Em I\u00e7ara uma rec\u00e9m-nascida morreu quase duas\u00a0 horas depois do parto por causa de uma insufici\u00eancia respirat\u00f3ria. Vit\u00f3ria Valentina nasceu no dia 23 de maio no Hospital S\u00e3o Donato e de acordo com so pais Rudiney Sebasti\u00e3o Cardoso e Fabiana de Moraes, tudo poderia ter sido diferente caso o hospital tivesse mais cuidado no atendimento. O hospital afirma que a equipe de enfermeiros e m\u00e9dicos seguiu o protocolo preconizado pelo Minist\u00e9rio da Sa\u00fade em prestar o atendimento adequado.<\/p>\n
Fabiana chegou ao hospital por volta de 18h45 com press\u00e3o alta. E Rudiney contou ao m\u00e9dico que na mesma manh\u00e3 Fabiana havia passado pelo atendimento da obstetra que fez seu pr\u00e9-natal. O casal disse que a obstetra recomendou para eles ficarem em alerta caso Fabiana sentisse algo de diferente e que n\u00e3o estava descartada a hip\u00f3tese da m\u00e3e fazer uma ces\u00e1ria em caso de emerg\u00eancia.<\/p>\n
Rudiney relata que pediu ao m\u00e9dico que chamasse a obstetra para um atendimento mais preciso porque o casal acreditava que era necess\u00e1rio realizar o parto naquele instante. \u201cO m\u00e9dico n\u00e3o aceitou chamar a doutora\u201d, relatou.<\/p>\n
De acordo com o portal O I\u00e7ara o m\u00e9dico disse que n\u00e3o proibiu o chamado da outra profissional, apenas orientou por motiva\u00e7\u00f5es formais que n\u00e3o poderia fazer. \u201cOutro profissional pode ser chamado, mas quem tem que entrar em contato \u00e9 a fam\u00edlia\u201d,completa.<\/p>\n
Foi quando Rudiney chamou a m\u00e9dica por conta pr\u00f3pria. O pai da crian\u00e7a acredita que houve demora para realizar o procedimento por conta do comportamento do m\u00e9dico e por isso Fabiana teve descolamento da placenta gerando o quadro de insufici\u00eancia respirat\u00f3ria. J\u00e1 o m\u00e9dico que atendeu Fabiana disse \u201co que ocorreu foi uma fatalidade. Um quadro devastador de descolamento de placenta que n\u00e3o h\u00e1 rela\u00e7\u00e3o com o atendimento\u201d.<\/p>\n
Conforme o prontu\u00e1rio emitido pelo hospital, o m\u00e9dico teria dito \u00e0 fam\u00edlia que faria uma ces\u00e1rea apenas havendo indicativo para tal e que n\u00e3o era o quadro daquele momento tendo que aguardar a evolu\u00e7\u00e3o. \u201cO fato de ela j\u00e1 ter tido uma ces\u00e1rea n\u00e3o \u00e9 indicativo de uma nova cirurgia em um parto. Press\u00e3o alta tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9\u201d, relatou o m\u00e9dico.<\/p>\n
Chegando ao hospital a obstetra iniciou os procedimentos para a realiza\u00e7\u00e3o da ces\u00e1rea, que segundo Rudiney, que acompanhou todo o procedimento, foi de extrema dificuldade. “O n\u00edvel de dificuldade foi t\u00e3o grande que a obstetrab solicitou a presen\u00e7a de outro m\u00e9dico para auxiliar na retirada da crian\u00e7a, mas ele n\u00e3o precisou atuar”, disse.<\/p>\n
Fabiana conta que na chegada da m\u00e9dica ao hospital outro problema enfrentado foi a falta da prepara\u00e7\u00e3o pr\u00e9via da sala de cirurgia para a realiza\u00e7\u00e3o da ces\u00e1ria. \u201cEu ouvi a m\u00e9dica perguntar a um vice-diretor do hospital por que n\u00e3o estava tudo pronto pra ela fazer o parto\u201d, comentou.<\/p>\n
Uma enfermeira disse que a obstetra foi at\u00e9 o hospital para avaliar o quadro de sa\u00fade da paciente. “Quando eu liguei para ela, ela n\u00e3o disse \u2018estou indo para fazer a ces\u00e1rea\u2019”, contrap\u00f4s a enfermeira explicando o motivo pelo qual o hospital n\u00e3o teria deixado a sala de parto pronta para realizar o procedimento.<\/p>\n
Para o casal a demora para iniciar a ces\u00e1rea foi pura neglig\u00eancia do hospital pela falta de agilidade e sensibilidade em identificar aquilo que seria um quadro de cuidados especiais. Eles registraram\u00a0 Boletim de Ocorr\u00eancia na delegacia de I\u00e7ara e prometem levar o caso adiante na justi\u00e7a.<\/p>\n
\u201cEu j\u00e1 recebi esse boletim e j\u00e1 instaurei procedimento. A nossa medida enquanto pol\u00edcia \u00e9 solicitar ao \u00f3rg\u00e3o que fiscaliza a atividade a averigua\u00e7\u00e3o do caso o que eu j\u00e1 fiz ao Conselho Regional de Medicina\u201d, explicou o delegado local Rafael Iasco.<\/p>\n
No hospital, conforme a gerente de enfermagem, foi instaurada uma auditoria interna para investigar se houve equ\u00edvocos da equipe de enfermagem e posteriormente ser\u00e1 feito o mesmo para investigar se houve equ\u00edvocos do m\u00e9dico.<\/p>\n
Contudo, a pr\u00f3pria gerente de enfermagem, membro da equipe de auditoria, j\u00e1 antecipou no dia em que o portal O I\u00e7ara foi recebido pela equipe do hospital, que num primeiro momento n\u00e3o houve erros. \u201cPelo que vimos do prontu\u00e1rio, est\u00e1 tudo dentro do protocolo e das normas institucionais\u201d, relatou. Isso indica que a auditoria tende a ser finalizada sem a conclus\u00e3o de ter havido qualquer tipo de neglig\u00eancia.<\/p>\n
A obstetra tamb\u00e9m foi procurada pela reportagem, mas preferiu n\u00e3o se manifestar. A informa\u00e7\u00e3o do hospital \u00e9 que ela tamb\u00e9m ser\u00e1 chamada para prestar esclarecimentos quando a auditoria chegar na etapa de investigar a atua\u00e7\u00e3o do m\u00e9dico que atendeu Fabiana.\u00a0As informa\u00e7\u00f5es s\u00e3o do portal Oi I\u00e7ara.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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