Um casal de comerciantes, dono de um restaurante no bairro Imaru\u00ed, em Itaja\u00ed, denuncia agress\u00f5es e ilegalidades que teriam sido cometidas por policiais militares em julho. Eles teriam, inclusive, apanhado na frente da filha de 11 anos.
\nUm dia antes das agress\u00f5es, os dois registraram uma queixa na corregedoria da PM, denunciando que os policiais invadiram a casa da fam\u00edlia para uma revista sem autoriza\u00e7\u00e3o da justi\u00e7a. Eles teriam apontado a arma pra uma crian\u00e7a.
\nCibela Fernandes Bento, 27 anos, conta que os PMs estariam procurando um sobrinho dela, conhecido como Foguinho. Cibela mora no Imaru\u00ed desde pequena. Ela tem nove irm\u00e3os e conta que boa parte da fam\u00edlia mora no bairro, mas h\u00e1 tempo n\u00e3o tem mais contato com esse sobrinho.
\nAtr\u00e1s de Foguinho, a PM bateu na casa dela no dia 26 de julho. O casal estava trabalhando e a filha de 11 anos estava em casa com uma prima maior de idade e o beb\u00ea de quatro meses.
\nOs policiais teriam entrado, revistado a casa e ido embora sem achar nada. Quando os pais chegaram do restaurante, a menina de 11 anos contou que a arma ficou apontada pro rosto dela o tempo todo.
\nOrientados por advogados, apresentaram queixa \u00e0 corregedoria da PM. No dia seguinte, a pol\u00edcia voltou \u00e0 casa, por volta das 15h. \u201cCheguei do trabalho s\u00f3 pra apanhar\u201d, recorda a comerciante.
\nCibela conta que revistaram a casa, mais uma vez, e tamb\u00e9m n\u00e3o acharam nada. Ela reclamou com os policiais e disse que registrou uma queixa na corregedoria. Foi a\u00ed que o tom subiu. \u201cCome\u00e7aram a me insultar e depois nos agrediram,\u201d conta.
\nA comerciante afirma que levou chutes, um apert\u00e3o no pesco\u00e7o e foi jogada no ch\u00e3o. O marido, Victor Moreira, tomou tapas e chutes dos policiais. Os dois j\u00e1 fizeram exame de corpo de delito na pol\u00edcia Civil para comprovar as agress\u00f5es.
\n\u201cOlharam o sistema e viram que n\u00e3o t\u00ednhamos nenhum registro criminal, nada. Come\u00e7aram a falar que iam fazer um\u201d, conta Cibela.
\nEm seguida, os policiais teriam largado no local buchas de crack e coca\u00edna. A fam\u00edlia foi levada pra delegacia com as drogas, o celular de Cibela e R$ 415, dinheiro que seria das marmitas do restaurante. O casal foi solto no mesmo dia.<\/p>\n

Caso denunciado<\/b>
\nUma nova representa\u00e7\u00e3o foi feita e o caso tamb\u00e9m foi denunciado \u00e0 comiss\u00e3o de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Itaja\u00ed. A fam\u00edlia vai entrar com um processo criminal e tamb\u00e9m com uma a\u00e7\u00e3o indenizat\u00f3ria.
\nA fam\u00edlia diz que teme novas repres\u00e1lias, mas decidiu trazer o caso \u00e0 tona porque busca justi\u00e7a. \u201cQuero retrata\u00e7\u00e3o com a minha filha e provar que sou inocente. Mostrar pra ela que devemos lutar pelo o que \u00e9 certo\u201d, explica.
\nOs advogados da v\u00edtima, Amanda Santos de Freitas e V\u00edtor\u00a0Vilas Boas Dantonio, estranham o procedimento policial. Eles explicam que em casos de pris\u00e3o de flagrante por droga, como a PM alega que aconteceu, o casal teria que ter ficado preso at\u00e9 a audi\u00eancia de cust\u00f3dia, mas Cibela e o marido foram pra casa depois de prestarem depoimento.
\nOs advogados j\u00e1 tentaram tr\u00eas vezes ter acesso ao auto de pris\u00e3o, o que foi negado em todas as oportunidades, assim como acesso ao celular da cliente. De acordo com Amanda, os advogados n\u00e3o sabem sequer o crime ao qual foram enquadrados. \u201cNosso objetivo \u00e9 que esses crimes sejam investigados e os policiais responsabilizados. A honra de toda uma corpora\u00e7\u00e3o n\u00e3o pode ser manchada pela conduta isolada de poucos agentes\u201d, diz V\u00edtor.<\/p>\n

Fonte: Diarinho<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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