Uma atitude que costuma ser comum em alguns grupos de\u00a0WhatsApp\u00a0terminou em pris\u00e3o para um comerciante de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. O homem, de 36 anos, foi preso ap\u00f3s divulgar a realiza\u00e7\u00e3o de uma barreira da pol\u00edcia militar na noite de domingo (13). O caso ocorreu no bairro S\u00e3o Jorge, onde ele mantinha uma carrocinha de cachorro-quente. Ele foi preso em flagrante por atentar contra a seguran\u00e7a, crime previsto pelo C\u00f3digo Penal Brasileiro.<\/p>\n

Segundo a pol\u00edcia, quando viu que estava sendo feita blitz perto da carrocinha, o comerciante enviou para um grupo no aplicativo uma fotografia da blitz com a frase “novamente barreira”. Em seguida, publicou nova mensagem: “avisarei quando irem embora”. A publica\u00e7\u00e3o chegou at\u00e9 um policial militar, que repassou para colegas em servi\u00e7o. O comerciante logo foi identificado pelos servidores.<\/p>\n

Encaminhado \u00e0 Delegacia de Pol\u00edcia de Pronto-Atendimento (DPPA), o comerciante foi preso em flagrante pelo crime previsto no artigo 165. Segundo o registro policial, ao ser questionado, disse que enviou a mensagem para alertar os amigos e clientes. A pris\u00e3o foi gravada pelos policiais em v\u00eddeo. O celular dele foi apreendido como prova. O nome do comerciante n\u00e3o foi divulgado pela pol\u00edcia.<\/p>\n

Plantonista da DPPA, a delegada Marjani Simch informou que fez o flagrante por conta do entendimento de que o comerciante estava atrapalhando o trabalho da pol\u00edcia. Neste caso, em caso de condena\u00e7\u00e3o, a pena m\u00e1xima prevista \u00e9 de cinco anos e o delegado n\u00e3o pode permitir pagamento de fian\u00e7a. Por isso, o homem foi mantido preso na DPPA. O Judici\u00e1rio definir\u00e1 se ele responder\u00e1 pelo crime preso ou em liberdade \u2014 o que n\u00e3o ocorreu at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o desta reportagem.<\/p>\n

Pol\u00edcia diz que n\u00e3o monitora redes sociais<\/p>\n

O comandante do 3\u00ba Batalh\u00e3o de Pol\u00edcia Militar, em Novo Hamburgo, tenente-coronel M\u00e1rcio Uberti Moreira, garante que a BM n\u00e3o costuma monitorar as redes sociais para identificar as pessoas que est\u00e3o divulgando esse tipo de informa\u00e7\u00e3o, mas que precisa agir quando \u00e9 notificada desses casos.<\/p>\n

\u2014 Pode ser vista como a\u00e7\u00e3o antip\u00e1tica, mas \u00e9 o nosso dever. A obriga\u00e7\u00e3o do cidad\u00e3o \u00e9 estar com o carro em dia, com a documenta\u00e7\u00e3o em dia, n\u00e3o beber antes de dirigir. Mas quando ele informa onde est\u00e1 uma barreira est\u00e1, inclusive, colocando em risco o policial. Ele perde o controle de quem vai alcan\u00e7ar aquela informa\u00e7\u00e3o. A comunidade tem de ter essa no\u00e7\u00e3o \u2014 afirma.<\/p>\n

O comandante informou ainda que em dois dias de abordagens, entre a noite de quinta-feira (10) e de s\u00e1bado (12), em barreiras semelhantes a que foi informada pelo comerciante, foram presas 20 pessoas, por diferentes crimes, e apreendidos 10 quilos de drogas.<\/p>\n

\u2014 Uma barreira de tr\u00e2nsito \u00e9 um filtro, onde se pega desde o cidad\u00e3o que est\u00e1 com o ve\u00edculo irregular at\u00e9 o criminoso com drogas e armamentos. N\u00e3o adianta a comunidade, que hoje reclama da seguran\u00e7a, ser contr\u00e1ria a qualquer a\u00e7\u00e3o policial. As pessoas tem de ter esse conhecimento da lei e tem de pesar muito bem as a\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

A legisla\u00e7\u00e3o<\/p>\n

O artigo 265 do C\u00f3digo Penal estabelece que \u00e9 crime atentar contra a seguran\u00e7a ou o funcionamento de servi\u00e7o de \u00e1gua, luz, for\u00e7a ou calor, ou qualquer outro de utilidade p\u00fablica. A pena prevista, em caso de condena\u00e7\u00e3o, \u00e9 de um a cinco anos de reclus\u00e3o e multa.<\/p>\n

Com informa\u00e7\u00f5es DC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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