As popula\u00e7\u00f5es de Moscou e de Lagos se uniram nesta segunda-feira (30), \u00e0s mais de tr\u00eas bilh\u00f5es de pessoas confinadas em suas casas para tentar conter a propaga\u00e7\u00e3o do novo coronav\u00edrus, uma pandemia que j\u00e1 deixou mais de 700.000 infectados no planeta e que o presidente americano, Donald Trump, parou de minimizar.<\/p>\n
A obrigatoriedade do confinamento para lutar contra a pandemia, que j\u00e1 provocou mais de 34.000 mortes, incluindo um beb\u00ea de menos de um ano nos Estados Unidos, \u00e9 mais dif\u00edcil de ser respeitada em v\u00e1rios pa\u00edses da \u00c1frica e da Am\u00e9rica Latina.<\/p>\n
“Fiquem em casa!”. Na Venezuela, a ordem repetida incessantemente na televis\u00e3o estatal esbarra na realidade do pa\u00eds, onde 60% dos 30 milh\u00f5es habitantes enfrentam a escassez de \u00e1gua, segundo a ONU.<\/p>\n
Em um bairro popular de Caracas, era poss\u00edvel observar at\u00e9 200 pessoas reunidas na rua aguardando para encher os baldes de \u00e1gua… em um hidrante.<\/p>\n
Nos Estados Unidos, foram registrados 140.000 casos de cont\u00e1gio, dos mais de 700.000 declarados no mundo. Depois de passar dias relutando em admitir a dimens\u00e3o da epidemia, o presidente Trump mudou totalmente de estrat\u00e9gia.<\/p>\n
“Potencialmente 2,2 milh\u00f5es de pessoas poderiam morrer de COVID-19, se n\u00e3o tiv\u00e9ssemos feito nada”, admitiu no domingo (29).<\/p>\n
De acordo com estimativas de seu conselheiro sobre a pandemia, o doutor Anthony Fauci, com quem parece ter um entendimento melhor agora, o novo coronav\u00edrus pode provocar “entre 100.000 e 200.000” mortes na maior pot\u00eancia mundial, contra quase 2.400 v\u00edtimas fatais at\u00e9 o momento.<\/p>\n
“Como leprosos”<\/strong><\/p>\n Com dois ter\u00e7os das v\u00edtimas fatais no mundo, a Europa continua sendo o continente mais afetado.<\/p>\n Em Moscou, onde aqueles que n\u00e3o respeitam as medidas de quarentena podem ser punidos com at\u00e9 cinco anos de pris\u00e3o, o prefeito Serguei Sobyanin ordenou o confinamento total.<\/p>\n A partir desta segunda-feira, os 12,5 milh\u00f5es de moscovitas podem sair de casa apenas por uma emerg\u00eancia m\u00e9dica, para ir ao trabalho em caso de necessidade, ao supermercado, ou \u00e0 farm\u00e1cia.<\/p>\n Na Espanha, segundo pa\u00eds com mais falecimentos pela COVID-19 depois da It\u00e1lia, foram registradas 812 mortes nas \u00faltimas 24 horas, n\u00famero um pouco menor depois do recorde registrado no domingo, de 838 \u00f3bitos.<\/p>\n Diante da situa\u00e7\u00e3o alarmante, o governo espanhol endureceu o confinamento anunciado em 14 de mar\u00e7o. A partir desta segunda-feira, todas as atividades n\u00e3o essenciais ser\u00e3o suspensas por pelo menos duas semanas.<\/p>\n Com quase 11.000 mortes, a It\u00e1lia, pa\u00eds com o maior n\u00famero de v\u00edtimas fatais, registra uma leve desacelera\u00e7\u00e3o do avan\u00e7o do v\u00edrus.<\/p>\n “Em todos os departamentos de emerg\u00eancia aconteceu uma redu\u00e7\u00e3o da entrada de pacientes”, declarou Giulio Gallera, secret\u00e1rio de Sa\u00fade da regi\u00e3o da Lombardia, norte do pa\u00eds, a mais atingida do territ\u00f3rio.<\/p>\n Na vizinha Fran\u00e7a (mais de 2.600 mortos), a escassez de material afeta os hospitais, e as autoridades encomendaram um bilh\u00e3o de m\u00e1scaras, sobretudo da China.