O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira (2), em uma rede social, Brasil e Argentina de desvalorizarem “maci\u00e7amente” suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as tarifas de importa\u00e7\u00e3o sobre o a\u00e7o e o alum\u00ednio dos dois pa\u00edses.<\/p>\n

“Brasil e Argentina t\u00eam presidido uma desvaloriza\u00e7\u00e3o maci\u00e7a de suas moedas. O que n\u00e3o \u00e9 bom para nossos agricultores”, escreveu Trump em uma rede social. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todo o a\u00e7o e o alum\u00ednio enviados para os EUA a partir desses pa\u00edses”.<\/p>\n

Trump ainda usou a oportunidade para criticar o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano.<\/p>\n

“O Federal Reserve deveria agir da mesma forma, para que pa\u00edses, que s\u00e3o muitos, n\u00e3o se aproveitem mais nosso d\u00f3lar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna muito dif\u00edcil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa”, disse ele, que frequentemente tem defendido juros mais baixos nos Estados Unidos.<\/p>\n

O d\u00f3lar opera com pequenas varia\u00e7\u00f5es nesta segunda-feira.<\/em><\/p>\n

Desvaloriza\u00e7\u00e3o do real<\/strong><\/p>\n

Do in\u00edcio do ano at\u00e9 a \u00faltima sexta-feira (29), o d\u00f3lar j\u00e1 subiu 9,43% frente ao real, barateando as exporta\u00e7\u00f5es brasileiras e aumentando a competitividade dos produtos do pa\u00eds l\u00e1 fora. Somente em novembro, a alta foi de 5,73%.<\/p>\n

O real foi a quarta moeda que mais perdeu valor em rela\u00e7\u00e3o ao d\u00f3lar no m\u00eas de novembro, segundo levantamento da Austin Rating, com uma desvaloriza\u00e7\u00e3o de 5,2%. A moeda brasileira ficou atr\u00e1s somente do bol\u00edvar soberano, da Venezuela (-36,1%), do kwacha, da Z\u00e2mbia (-9,3%), e do peso do Chile (-8,1%). O ranking considera as varia\u00e7\u00f5es de 121 moedas no mundo. No acumulado no ano, o Brasil ocupa a 13\u00aa posi\u00e7\u00e3o. A lideran\u00e7a \u00e9 da Venezuela (-98,3%), seguida pela Argentina (-37,2%).<\/p>\n

Em agosto de 2018, Trump anunciou um al\u00edvio nas cotas de importa\u00e7\u00e3o de a\u00e7o e alum\u00ednio que excedam as cotas livres do pagamento das sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos em mar\u00e7o do mesmo ano. A decis\u00e3o de flexibilizar a tarifa atingiu as cotas de a\u00e7o da Coreia do Sul, Brasil e Argentina e do alum\u00ednio da Argentina.<\/p>\n

Desde ent\u00e3o, as empresas americanas que comprarem a\u00e7o do Brasil n\u00e3o precisam pagar 25% a mais sobre o pre\u00e7o original, caso comprovem falta de mat\u00e9ria-prima no mercado interno.<\/p>\n

Hist\u00f3rico<\/strong><\/p>\n

A sobretaxa do a\u00e7o foi um dos primeiros cap\u00edtulos da guerra comercial de Trump. Visando a atingir sobretudo a China, o governo americano imp\u00f4s uma regra geral e, aos poucos, renegocia com cada pa\u00eds.<\/p>\n

Em mar\u00e7o do ano passado, o presidente americano imp\u00f4s tarifa de 25% \u00e0s importa\u00e7\u00f5es de a\u00e7o e de 10% \u00e0s de alum\u00ednio alegando quest\u00f5es de seguran\u00e7a nacional. A decis\u00e3o desencadeou uma s\u00e9rie de retalia\u00e7\u00f5es pelo mundo e ado\u00e7\u00e3o de salvaguardas por outros pa\u00edses e blocos.<\/p>\n

Na ocasi\u00e3o, a ind\u00fastria brasileira classificou a sobretaxa \u00e0 importa\u00e7\u00e3o de a\u00e7o e alum\u00ednio, na ocasi\u00e3o, como medida de ‘injustificada e ilegal’ e com potencial de provocar “dano significativo” para as sider\u00fargicas instaladas no Brasil, uma vez que o Brasil \u00e9 o segundo maior fornecedor de ferro e a\u00e7o dos Estados Unidos.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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