00e9rito corre em Palho\u00e7a porque o suposto estupro teria acontecido na casa do professor, que reside na cidade. Fabiano ressalta que o inqu\u00e9rito est\u00e1 em andamento e observa que em sua sala existem “mais de 100 inqu\u00e9ritos de estupro”.<\/p>\n

\u2014 J\u00e1 ouvimos a v\u00edtima, que tamb\u00e9m foi ouvida pela psic\u00f3loga da Pol\u00edcia Civil. N\u00e3o intimamos o suspeito. Est\u00e1 em andamento \u2014 conta Fabiano.<\/p>\n

A defesa da estudante, feita pela advogada Daniela F\u00e9lix, afirma que a aluna teria ido at\u00e9 a casa do professor para uma orienta\u00e7\u00e3o acad\u00eamica. Ela conta que, na \u00e9poca, a mulher n\u00e3o viu problema por ter uma rela\u00e7\u00e3o com a fam\u00edlia dele. Mas, naquele dia, segundo a acad\u00eamica, ele estava sozinho e ofereceu bebida \u00e0 jovem. De acordo com Daniela, o professor a convenceu a ter rela\u00e7\u00f5es sexuais com ele. Hoje, a jovem est\u00e1 afastada das aulas presenciais na Udesc. Estuda em casa. Daniela diz que ela est\u00e1 abalada, mas tentando retomar “a normalidade da vida”.<\/p>\n

\u2014 Nesse caso especifico, ele era uma refer\u00eancia te\u00f3rica, e isso est\u00e1 acontecendo com todas as meninas. Esse \u00e9 o grande impacto, ainda mais por vir de uma pessoa dentro de uma rela\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a, e ainda mais dentro de um centro acad\u00eamico, onde se pressup\u00f5e uma seguran\u00e7a maior \u2014 avalia Daniela.<\/p>\n

BO de Palho\u00e7a investiga estupro; registros da Capital, ass\u00e9dio<\/p>\n

O caso investigado em Palho\u00e7a, de estupro, foi registrado pela estudante em 6 de fevereiro, mas em uma delegacia da Capital. Depois, a pe\u00e7a teve que ser transferida para a cidade da Grande Florian\u00f3polis, onde o inqu\u00e9rito tramita mais lentamente na compara\u00e7\u00e3o com a investiga\u00e7\u00e3o da Capital.<\/p>\n

Os boletins de ocorr\u00eancias registrados em Florian\u00f3polis, 10 ao todo, investigam supostos crimes de ass\u00e9dio sexual contra o professor. Segundo os relatos das alunas, o ass\u00e9dio acontecia durante encontros de grupo de pesquisa e orienta\u00e7\u00f5es acad\u00eamicas. No in\u00edcio do m\u00eas, a reportagem da NSC TV conversou com as estudantes que relataram as situa\u00e7\u00f5es:<\/p>\n

\u2014 As orienta\u00e7\u00f5es eram com as portas fechadas. A porta era sinalizada que estava em orienta\u00e7\u00e3o para n\u00e3o haver interrup\u00e7\u00f5es, n\u00e3o podia entrar. Comigo aconteceu de ele abra\u00e7ar e botar a m\u00e3o por dentro da blusa. Tem outras meninas que aconteceram outras coisas \u2014 contou uma das acad\u00eamicas.<\/p>\n

Sindic\u00e2ncia afasta professor da Udesc por 60 dias<\/p>\n

A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), via nota oficial, informa que a comiss\u00e3o de sindic\u00e2ncia interna composta por quatro servidores da institui\u00e7\u00e3o para investigar den\u00fancias recebidas pela ouvidoria contra um professor do Centro de Ci\u00eancias Humanas e da Educa\u00e7\u00e3o (Faed), em Florian\u00f3polis, solicitou o afastamento do docente por 60 dias, em virtude do t\u00e9rmino da licen\u00e7a m\u00e9dica de 30 dias solicitada pelo professor.<\/p>\n

“A recomenda\u00e7\u00e3o foi acatada pela Reitoria e a portaria ser\u00e1 publicada nesta sexta-feira, 20, com validade a partir de 18 de abril”, conclui a nota.<\/p>\n

Contraponto<\/p>\n

A reportagem n\u00e3o conseguiu contato com o professor investigado. Seu advogado, H\u00e9dio Silva Junior, que j\u00e1 foi secret\u00e1rio de Justi\u00e7a do Estado de S\u00e3o Paulo, tamb\u00e9m n\u00e3o foi localizado pela reportagem, que enviou ainda algumas perguntas por e-mail ao advogado.<\/p>\n

No in\u00edcio do m\u00eas de abril, a defesa do docente respondeu por e-mail alguns questionamentos da NSC TV. Na ocasi\u00e3o, o advogado de defesa disse que \u00a0o professor “ir\u00e1 provar em ju\u00edzo que n\u00e3o praticou estupro, ass\u00e9dio moral ou sexual ou qualquer outro tipo de ilegalidade ou imoralidade em sua vida privada ou profissional”.<\/p>\n

A defesa tamb\u00e9m respondeu o questionamento da reportagem da NSC TV sobre a acusa\u00e7\u00e3o de estupro, dizendo que “no Boletim de Ocorr\u00eancia, a pr\u00f3pria v\u00edtima declarou espontaneamente que n\u00e3o houve viol\u00eancia, amea\u00e7a ou constrangimento. Diz ainda que, com base neste depoimento e na din\u00e2mica dos fatos, ter\u00e3o condi\u00e7\u00f5es de provar em ju\u00edzo que n\u00e3o houve estupro e sim uma rela\u00e7\u00e3o consensual”.<\/p>\n

Fonte: DC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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