<\/p>\n Como acontece em outros pa\u00edses, a Fran\u00e7a come\u00e7a a registrar uma crescente discrimina\u00e7\u00e3o a respeito dos profissionais da sa\u00fade, que se tornaram alvos de suspeitas e at\u00e9 de ataques de vizinhos e pacientes que temem contrair a COVID-19.<\/p>\n “Estamos colocando nossas vidas em perigo para ajudar os demais e agora nos tratam como leprosos”, lamenta Lucille, uma enfermeira que trabalha na regi\u00e3o sudeste de Paris e que recebeu uma carta an\u00f4nima com a exig\u00eancia de que passe a fazer as compras fora da cidade e pare de passear com seu c\u00e3o.<\/p>\n Com mais de 1.200 mortos e 20.000 casos confirmados, a epidemia tamb\u00e9m acelera no Reino Unido, cujas autoridades advertiram no domingo que o pa\u00eds pode demorar seis meses, ou mais, para retomar a vida normal ap\u00f3s a pandemia.<\/p>\n Em Nova York, os bancos de alimentos est\u00e3o recebendo cada vez mais pessoas que se encontram de repente sem recursos.<\/p>\n No famoso Central Park, est\u00e1 sendo instalado um hospital de campanha para receber 68 pessoas.<\/p>\n Ontem, o presidente Trump declarou que “o pico na taxa de mortalidade provavelmente acontecer\u00e1 em duas semanas”.<\/p>\n Na Am\u00e9rica Latina, onde foram registradas 338 mortes e 14.462 casos, v\u00e1rios pa\u00edses decidiram prorrogar as medidas de confinamento.<\/p>\n A Argentina prorrogou o isolamento social obrigat\u00f3rio at\u00e9 12 de abril, e a Guatemala tamb\u00e9m prolongou at\u00e9 a mesma data o toque de recolher parcial em vigor.<\/p>\n Em El Salvador, as restri\u00e7\u00f5es de deslocamento e de reuni\u00e3o prosseguir\u00e3o at\u00e9 13 de abril.<\/p>\n Nesta segunda-feira, dois cruzeiros com quatro mortos e v\u00e1rias pessoas infectadas pela COVID-19 atravessaram o Canal do Panam\u00e1 com rumo incerto, depois que foram rejeitados em v\u00e1rios portos ante a expans\u00e3o do coronav\u00edrus.<\/p>\n Na \u00c1frica, as autoridades da Nig\u00e9ria, pa\u00eds mais populoso do continente, decretaram o confinamento total em Lagos, megal\u00f3pole de 20 milh\u00f5es de habitantes, assim como na capital Abuja, a partir desta segunda-feira \u00e0 noite.<\/p>\n At\u00e9 o momento, o pa\u00eds registrou quase 100 casos da doen\u00e7a, mas o n\u00famero pode disparar rapidamente, advertiu o ministro da Informa\u00e7\u00e3o, Lai Mohammed.<\/p>\n As medidas de confinamento provocam muita incompreens\u00e3o e indigna\u00e7\u00e3o na \u00c1frica subsaariana, onde grande parte da popula\u00e7\u00e3o vive com menos de dois d\u00f3lares ao dia e depende da economia alternativa para sobreviver.<\/p>\n No Zimb\u00e1bue, afetado por duas d\u00e9cadas de crise econ\u00f4mica, o confinamento de tr\u00eas semanas a partir desta segunda-feira promete ser particularmente doloroso para os 16 milh\u00f5es de habitantes.<\/p>\n “Poucas pessoas podem pagar por uma refei\u00e7\u00e3o di\u00e1ria em tempos normais, afirmou Prince Gwanza, morador da capital. “Temo que as pessoas v\u00e3o morrer de fome isoladas em casa”, desabafou.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" As popula\u00e7\u00f5es de Moscou e de Lagos se uniram nesta segunda-feira (30), \u00e0s mais de tr\u00eas bilh\u00f5es de pessoas confinadas em suas casas para tentar conter a propaga\u00e7\u00e3o do novo coronav\u00edrus, uma pandemia que j\u00e1 deixou mais de 700.000 infectados no planeta e que o presidente americano, Donald Trump, parou de minimizar. 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