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{"id":136913,"date":"2018-06-18T10:40:08","date_gmt":"2018-06-18T13:40:08","guid":{"rendered":"https:\/\/oatlantico.com.br\/?p=136913"},"modified":"2018-06-18T10:40:08","modified_gmt":"2018-06-18T13:40:08","slug":"minha-mae-me-abortou-e-pensou-que-eu-havia-morrido","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/oatlantico.com.br\/minha-mae-me-abortou-e-pensou-que-eu-havia-morrido\/","title":{"rendered":"‘Minha m\u00e3e me abortou \u2013 e pensou que eu havia morrido’"},"content":{"rendered":"
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Quando Melissa Ohden tinha 14 anos, ela descobriu um segredo chocante \u2013 sua m\u00e3e tentou abort\u00e1-la. Ela foi salva por uma enfermeira que a ouviu chorando entre os res\u00edduos de um hospital dos Estados Unidos. Esta \u00e9 a hist\u00f3ria de sua sobreviv\u00eancia e da m\u00e3e que pensava que o beb\u00ea havia morrido.<\/p>\n<\/div>\n

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“Eu cresci sabendo que nasci prematuramente e que eu tinha sido adotada”, diz Melissa Ohden, hoje aos 41 anos, ao programa Victoria Derbyshire, da BBC.<\/p>\n<\/div>\n

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“O que eu n\u00e3o sabia era que havia um grande segredo por tr\u00e1s de tudo isso. Que eu deveria ter nascido morta, mas, em vez disso, nasci viva.”<\/p>\n<\/div>\n

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O ano era 1977. Em um hospital do Estado de Iowa, nos EUA, a m\u00e3e biol\u00f3gica de Melissa, ent\u00e3o com 19 anos, havia conclu\u00eddo um aborto \u2013 para isso, fez uso de uma solu\u00e7\u00e3o salina t\u00f3xica por cinco dias.<\/p>\n<\/div>\n

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Nascida aos oito meses de gravidez e pesando menos de 1,3 kg, Melissa foi deixada entre os restos de res\u00edduos hospitalares. Ficou ali at\u00e9 que uma enfermeira ouviu seu choro fraco e os movimentos quase impercept\u00edveis.<\/p>\n<\/div>\n

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A rec\u00e9m-nascida foi levada \u00e0s pressas para uma Unidade de Terapia Intensiva onde, contra todas as probabilidades, sobreviveu.<\/p>\n<\/div>\n

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Os m\u00e9dicos pensaram que ela n\u00e3o enxergaria e acreditavam que tinha um problema card\u00edaco fatal.<\/p>\n<\/div>\n

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Mas a verdade \u00e9 que a menina passou a viver uma vida perfeitamente saud\u00e1vel e acabou sendo criada por uma fam\u00edlia adotiva.<\/p>\n<\/div>\n

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“\u00c9 surpreendente”, admite Melissa. “Eu mesma me belisco alguns dias.”<\/p>\n<\/div>\n

\u00a0Busca pela m\u00e3e biol\u00f3gica<\/p>\n
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Melissa, que escreveu um livro sobre suas experi\u00eancias, diz que s\u00f3 descobriu que era uma sobrevivente de um aborto quando, durante uma discuss\u00e3o, sua irm\u00e3 deixou escapar que ela era adotada.<\/p>\n<\/div>\n

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“Pelo menos meus pais biol\u00f3gicos me queriam”, gritou a irm\u00e3, sem pensar.<\/p>\n<\/div>\n

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No come\u00e7o ela ficou confusa, mas, quando se deu conta, entrou em uma espiral perigosa.<\/p>\n<\/div>\n

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“Eu voltei minha dor contra mim mesma”, explica ela. “Desenvolvi dist\u00farbio alimentar, passei a abusar do \u00e1lcool. N\u00e3o queria mais ser eu mesma.”<\/p>\n<\/div>\n

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\"Melissa<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n
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<\/i>Melissa com a irm\u00e3 adotiva, que foi chave na descoberta de seu passado (Foto: Melissa Ohden )<\/span><\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n

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A dor continuou a crescer. At\u00e9 que, aos 19 anos, ela tomou a ousada decis\u00e3o de tentar localizar e rastrear a m\u00e3e que a abortara.<\/p>\n<\/div>\n

