O Disney+, servi\u00e7o de streaming da gigante de anima\u00e7\u00f5es, entretenimento em parques e produtos licenciados, chega ao Brasil hoje (17). A novidade explora um novo mercado j\u00e1 com for\u00e7a: criado no ano passado, o Disney+ acumula 73 milh\u00f5es de usu\u00e1rios.<\/p>\n
A Disney est\u00e1 surfando na onda de um mercado em ascens\u00e3o. A empresa de pesquisa de mercado Allied Market Research estimou que o mercado global de transmiss\u00e3o online de conte\u00fado atingiu faturamento de US$ 38,56 bilh\u00f5es em 2018. O crescimento m\u00e9dio anual deve ser 18,3% entre 2019 e 2026, chegando a US$ 149,34 bilh\u00f5es ao ano no fim desse per\u00edodo.<\/p>\n
Esse estudo foi publicado antes da pandemia do novo coronav\u00edrus. O mercado de streaming se tornou ainda maior, a julgar pelos resultados dos principais players do setor.<\/p>\n
A euforia dos \u00faltimos tempos estimulou a cria\u00e7\u00e3o de diversos servi\u00e7os de streaming \u2013 mas estar\u00edamos chegando a um limite? O bolso do brasileiro comporta tantas assinaturas? O InfoMoney coletou estudos e falou com Thiago Romariz, empreendedor e especialista no mercado de streaming, para saber como o segmento se adaptar\u00e1 a um mercado que concorre cada vez mais por espa\u00e7o na carteira dos seus usu\u00e1rios.<\/p>\n
Duas teorias reinaram ao longo de 2020: ou o isolamento social favoreceria servi\u00e7os de streaming, ou as ondas de desemprego em muitos pa\u00edses trariam cancelamentos de produtos considerados sup\u00e9rfluos.<\/p>\n
A primeira hip\u00f3tese se confirmou. A l\u00edder de mercado Netflix ganhou 26 milh\u00f5es de assinantes no primeiro semestre de 2020, contra 12 milh\u00f5es no mesmo per\u00edodo de 2019. O n\u00famero total de assinantes do servi\u00e7o de streaming chegou a 195 milh\u00f5es. O terceiro trimestre j\u00e1 mostrou uma desacelera\u00e7\u00e3o no crescimento, mas ainda traz resultados s\u00f3lidos: teve saldo positivo (entre pessoas que contrataram e cancelaram o servi\u00e7o) de 2,2 milh\u00f5es de assinantes e lucro l\u00edquido de US$ 790 milh\u00f5es, contra US$ 665 milh\u00f5es no mesmo per\u00edodo de 2019.<\/p>\n
Romariz, que \u00e9 cofundador do aplicativo de curadoria de streaming Chippu, diz que a Netflix inaugurou o mercado e se provou ao longo dos anos. \u201cAs pessoas n\u00e3o enxergavam valor em um cat\u00e1logo de filmes, em troca dos 120 canais de uma televis\u00e3o a cabo. Mas o tempo mostrou a superioridade de um servi\u00e7o sob demanda\u201d, diz.<\/p>\n
A Amazon tamb\u00e9m foi uma das pioneiras, com o lan\u00e7amento do seu servi\u00e7o de v\u00eddeos sob demanda em 2006. Mas as empresas que eram conhecidas pela produ\u00e7\u00e3o de conte\u00fado audiovisual demoraram a acordar. O Disney+ foi lan\u00e7ado no ano passado e o HBO Max (da WarnerMedia) neste ano.<\/p>\n
Enquanto Netflix e Amazon tentam ganhar mais produ\u00e7\u00f5es originais e reconhecimento da ind\u00fastria cinematogr\u00e1fica, os players que v\u00eam desse mercado tentam entender este novo momento e o modelo de neg\u00f3cio associado a ele.<\/p>\n
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\u00a0\u201cA Netflix conseguiu atender r\u00e1pido seu p\u00fablico e criar o h\u00e1bito de maratonar s\u00e9ries. Agora, passa para seu segundo momento do streaming: criar conte\u00fado para consumidores mais exigentes. Disney e Warner nasceram como produtoras de v\u00eddeos, n\u00e3o como empresas de tecnologia. Elas est\u00e3o na primeira fase, criando bra\u00e7os tecnol\u00f3gicos e mudando sua forma de produzir conte\u00fado\u201d, diz Romariz. \u201cN\u00e3o adianta a Disney lan\u00e7ar um filme da Marvel por ano para que o Disney+ exploda. Ela precisa de filmes e s\u00e9ries mensais, al\u00e9m dos seus grandes sucessos para os cinemas.\u201d<\/p>\n
