Um professor afirma ter sido agredido por policiais militares em uma festa em Crici\u00fama,\u00a0no Sul catarinense, por preconceito racial. O caso foi registrado em boletim de ocorr\u00eancia e encaminhado para o comando da Pol\u00edcia Militar em\u00a0Crici\u00fama, que abriu inqu\u00e9rito interno. Ao todo, 14 PMs v\u00e3o prestar depoimento, segundo a corpora\u00e7\u00e3o.<\/p>\n<\/div>\n
Erick Jonathan dos Passos Fid\u00e9lis \u00e9 professor de jogos matem\u00e1ticos e foi agredido na madrugada de 10 de junho, por volta das 4h. Ele estava saindo de uma festa e foi espancado por mais de um policial, conforme o relato.<\/p>\n<\/div>\n
Segundo o comando da PM, os policiais foram acionados para resolver um tumulto no evento. No entanto, Erick disse que n\u00e3o estava na confus\u00e3o e que foi agredido depois, quando os policiais pediam para todos sa\u00edssem da casa noturna.<\/p>\n<\/div>\n
O professor ainda diz que era o \u00fanico negro entre os abordados e que s\u00f3 ele sofreu agress\u00e3o.<\/p>\n<\/div>\n
“O primeiro acerto eu fiquei em choque. Tentando entender o que estava acontecendo. Para mim, at\u00e9 ent\u00e3o, era uma pessoa qualquer, n\u00e3o um policial. Na hora que eu olhei para tr\u00e1s me espantei. Mas no que eu fui tentar entender o que estava acontecendo, dois policiais estavam vindo na minha dire\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o eu s\u00f3 peguei, olhei pra frente e continuei caminhando, n\u00e3o queria deixar a situa\u00e7\u00e3o pior do que j\u00e1 estava. Nisso eu fui acertado com mais chutes, pontap\u00e9s. Quando eu fiquei mais afastado \u00e9 que cessou”, conta Erick.<\/p>\n<\/div>\n
Inqu\u00e9rito PM<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n
Erick registrou boletim de ocorr\u00eancia em 10 de junho, fez exame de corpo delito e procurou o comandante do batalh\u00e3o, tenente-coronel Evandro Fraga, para denunciar o caso.<\/p>\n<\/div>\n
O oficial informou que a corpora\u00e7\u00e3o abriu um inqu\u00e9rito pra apurar as den\u00fancias de agress\u00e3o, abuso de autoridade e racismo.<\/p>\n<\/div>\n
\u201cN\u00f3s, enquanto policiais militares, temos que estar conscientes que as nossas atividades, principalmente o emprego do uso da for\u00e7a, devem seguir o escalonamento e as regras b\u00e1sicas. Dentre as quais a proporcionalidade, a legalidade, a legitimidade e a necessidade. Tudo isso j\u00e1 est\u00e1 sendo apurado pela atividade de pol\u00edcia judici\u00e1ria militar”, explicou Fraga.<\/p>\n<\/div>\n
Apoio<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n
O professor ficou alguns dias afastado das escolas onde trabalha por causa dos hematomas. Os colegas dele tamb\u00e9m pedem justi\u00e7a.<\/p>\n<\/div>\n
\u201cN\u00f3s nos manifestamos contr\u00e1rios a isso. No cotidiano escolar a gente procura construir princ\u00edpios de respeito ao pr\u00f3ximo, de solidariedade, e n\u00e3o d\u00e1 para admitir que aconte\u00e7a contra um colega e a gente fique passivo perante isso\u201d, disse o coordenador pedag\u00f3gico Paulo Gon\u00e7alves Filho.<\/p>\n<\/div>\n
O Conselho de Promo\u00e7\u00e3o de Igualdade de Crici\u00fama fez uma reuni\u00e3o extraordin\u00e1ria para discutir o caso. Segundo a vice-presidente da entidade, Maria Estela Costa da Silva, esse tipo de agress\u00e3o n\u00e3o \u00e9 rara, mas nem todo mundo tem coragem de denunciar.<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n
\u201cPensamos na possibilidade de criar cartilhas informativas sobre o que \u00e9 o racismo. Como eu devo ser abordado? Isso \u00e9 direito? Isso n\u00e3o \u00e9 direito? A comunidade \u00e0s vezes precisa saber. Nossos pares precisam saber o que \u00e9 direito e o que n\u00e3o \u00e9\u201d, explica Maria Estela. Com informa\u00e7\u00f5es G1<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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