A auxiliar de servi\u00e7os gerais Selmair Arruda de Moraes, de 44 anos, m\u00e3e da t\u00e9cnica em seguran\u00e7a\u00a0Atyla Arruda Barbosa, de 20 anos, afirma que a filha, antes de ser morta, foi estuprada e mantida em c\u00e1rcere privado na casa dos patr\u00f5es, um casal, em Itanha\u00e9m, no litoral de S\u00e3o Paulo. Os dois foram presos pela pol\u00edcia suspeitos de matarem a garota para ficar com o seguro de vida dela.<\/p>\n<\/div>\n
A pol\u00edcia acreditava que Atyla, a princ\u00edpio, havia sido v\u00edtima de afogamento em junho, em uma praia de Mongagu\u00e1, cidade vizinha. Os investigadores da Pol\u00edcia Civil, entretanto, descobriram que a jovem foi morta propositalmente para que o casal pudesse receber R$ 260 mil de indeniza\u00e7\u00e3o de\u00a0um seguro de vida feito em nome dela, que estava gr\u00e1vida.<\/p>\n<\/div>\n
Para a pol\u00edcia, o patr\u00e3o \u00e9 o pai da crian\u00e7a e o pr\u00f3prio assassino: um homem de 47 anos, que teria cometido o crime com o consentimento da esposa, de 41. De acordo com os investigadores, ambos, na verdade, exploravam a garota, mas se apresentaram aos policiais como padrinhos dela, reafirmaram o acidente no mar e alegaram cuidar de Atyla desde janeiro.<\/p>\n<\/div>\n
Selmair contou ao\u00a0G1\u00a0que a filha saiu de casa, em Aparecida de Goi\u00e2nia (GO), em busca de uma oportunidade de emprego. Por interm\u00e9dio de uma amiga, a t\u00e9cnica soube de uma vaga de trabalho em uma transportadora, no litoral paulista, oferecida pelo casal. Os dois tamb\u00e9m possibilitariam um lugar para que ela pudesse morar.<\/p>\n<\/div>\n
A m\u00e3e explica que n\u00e3o queria que a Atyla fosse para Itanha\u00e9m, mas a filha insistiu em querer trabalhar para poder ajudar a fam\u00edlia. “Ela ficou muito depressiva e triste depois que a gente perdeu tudo, financeiramente falando. Ela falava: \u2018mam\u00e3e, eu vou, sim, porque quero ajudar a senhora'”, lembra a auxiliar de servi\u00e7os gerais.<\/p>\n<\/div>\n
A mudan\u00e7a ocorreu no in\u00edcio de janeiro e as duas mantiveram contato ao longo dos meses por meio de telefone e redes sociais. Algumas liga\u00e7\u00f5es chamaram a aten\u00e7\u00e3o de Selmair pelo fato dela ouvir ao fundo, enquanto conversava com a filha, algu\u00e9m induzido a jovem a falar “algo gen\u00e9rico”. “N\u00e3o era minha filha ali. Ela estava sendo controlada”, diz.<\/p>\n<\/div>\n
A preocupa\u00e7\u00e3o maior ocorreu quando as duas perderam contato em 2 de julho, um dia antes do suposto acidente na praia. Selmair n\u00e3o conseguiu mais falar com a filha por semanas, apesar da insist\u00eancia, e pediu dinheiro emprestado para familiares para viajar e tentar localiz\u00e1-la pessoalmente, em Itanha\u00e9m, onde chegou somente em 24 de julho.<\/p>\n<\/div>\n
“Fui \u00e0 delegacia, dei o nome do casal e puxaram v\u00e1rios pap\u00e9is. Quando falei da minha filha, surgiu uma foto na tela do delegado. Quinze minutos depois, disseram-me que ela estava morta”, conta. No boletim de ocorr\u00eancia, o casal de patr\u00f5es se intitulava padrinhos da jovem, mas a m\u00e3e disse que n\u00e3o os conhecia.<\/p>\n<\/div>\n