A extin\u00e7\u00e3o das Ag\u00eancias de Desenvolvimento Regional (ADRs) \u00e9 um dos pontos-chave quando se discute o necess\u00e1rio enxugamento da m\u00e1quina p\u00fablica em Santa Catarina. E promete ser uma das quest\u00f5es centrais do debate nestas elei\u00e7\u00f5es para governador. Mesmo com a redu\u00e7\u00e3o de cargos comissionados e com o fechamento de algumas unidades, as regionais (como s\u00e3o chamadas as ADRs) consumiram R$ 343.830.107,86 somente em 2017. Um dinheiro gasto com energia, aluguel e pessoal que poderia ser investido em \u00e1reas mais urgentes.<\/p>\n

Com essa mesma verba, por exemplo, o estado poderia manter 114.610 novos alunos no ensino fundamental por um ano. Ou pagar o sal\u00e1rio de 5.110 policiais. Outra alternativa seria investir na sa\u00fade, o que permitiria contratar e pagar o sal\u00e1rio de 2.415 m\u00e9dicos durante um ano inteiro.<\/p>\n

Grande parte da popula\u00e7\u00e3o e da pr\u00f3pria classe pol\u00edtica j\u00e1 concorda que as ADRs s\u00e3o um modelo ultrapassado, que hoje cria um elemento a mais no emaranhado de burocracias que intermediam as a\u00e7\u00f5es do governo com as regi\u00f5es. H\u00e1, inclusive, dois projetos que tratam da extin\u00e7\u00e3o das regionais apresentados na Assembleia Legislativa, mas que seriam inconstitucionais porque essa proposta precisa partir do pr\u00f3prio Executivo. Ent\u00e3o qual a alternativa?<\/p>\n

O candidato Gelson Merisio (PSD 55) \u00e9 um dos principais defensores da extin\u00e7\u00e3o das Regionais. Ele defende que se deve pensar em um novo modelo que valorize a atua\u00e7\u00e3o das associa\u00e7\u00f5es de munic\u00edpios em parceria com o Estado, enxugando a estrutura administrativa e, assim, transformar esse custo em investimento em \u00e1reas essenciais.<\/p>\n

\u201c\u00c9 preciso adequar a m\u00e1quina p\u00fablica \u00e0 realidade do tempo em que vivemos. As ADRs s\u00e3o estruturas intermedi\u00e1rias do governo do estado criadas h\u00e1 15 anos com o objetivo de auxiliar nos processos administrativos dos munic\u00edpios. Mas com o avan\u00e7o da tecnologia e o alto custo, cerca de R$ 350 milh\u00f5es por ano, essas estruturas se tornaram desnecess\u00e1rias. O fim das ADRs reduzir\u00e1 o n\u00famero de comissionados dos atuais 1.400 para somente 200. Toda essa economia vai permitir investimentos em sa\u00fade, seguran\u00e7a e educa\u00e7\u00e3o\u201d, explica Merisio. \u201cA nossa proposta \u00e9 trabalhar direto com as prefeituras e associa\u00e7\u00f5es de munic\u00edpios, implementando um novo processo de gest\u00e3o administrativa com o auxilio de ferramentas tecnol\u00f3gicas\u201d, complementa.<\/p>\n

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Um servidor na ag\u00eancia ou um policial na rua?<\/strong><\/p>\n

Para poder avaliar como esse dinheiro poderia ser utilizado de outra forma, \u00e9 s\u00f3 comparar os custos. Em Itaja\u00ed, com o mesmo custo que a regional teve no ano passado (R$ 26.618.450,66), \u00e9 poss\u00edvel pagar o sal\u00e1rio de 187 novos m\u00e9dicos ou 396 policiais militares por um ano. Pensando em infraestrutura, o dinheiro que sustenta a ADR da cidade poderia construir 509 casas populares ou ainda manter 8.873 novos alunos no ensino fundamental p\u00fablico por um ano letivo.<\/p>\n

Origem das ADRs<\/strong><\/p>\n

As Ag\u00eancias de Desenvolvimento Regional foram criadas no governo de Luiz Henrique da Silveira (ent\u00e3o PMDB) h\u00e1 15 anos (na \u00e9poca como secretarias regionais – SDRs). Com o objetivo de interiorizar as a\u00e7\u00f5es do governo catarinense. No entanto, ficaram defasadas pelas ferramentas e tecnologias atuais que possibilitam o trabalho feito de forma mais direta, realizado sem burocracia pelos pr\u00f3prios munic\u00edpios.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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