N\u00e3o \u00e9 novidade que todas as mudan\u00e7as de rotina impostas em raz\u00e3o do novo coronav\u00edrus impactaram a vida de todos. A pandemia e o isolamento social j\u00e1 v\u00eam deixando marcas na sa\u00fade psicol\u00f3gica da popula\u00e7\u00e3o. Segundo um estudo realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o n\u00famero de casos de depress\u00e3o quase dobrou, enquanto os de ansiedade e estresse aumentaram cerca de 80%.<\/p>\n
Para os baixinhos, n\u00e3o seria diferente. Apesar de n\u00e3o serem o foco de maior preocupa\u00e7\u00e3o neste momento, j\u00e1 que n\u00e3o apresentam tanto risco em caso de infec\u00e7\u00e3o por Covid-19, as consequ\u00eancias da pandemia e isolamento social tamb\u00e9m afetam as crian\u00e7as.<\/p>\n
Um estudo publicado pelo N\u00facleo Ci\u00eancia pela Inf\u00e2ncia (NCPI) analisa como as mudan\u00e7as na conviv\u00eancia familiar e na rotina podem atrapalhar o desenvolvimento de crian\u00e7as na primeira inf\u00e2ncia (0 a 6 anos), e alterar importantes intera\u00e7\u00f5es positivas, como um ambiente favor\u00e1vel para descobertas.<\/p>\n
Um dos principais impactos da pandemia \u00e9 a conviv\u00eancia familiar sob tens\u00e3o. O problema pode provocar o \u201cestresse t\u00f3xico\u201d, quando a crian\u00e7a experimenta um longo per\u00edodo de adversidades sem o suporte de um adulto, revela o NPCI. Segundo o artigo, o estresse \u00e9 origin\u00e1rio do confronto entre uma situa\u00e7\u00e3o de desconforto e os recursos que est\u00e3o dispon\u00edveis para que o indiv\u00edduo lide com ela.<\/p>\n
Em situa\u00e7\u00f5es estressantes, os neur\u00f4nios que controlam as respostas de medo ficam mais ativos, fazendo com que o c\u00e9rebro interprete situa\u00e7\u00f5es como amea\u00e7adoras, reagindo de acordo, o que aumenta a produ\u00e7\u00e3o de horm\u00f4nios como adrenalina e cortisol. De forma prolongada, o estresse pode desregular o sistema neuroend\u00f3crino, afetando outros \u00f3rg\u00e3os e sistemas, como o imunol\u00f3gico. Tamb\u00e9m pode aumentar o risco de doen\u00e7as na vida adulta, como ansiedade e depress\u00e3o.<\/p>\n
De acordo com a pesquisa, \u00e9 esperado que os pequenos de at\u00e9 6 anos passem a ter comportamentos como dormir mal, demonstrar apatia, ter o apetite afetado, chorar e apresentar distanciamento, j\u00e1 que \u00e9 essa maneira que eles encontram para lidar com situa\u00e7\u00f5es inesperadas e adversas. No entanto, acabam sendo prejudiciais aos processos de desenvolvimento, aprendizagem e conviv\u00eancia.<\/p>\n
Ainda segundo a pesquisa, que reuniu dados levantados em pa\u00edses como Brasil e China, em raz\u00e3o das dificuldades em atender tr\u00eas principais necessidades das crian\u00e7as \u2013 autonomia, sensa\u00e7\u00e3o de pertencimento e controle da situa\u00e7\u00e3o \u2013, a pandemia provocou depend\u00eancia excessiva dos pais (36%), desaten\u00e7\u00e3o (32%), problemas de sono (21%) e falta de apetite (18%).<\/p>\n
O artigo tamb\u00e9m apontou que, devido a perda de quase todos os referenciais durante o isolamento, como av\u00f3s, amigos e familiares, as crian\u00e7as mais novas (at\u00e9 3 anos), desenvolveram maior depend\u00eancia dos pais. Outro problema foi sentido devido a um maior tempo de exposi\u00e7\u00e3o a telas, como televis\u00e3o, videogame e celular.<\/p>\n
Seja para lidar com o t\u00e9dio, falar com familiares ou acompanhar aulas virtuais, a maior exposi\u00e7\u00e3o a eletr\u00f4nicos pode provocar irrita\u00e7\u00e3o e alterar a forma de rea\u00e7\u00e3o de algumas crian\u00e7as, impactando principalmente o sono, pois afeta a libera\u00e7\u00e3o de melatonina, horm\u00f4nio que come\u00e7a a ser produzido ao anoitecer, enquanto a luz solar vai diminuindo.<\/p>\n
Com mais incid\u00eancia de luz artificial e, consequentemente, menos melatonina, o sono durante a noite tende a ter mais despertares, provocando mais irrita\u00e7\u00e3o e prejudicando a capacidade de aten\u00e7\u00e3o e conviv\u00eancia familiar.<\/p>\n
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