\n

Foi um processo que levou mais de uma d\u00e9cada, mas ela a encontrou \u2013 e descobriu uma verdade que a chocou ainda mais.<\/p>\n

Arrependimento<\/p>\n<\/div>\n

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“O maior segredo, na verdade, \u00e9 que minha m\u00e3e biol\u00f3gica passou mais de 30 anos acreditando que eu tinha morrido naquele dia no hospital. Ela n\u00e3o foi informada de que eu sobrevivi. Isso foi mantido em segredo”, conta Melissa.<\/p>\n<\/div>\n

\n

“Fui colocada para ado\u00e7\u00e3o sem que ela soubesse. Ela nunca soube se havia dado \u00e0 luz um garotinho ou uma garotinha.”<\/p>\n<\/div>\n

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Quando as duas se encontraram pela primeira vez, tr\u00eas anos ap\u00f3s terem come\u00e7ado a trocar emails, Melissa ficou mais impressionada com o arrependimento nos olhos de sua m\u00e3e.<\/p>\n<\/div>\n

\n

Ela tenta descrever o momento em que se conheceram, que descreve como “absolutamente surreal”.<\/p>\n<\/div>\n

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“\u00c9 um daqueles momentos decisivos da sua vida.”<\/p>\n<\/div>\n

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\n
\"Melissa<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n
\n

<\/i>Melissa era adolescente quando descobriu que havia sido adotada (Foto: Melissa Ohden )<\/span><\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n

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Mas as verdades chocantes continuaram a aparecer.<\/p>\n<\/div>\n

\n

Sua m\u00e3e biol\u00f3gica, Ruth, disse a ela que nunca quis fazer um aborto e que, na verdade, foi for\u00e7ada a tentar interromper a gravidez.<\/p>\n<\/div>\n

\n

“O que eu soube foi que minha av\u00f3 \u2013 m\u00e3e da minha m\u00e3e \u2013 era uma enfermeira proeminente na comunidade e que a pessoa que fazia os abortos era amigo dela. Juntos, eles for\u00e7aram o aborto da minha m\u00e3e contra a vontade dela. Eles foram capazes de contornar os regulamentos e procedimentos do hospital pelos quais minha m\u00e3e biol\u00f3gica teria que passar”, conta.<\/p>\n<\/div>\n

\n

“As pessoas no hospital pensaram que tinha sido sua escolha, e ela n\u00e3o teve oportunidade de lutar contra isso.”<\/p>\n<\/div>\n

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A sobreviv\u00eancia de Melissa era algo ainda mais improv\u00e1vel, j\u00e1 que sua av\u00f3, que trabalhava no hospital onde ela nasceu, instruiu seus colegas a “deixarem o beb\u00ea no quarto para morrer” naquele dia \u2013 um fato que ela admitiu abertamente entre os membros da fam\u00edlia.<\/p>\n<\/div>\n

\n

“N\u00e3o tem sido f\u00e1cil lidar com isso”, diz Melissa, refletindo sobre os coment\u00e1rios de sua av\u00f3. “Mas eu n\u00e3o estou brava com ela. Todos n\u00f3s cometemos erros nesta vida”, acrescenta.<\/p>\n<\/div>\n

\n

“Meu cora\u00e7\u00e3o d\u00f3i por ela, porque sempre me pergunto o que aconteceu em sua vida para lev\u00e1-la a tomar essa decis\u00e3o sobre a minha.”<\/p>\n<\/div>\n

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‘Uma dos mais sortudas’<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

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Hoje, Melissa garante que \u00e9 “uma das pessoas mais sortudas do mundo”.<\/p>\n<\/div>\n

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Em primeiro lugar, por ter sobrevivido. E, depois, por ter seus pais adotivos e sua m\u00e3e biol\u00f3gica em sua vida.<\/p>\n<\/div>\n

\n

Por acaso, Melissa e a m\u00e3e biol\u00f3gica vivem agora em Kansas City, no Missouri, assim como uma de suas meia-irm\u00e3s.<\/p>\n<\/div>\n

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Elas se veem “sempre que poss\u00edvel”, diz, com alegria.<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

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“Minha fam\u00edlia biol\u00f3gica \u00e9 uma parte importante da minha vida.” Com informa\u00e7\u00f5es G1<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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