<\/p>\n

A fam\u00edlia das g\u00eameas Lis e Mel tem muito a comemorar. As irm\u00e3s siamesas \u2013 separadas, em abril, por uma cirurgia in\u00e9dita no Distrito Federal \u2013 completam 1 ano neste s\u00e1bado (1\u00ba). A comemora\u00e7\u00e3o, com direito a bolo, brinquedos e bal\u00f5es, vai ser no Hospital da Crian\u00e7a de Bras\u00edlia, onde as meninas seguem internadas.<\/p>\n

Lis saiu da UTI na \u00faltima segunda-feira (27). Mel havia deixado a unidade intensiva uma semana antes. Quando as duas se encontraram, no mesmo quarto da enfermaria, trocaram longos olhares, se tocaram e Mel recebeu a irm\u00e3 com um beijo.<\/p>\n

Para a m\u00e3e das meninas, Camila Vieira, a gratid\u00e3o \u00e9 o maior sentimento. Pela for\u00e7a das filhas e pela corrente de otimismo, esperan\u00e7a e ora\u00e7\u00f5es que Mel e Lis receberam \u2013 tanto de quem as acompanha no hospital como dos que as conheceram por meio das fotos e reportagens.<\/p>\n

“Agora n\u00f3s vemos a vida de uma forma diferente. Assim como elas lutaram, tamb\u00e9m aprendemos a dar mais valor a nossa [vida].”<\/p>\n

‘Elas s\u00e3o um milagre nas nossas vidas’, diz m\u00e3e de g\u00eameas siamesas<\/p>\n

Na v\u00e9spera do anivers\u00e1rio, Camila tamb\u00e9m contou que as filhas se recuperam bem e que, desde que se reencontraram pela primeira vez ap\u00f3s a separa\u00e7\u00e3o, “brincam juntas e agem como se sentissem em paz”.<\/p>\n

“Reparo que elas encostam a cabe\u00e7a no corpo da gente como se sentissem falta de um apoio, mas sinto tamb\u00e9m que elas est\u00e3o livres e curtindo a liberdades delas.”<\/p>\n

Na retrospectiva do primeiro ano de vida de Lis e Mel, a mam\u00e3e de primeira viagem lembra que, ainda jovem, aos 24 anos, teve que enfrentar a condi\u00e7\u00e3o delicada de sa\u00fade das meninas e, para isso, “precisou amadurecer cedo”.<\/p>\n

Depois de uma gravidez onde m\u00e9dicos sugeriram ao casal que abortasse, ela diz que em nenhum momento se arrependeu de dar \u00e0 luz. M\u00eas a m\u00eas a fam\u00edlia comemorou a vida das g\u00eameas com direito \u00e0 decora\u00e7\u00e3o lembrando personagens infantis, super-hero\u00ednas e Mam\u00e3e Noel.<\/p>\n

Passados 12 meses, Camila diz que sente “al\u00edvio no cora\u00e7\u00e3o” ao ver as filhas bem e superando todas as fases do p\u00f3s-operat\u00f3rio. Questionada se gostaria de fazer um desejo no momento de apagar as velinhas das g\u00eameas, ela responde com certeza:<\/p>\n

“S\u00f3 tenho a agradecer a Deus por tudo que aconteceu. Foi importante pra mim e para fam\u00edlia.”<\/p>\n

Recupera\u00e7\u00e3o<\/p>\n

At\u00e9 este s\u00e1bado, Lis e Mel seguiam internadas na enfermaria do Hospital da Crian\u00e7a. Em abril elas enfrentaram 20 horas de cirurgia, em um procedimento considerado pelos especialistas como de “alta complexidade”, todo feito pelo SUS.<\/p>\n

O m\u00e9dico Ben\u00edcio Oton, que coordenou a equipe disse \u00e0 reportagem, nessa sexta-feira, que as meninas “est\u00e3o muito bem”.<\/p>\n

“Elas seguem fazendo fisioterapia para corrigir a postura do corpo j\u00e1 que passaram 10 meses unidas pela cabe\u00e7a.”<\/p>\n

Segundo o m\u00e9dico, Lis, a \u00faltima a sair da UTI, ainda faz tratamento com antibi\u00f3ticos. Mas as duas t\u00eam previs\u00e3o de alta para a pr\u00f3xima semana.<\/p>\n

Cirurgia de separa\u00e7\u00e3o das g\u00eameas Mel e Lis durou cerca de 20 horas<\/p>\n

Desde que passaram a dormir no mesmo quarto, Mel e Lis t\u00eam apresentado melhoras a cada dia, afirma o cirurgi\u00e3o.<\/p>\n

“Permanecer juntas \u00e9 importante para o bem-estar, a evolu\u00e7\u00e3o e a reabilita\u00e7\u00e3o delas, tanto a f\u00edsica, quanto emocional e cognitiva.”<\/p>\n

Cirurgia complexa<\/p>\n

Mel e Lis passaram 10 meses unidas pela cabe\u00e7a, na altura da testa. A separa\u00e7\u00e3o das g\u00eameas siamesas ocorreu no dia 27 de abril. A cirurgia, dividida em 36 etapas, come\u00e7ou \u00e0s 6h30 de s\u00e1bado e s\u00f3 terminou \u00e0s 2h30 de domingo (28).<\/p>\n

Mais de 50 profissionais participaram do procedimento, todo feito pelo SUS, no Hospital da Crian\u00e7a de Bras\u00edlia Jos\u00e9 de Alencar. Foi o primeiro do tipo no Distrito Federal e o terceiro no Brasil.<\/p>\n

Segundo a equipe, n\u00e3o havia veias ou art\u00e9rias ligando o c\u00e9rebro das meninas. Mas o processo, al\u00e9m de raro, exigia extremo cuidado. No local onde os c\u00e9rebros ficavam encostados n\u00e3o existia nenhuma membrana revestindo o sistema nervoso.<\/p>\n

Neste s\u00e1bado, as g\u00eameas ir\u00e3o comemorar o primeiro ano de vit\u00f3ria. Delas, da fam\u00edlia e da equipe que n\u00e3o desistiu de acreditar em Mel e Lis.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A fam\u00edlia das g\u00eameas Lis e Mel tem muito a comemorar. As irm\u00e3s siamesas \u2013 separadas, em abril, por uma cirurgia in\u00e9dita no Distrito Federal \u2013 completam 1 ano neste s\u00e1bado (1\u00ba). A comemora\u00e7\u00e3o, com direito a bolo, brinquedos e bal\u00f5es, vai ser no Hospital da Crian\u00e7a de Bras\u00edlia, onde as meninas seguem internadas. Lis […]<\/p>\n","protected":false},"author":24,"featured_media":150014,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"footnotes":""},"categories":[7],"tags":[5],"acf":[],"yoast_head":"\n