O presidente Jair Bolsonaro disse estar em um pa\u00eds capitalista ao chegar nesta quinta-feira (24) \u00e0 China, que comemorou o 70\u00ba anivers\u00e1rio da revolu\u00e7\u00e3o comunista no in\u00edcio do m\u00eas.<\/p>\n

Bolsonaro fez a afirma\u00e7\u00e3o ao ser questionado sobre estar em um pa\u00eds comunista, sistema pol\u00edtico reiteradamente criticado pelo presidente. Durante as elei\u00e7\u00f5es, em 2018, ele defendeu “dar um p\u00e9 no traseiro do socialismo, no comunismo”, ao dizer que o Brasil devia se afastar da Venezuela. Ainda como candidato, Bolsonaro tamb\u00e9m chegou a dirigir cr\u00edticas \u00e0 China.<\/p>\n

O presidente n\u00e3o quis falar sobre as cr\u00edticas feitas durante na campanha, quando disse v\u00e1rias vezes que incentivaria o pa\u00eds asi\u00e1tico a “comprar no Brasil, n\u00e3o a comprar o Brasil”.<\/p>\n

Bolsonaro deve se encontrar com o presidente chin\u00eas, Xi Jinping, na sexta-feira (25). Xi \u00e9 secret\u00e1rio-geral do Partido Comunista Chin\u00eas.<\/p>\n

A visita \u00e0 China \u00e9 parte de um giro do presidente neste m\u00eas pela \u00c1sia e pelo Oriente M\u00e9dio. Ele embarcou em 19 de outubro e deve retornar ao Brasil no dia 31. Bolsonaro j\u00e1 passou pelo Jap\u00e3o, onde participou da entroniza\u00e7\u00e3o do imperador Naruhito, e ainda dever\u00e1 ir aos Emirados \u00c1rabes, ao Catar e \u00e0 Ar\u00e1bia Saudita.<\/p>\n

Rela\u00e7\u00e3o com China mudou<\/strong><\/p>\n

Em janeiro, uma viagem \u00e0 China de deputados do PSL \u2014 partido do presidente \u2014 foi criticada pelo ide\u00f3logo do governo de Bolsonaro, Olavo de Carvalho e, segundo o blog da Andr\u00e9ia Sadi, causou mal-estar no Planalto. A avalia\u00e7\u00e3o de ministros ouvidos pelo blog na ocasi\u00e3o era de que o grupo estava \u201cdeslumbrado\u201d e que a viagem iria desgastar a imagem do governo.<\/p>\n

Em mar\u00e7o, entretanto, o presidente anunciou que iria \u00e0 China, a convite de Xi Jinping, e disse que a rela\u00e7\u00e3o com o pa\u00eds iria melhorar.<\/p>\n

“N\u00f3s queremos nos aproximar do mundo todo, ampliar nossos neg\u00f3cios, abrir nossas fronteiras, e assim ser\u00e1 o nosso governo, essa foi a diretriz dada a todos os nossos ministros”, afirmou durante a apresenta\u00e7\u00e3o das credenciais do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, em mar\u00e7o.<\/p>\n

Do lado chin\u00eas, o discurso tamb\u00e9m mudou. Em novembro de 2018, logo ap\u00f3s a elei\u00e7\u00e3o, o jornal estatal chin\u00eas, “China Daily”, publicou um editorial que citava os riscos econ\u00f4micos de o Brasil seguir a linha do presidente Donald Trump e romper acordos comerciais com Pequim. A publica\u00e7\u00e3o afirmava que Bolsonaro foi “menos que amig\u00e1vel” em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 China durante a campanha.<\/p>\n

Em mar\u00e7o, ao apresentar suas credenciais a Bolsonaro, o embaixador chin\u00eas afirmou a jornalistas que a conversa com o presidente do Brasil foi \u201cexcelente\u201d e destacou o interesse do governo brasileiro em \u201campliar\u201d as rela\u00e7\u00f5es com a China.<\/p>\n

\u201cA conversa foi excelente e, sobretudo, o presidente Bolsonaro manifestou grande interesse de ampliar a aprofundar a rela\u00e7\u00e3o com China. Pessoalmente, como embaixador, me sinto muito satisfeito\u201d, declarou o embaixador.<\/p>\n

Investimentos no setor energ\u00e9tico<\/strong><\/p>\n

A prioridade da visita de Bolsonaro ao gigante asi\u00e1tico \u00e9 ampliar a rela\u00e7\u00e3o comercial entre os dois pa\u00edses, segundo o presidente. A China \u00e9 o principal parceiro comercial do Brasil, com US$ 70 bilh\u00f5es negociados em 2017.<\/p>\n

Perguntado se ofereceria estatais brasileiras aos chineses, o presidente indicou que pretende obter investimentos no setor energ\u00e9tico. O plano de privatiza\u00e7\u00f5es do governo federal prev\u00ea a venda da Eletrobras, al\u00e9m de linhas de transmiss\u00e3o e parceria para a conclus\u00e3o de Angra 3.<\/p>\n

“O que acontece? Muitos criticam as privatiza\u00e7\u00f5es. Arrebentaram com as estatais. Conseguiram quase quebrar uma petroleira. Ent\u00e3o, n\u00f3s estamos numa situa\u00e7\u00e3o que n\u00e3o tem mais alternativa. O sistema energ\u00e9tico, n\u00f3s n\u00e3o temos suficiente para investir para que ele n\u00e3o entre em um colapso brevemente “, afirmou.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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