A produ\u00e7\u00e3o industrial brasileira avan\u00e7ou 7% em maio, na compara\u00e7\u00e3o com abril, conforme divulgou nesta quinta-feira (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE). A alta vem ap\u00f3s dois meses seguidos de queda e de um tombo recorde em abril (-18,8%).<\/p>\n

Embora tenha sido a maior alta j\u00e1 registrada pela pesquisa para um m\u00eas de maio, o avan\u00e7o eliminou apenas parte das perdas acumuladas desde o in\u00edcio da pandemia de coronav\u00edrus.<\/p>\n

“O crescimento, no entanto, foi insuficiente para reverter a queda de 26,3% acumulada nos meses de mar\u00e7o e abril. Com isso, o setor atinge o segundo patamar mais baixo desde o in\u00edcio da s\u00e9rie hist\u00f3rica da Pesquisa Industrial Mensal, sendo que o menor n\u00edvel foi registrado em abril deste ano”, informou o IBGE.<\/p>\n

Na compara\u00e7\u00e3o com maio de 2019, houve queda de 21,9%, s\u00e9timo resultado negativo seguido nesse tipo de compara\u00e7\u00e3o e a segunda queda mais elevada desde o in\u00edcio da s\u00e9rie hist\u00f3rica, atr\u00e1s apenas do resultado de abril (-27,3%).<\/p>\n

No ano, a ind\u00fastria acumulou queda de 11,2%. Em 12 meses, o recuo \u00e9 de 5,4%, o mais intenso desde dezembro de 2016 (-6,4%).<\/p>\n

Com a leve recupera\u00e7\u00e3o em maio, o patamar da produ\u00e7\u00e3o industrial brasileira est\u00e1 34,1% abaixo de seu pico hist\u00f3rico, alcan\u00e7ado em maio de 2011.<\/p>\n

\u201cA partir do \u00faltimo ter\u00e7o de mar\u00e7o, v\u00e1rias plantas industriais foram fechadas, sendo que, em abril, algumas ficaram o m\u00eas inteiro praticamente sem produ\u00e7\u00e3o, culminando no pior resultado da ind\u00fastria na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa. O m\u00eas de maio j\u00e1 demonstra algum tipo de volta \u00e0 produ\u00e7\u00e3o, mas a expans\u00e3o de 7%, apesar de ter sido a mais elevada desde junho de 2018 (12,9%), se deve, principalmente, a uma base de compara\u00e7\u00e3o muito baixa\u201d, explicou Andr\u00e9 Macedo, gerente da pesquisa.<\/p>\n

Alta em 20 dos 26 segmentos<\/strong><\/h3>\n

Entre os segmentos de atividades, o crescimento frente ao m\u00eas anterior foi generalizado, alcan\u00e7ando todas as grandes categorias econ\u00f4micas e com alta em 20 dos 26 ramos pesquisados.<\/p>\n

\u201cAs atividades foram impulsionadas, em grande medida, pelo retorno \u00e0 produ\u00e7\u00e3o (mesmo que parcialmente) de unidades produtivas, ap\u00f3s as interrup\u00e7\u00f5es da produ\u00e7\u00e3o ocorridas em v\u00e1rias unidades produtivas, por efeito da pandemia\u201d, afirmou Macedo.<\/p>\n

A influ\u00eancia positiva mais relevante foi assinalada por ve\u00edculos automotores, reboques e carrocerias (244,4%), que interrompeu dois meses seguidos de queda na produ\u00e7\u00e3o e marcou a expans\u00e3o mais acentuada desde o in\u00edcio da s\u00e9rie da pesquisa, mas ainda assim se encontra 72,8% abaixo do patamar de fevereiro.<\/p>\n

Outros destaques positivos foram os segmentos de coque, produtos derivados do petr\u00f3leo e biocombust\u00edveis (16,2%), que voltou a crescer ap\u00f3s acumular perda de 20,0% em tr\u00eas meses consecutivos de taxas negativas, e bebidas (65,6%), que eliminou parte da redu\u00e7\u00e3o de 49,6% acumulada nos meses de mar\u00e7o e abril de 2020.<\/p>\n

Entre as atividades que permaneceram no vermelho em maio, destaque para ind\u00fastrias extrativas (-5,6%), celulose, papel e produtos de papel (-6,4%) e perfumaria, sab\u00f5es, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-6%).<\/p>\n

Resultado por grandes categorias<\/strong><\/h3>\n

Entre as grandes categorias econ\u00f4micas, ainda em compara\u00e7\u00e3o com abril, os maiores avan\u00e7os foram na produ\u00e7\u00e3o de bens de consumo dur\u00e1veis (92,5%) e em bens de capital (28,7%), com ambos interrompendo dois meses seguidos de queda e marcando as altas mais elevadas desde o in\u00edcio de suas s\u00e9ries hist\u00f3ricas. Apesar dos resultados positivos elevados, os segmentos tamb\u00e9m se encontram bem abaixo do patamar de fevereiro: -69,5% e -36,1%, respectivamente.<\/p>\n

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• bens de consumo dur\u00e1veis: 92,5%<\/li>\n
• bens de capital: 28,7%<\/li>\n
• bens de consumo semi e n\u00e3o-dur\u00e1veis: 8,4%<\/li>\n
• bens intermedi\u00e1rios: 5,2%<\/li>\n<\/ul>\n

  Cen\u00e1rio de recess\u00e3o e perspectivas<\/strong><\/h3>\n

  A avalia\u00e7\u00e3o dos analistas \u00e9 que o pior da crise pode j\u00e1 ter ficado para tr\u00e1s, mas a recupera\u00e7\u00e3o das perdas dever\u00e1 se dar de maneira muito gradual em meio aos impactos da pandemia do coronav\u00edrus na economia brasileira e mundial.<\/p>\n

  Em junho, a confian\u00e7a da ind\u00fastria aumentou 16,2 pontos em junho, alcan\u00e7ando 77,6 pontos, segundo indicador da FGV. Apesar da segunda alta consecutiva, o \u00edndice recuperou apenas metade dos 39,3 pontos perdidos entre mar\u00e7o e abril.<\/p>\n

  O Comit\u00ea de Data\u00e7\u00e3o de Ciclos Econ\u00f4micos (Codace), da Funda\u00e7\u00e3o Getulio Vargas (FGV), avalia que o Brasil entrou em recess\u00e3o j\u00e1 no 1\u00ba trimestre, sem ter recuperado todas as perdas da recess\u00e3o de 2014-2016.<\/p>\n

  A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que a expectativa do mercado \u00e9 de retra\u00e7\u00e3o de 6,54% para a economia brasileira este ano, indo a um crescimento de 3,50% em 2021. J\u00e1 o Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) projeta que a economia brasileira ir\u00e1 recuar 9,1% neste ano. Se confirmada as previs\u00f5es, o tombo da economia brasileira dever\u00e1 ser o maior em 120 anos, pelo menos.<\/p>\n

  Por G1 <\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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