Em 2009, a bi\u00f3loga Juliane Luzia Schmitt Pereira e colaboradores encontraram uma esp\u00e9cie aparentemente desconhecida de beg\u00f4nia durante o levantamento de ep\u00edfitas, no 1\u00b0 Ciclo do Invent\u00e1rio Flor\u00edstico Florestal de Santa Catarina (IFFSC), trabalho realizado com apoio da Funda\u00e7\u00e3o de Amparo \u00e0 Pesquisa e Inova\u00e7\u00e3o do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Quase 10 anos depois, o pesquisador Julio Jaramillo visitou o Herb\u00e1rio Dr. Roberto Miguel Klein, em Blumenau, e ficou intrigado com a planta. Juntamente com outros autores, oficializou a descoberta na revista internacional Phytotaxa, que publica uma ampla gama de assuntos, mas se concentra em novas esp\u00e9cies.<\/p>\n
O IFFSC anunciou a novidade em 2019, no site https:\/\/sites.google.com\/view\/iffportal\/. \u201cApesar de Santa Catarina ter sido muito bem amostrada por Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein entre 1940-1980, ainda s\u00e3o descritas esp\u00e9cies at\u00e9 ent\u00e3o desconhecidas pela ci\u00eancia. A primeira delas foi uma brom\u00e9lia (Vriesea rubens), com registro para Orleans. Posteriormente foram descritas Hippeastrum verdianum (amar\u00edlis), Campylocentrum schlechterianum (orqu\u00eddea), em S\u00e3o Martinho, e Begonia trevisoensis (beg\u00f4nia) na cidade de Treviso\u201d, afirma o Andr\u00e9 Lu\u00eds de Gasper, professor doutor e curador do Herb\u00e1rio da Universidade Regional de Blumenau (Furb), onde a planta foi tombada sob n\u00famero 698.<\/p>\n
Vale lembrar que a equipe do invent\u00e1rio fez as primeiras medi\u00e7\u00f5es para definir a cobertura florestal de Santa Catarina entre os anos de 2007 a 2011, com o levantamento de 597 parcelas distribu\u00eddas pelo Estado. A remedi\u00e7\u00e3o de 419 dessas parcelas (Ciclo 2) iniciou em 2014 e j\u00e1 est\u00e1 80% conclu\u00edda.<\/p>\n
Os levantamentos cont\u00ednuos da vegeta\u00e7\u00e3o catarinense fornecem dados importantes para a gera\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es sobre a din\u00e2mica das florestas: taxas de crescimento, de mortalidade e de recrutamento (ingresso de novas \u00e1rvores na floresta). Essas informa\u00e7\u00f5es contribuem para a avalia\u00e7\u00e3o do comportamento de popula\u00e7\u00f5es e comunidades vegetais ao longo do tempo e permitem investigar como elas reagem \u00e0s interven\u00e7\u00f5es do homem, como a explora\u00e7\u00e3o madeireira, por exemplo.<\/p>\n
Homenagem a Treviso<\/p>\n
A Begonia trevisoensis, da fam\u00edlia Begoniaceae, foi localizada em uma \u00e1rea de Floresta Ombr\u00f3fila Densa relativamente bem preservada, na localidade de Nova Bras\u00edlia, Treviso, e recebeu este nome em homenagem ao munic\u00edpio de Treviso, no Sul catarinense. A coleta pode ser consultada, por meio do c\u00f3digo FURB1520, no Herb\u00e1rio Virtual Reflora\u00a0 – que tamb\u00e9m teve apoio da Fapesc, vinculada \u00e0 Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econ\u00f4mico Sustent\u00e1vel.<\/p>\n
A esp\u00e9cie foi descrita por Julio C. Jaramillo,do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Biologia de Fungos, Algas e Plantas, Universidade Federal de Santa Catarina; Ludovic Jean Charles Kollmann, do Instituto Nacional da Mata Atl\u00e2ntica; e Pedro Fiaschi, do Departamento de Bot\u00e2nica, Centro de Ci\u00eancias Biol\u00f3gicas, UFSC. Confira aqui a publica\u00e7\u00e3o com a descri\u00e7\u00e3o detalhada sobre a nova esp\u00e9cie.<\/p>\n
\u201cH\u00e1 outras pesquisas em curso. Isso demonstra que o Estado ainda tem esp\u00e9cies desconhecidas em seu territ\u00f3rio e que estudos para registrar a flora s\u00e3o importantes para garantir a conserva\u00e7\u00e3o de todas as esp\u00e9cies\u201d, conclui Gasper, coordenador do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Biodiversidade da Furb.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Em 2009, a bi\u00f3loga Juliane Luzia Schmitt Pereira e colaboradores encontraram uma esp\u00e9cie aparentemente desconhecida de beg\u00f4nia durante o levantamento de ep\u00edfitas, no 1\u00b0 Ciclo do Invent\u00e1rio Flor\u00edstico Florestal de Santa Catarina (IFFSC), trabalho realizado com apoio da Funda\u00e7\u00e3o de Amparo \u00e0 Pesquisa e Inova\u00e7\u00e3o do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Quase 10 anos depois, […]<\/p>\n","protected":false},"author":24,"featured_media":148852,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"footnotes":""},"categories":[7],"tags":[5],"acf":[],"yoast_head":"\n