Desde o in\u00edcio da pandemia e o distanciamento social exigido pela pandemia de Covid-19, um dos problemas sociais que mais se agravaram foi o da viol\u00eancia dom\u00e9stica. S\u00f3 no m\u00eas de abril, auge do isolamento, o n\u00famero de den\u00fancias feitas ao 180 deu um salto de quase 40% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior, segundo dados do Minist\u00e9rio da Mulher, da Fam\u00edlia e dos Direitos Humanos (MMDH).<\/p>\n

Apesar do maior volume de den\u00fancias registrado, o aumento da viol\u00eancia dom\u00e9stica escapa das estat\u00edsticas dos \u00f3rg\u00e3os de seguran\u00e7a p\u00fablica. A subnotifica\u00e7\u00e3o \u00e9 consenso entre ju\u00edzes, promotores, advogados e autoridades que lidam com o problema. Em raz\u00e3o do conv\u00edvio social, a v\u00edtima fica ref\u00e9m do agressor, e muitas vezes, impossibilitada de realizar uma liga\u00e7\u00e3o ou comparecer at\u00e9 uma delegacia para realizar um boletim de ocorr\u00eancia.<\/p>\n

Por esse motivo, diversas campanhas foram criadas pela sociedade civil, como um \u201cX\u201d vermelho desenhado na palma da m\u00e3o e at\u00e9 um bot\u00e3o do p\u00e2nico em um aplicativo de loja online. Para dar continuidade a estrat\u00e9gias como estas, o Ligue 180 disponibilizou um canal de den\u00fancias de viol\u00eancia dom\u00e9stica pelo aplicativo de mensagens WhatsApp \u2013 n<\/strong>\u00ba (61) 99656-5008<\/strong><\/a>. A iniciativa foi lan\u00e7ada na \u00faltima quinta-feira (29), pelo Minist\u00e9rio da Mulher, da Fam\u00edlia e dos Direitos Humanos.<\/p>\n

Segundo a ministra Damares Alves, \u201co WhatsApp faz oficialmente parte dessa rede de prote\u00e7\u00e3o a mulher\u201d. Ela explicou que o aplicativo ser\u00e1 utilizado para atender e orientar principalmente mulheres em situa\u00e7\u00e3o de viol\u00eancia que convivem permanentemente com seus agressores e n\u00e3o t\u00eam condi\u00e7\u00f5es de acessar um site ou realizar uma liga\u00e7\u00e3o. Com esse canal, o pedido de ajuda fica mais acess\u00edvel. A ministra tamb\u00e9m afirmou que o canal vai possibilitar que a denunciante registre a queixa j\u00e1 com imagens enviadas pelo pr\u00f3prio telefone, o que pode agilizar a concess\u00e3o de medidas protetivas.<\/p>\n

Assim como o site, o aplicativo Direitos Humanos Brasil e o Ligue 180, o servi\u00e7o pelo WhatsApp est\u00e1 dispon\u00edvel 24 horas por dia. Al\u00e9m de receber den\u00fancias, o servi\u00e7o oferece orienta\u00e7\u00e3o jur\u00eddica, al\u00e9m de encaminhar a v\u00edtima para redes de apoio e de enfrentamento \u00e0 viol\u00eancia dom\u00e9stica. Al\u00e9m disso, a Central de Atendimento a Mulher<\/strong><\/a> tamb\u00e9m atende mulheres brasileiras que vivem no exterior e est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de viol\u00eancia ou sofreram alguma viola\u00e7\u00e3o dos direitos humanos.<\/p>\n

O canal, no entanto, surge com pelo menos seis meses de atraso, depois do in\u00edcio das medidas de isolamento, que agravaram o quadro do problema, n\u00e3o s\u00f3 no Brasil, mas no mundo inteiro. Entre os meses de mar\u00e7o e abril, por exemplo, os casos de feminic\u00eddio \u2013 morte causada por viol\u00eancia dom\u00e9stica ou discrimina\u00e7\u00e3o de g\u00eanero \u2013 cresceram cerca de 22% em pelo menos 12 estados do pa\u00eds, segundo dados fornecidos pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP).<\/p>\n

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