A transmiss\u00e3o de conte\u00fado pela internet \u00e9 uma das estrat\u00e9gias da Disney depois de enfrentar tempos dif\u00edceis, com cruzeiros e parques fechados e uma demiss\u00e3o de 28.000 trabalhadores no final de setembro. A Warner Media passa por problemas similares, com gastos com atra\u00e7\u00f5es presenciais, filmes e publicidades comprometidos nos \u00faltimos meses.<\/p>\n
O interesse pelo streaming tamb\u00e9m \u00e9 verdadeiro em terras brasileiras. O n\u00famero de assinantes da Netflix no Brasil ultrapassou os da TV por assinatura em junho deste ano, segundo a consultoria de pesquisa americana Bernstein.<\/p>\n
Naquele m\u00eas, o servi\u00e7o de streaming tinha 17 milh\u00f5es de assinantes no Brasil. Isso torna o pa\u00eds o segundo maior mercado da Netflix no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos (60 milh\u00f5es de assinaturas). Enquanto isso, 15,2 milh\u00f5es de lares tinham acesso a canais pagos no pa\u00eds em junho, segundo dados da Ag\u00eancia Nacional de Telecomunica\u00e7\u00f5es (Anatel).<\/p>\n
\u201cA Netflix est\u00e1 ganhando no Brasil porque oferece um produto superior por um quarto do pre\u00e7o da TV paga\u201d, escreveram os analistas da Bernstein. Romariz afirma que \u201cos servi\u00e7os de streaming j\u00e1 foram mais baratos, mas ainda s\u00e3o acess\u00edveis em compara\u00e7\u00e3o com canais pagos\u201d.<\/p>\n
A l\u00edder do streaming teria definido n\u00e3o apenas um setor, mas um limite de pre\u00e7o. \u201cSe voc\u00ea define uma mensalidade acima de R$ 32 [plano padr\u00e3o da Netflix], \u00e9 dif\u00edcil que as pessoas arquem sem um grande diferencial. As pessoas escolhem primeiro pelo pre\u00e7o e depois pelo cat\u00e1logo.\u201d<\/p>\n
O futuro \u00e9 promissor para o streaming no Brasil. A HBO anunciou que o servi\u00e7o de streaming HBO Max ter\u00e1 como segundo destino a Am\u00e9rica Latina, depois do seu lan\u00e7amento em maio deste ano nos Estados Unidos.<\/p>\n
O cofundador do Chippu destaca que os servi\u00e7os de transmiss\u00e3o de conte\u00fado online s\u00e3o um dos muitos neg\u00f3cios que encontram ader\u00eancia no pa\u00eds, que \u00e9 conhecido pela penetra\u00e7\u00e3o do digital. O Brasil j\u00e1 tem mais smartphones do que habitantes. \u201cA internet dita tend\u00eancias e faz as pessoas gastarem, da classe C at\u00e9 a elite\u201d, diz Romariz.<\/p>\n
Mas o empreendedor e especialista em streaming tamb\u00e9m frisa alguns obst\u00e1culos para a democratiza\u00e7\u00e3o da transmiss\u00e3o online de conte\u00fado. O pa\u00eds ainda precisa melhorar o acesso \u00e0 banda larga e, principalmente, sua qualidade. Outro ponto \u00e9 o acesso a aparelhos que transformam televis\u00f5es tradicionais em inteligentes, como o Chromecast.<\/p>\n
Cobrando uma mensalidade de R$ 21,90 a R$ 45,90, a l\u00edder de mercado Netflix defende como diferencial sua estrutura de parcerias com produtoras pelo mundo e lan\u00e7amentos constantes. O Amazon Prime apresenta como diferenciais uma mensalidade agressiva, de R$ 9,90, e conex\u00e3o com outros servi\u00e7os e com o leque de produtos \u00e0 venda na plataforma da gigante de com\u00e9rcio eletr\u00f4nico (veja 7 sinais de que a Amazon quer dominar o varejo no Brasil).<\/p>\n
J\u00e1 o Disney+ chega custando R$ 27,90 por m\u00eas, divulgando marcas altamente reconhecidas: Marvel, Pixar e Star Wars.<\/p>\n
Mas o bolso do brasileiro comporta tantos servi\u00e7os? \u201cA pandemia s\u00f3 potencializou a satura\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os de streaming. Veremos a agrega\u00e7\u00e3o desses servi\u00e7os, porque contratar essas plataformas separadamente tornaria o pre\u00e7o parecido com o da televis\u00e3o a cabo\u201d, diz Romariz.<\/p>\n
A parceria pode ser firmada entre as pr\u00f3prias empresas, como fizeram Disney+ e Globoplay. As marcas oferecem pacotes conjuntos a partir de R$ 37,90 por m\u00eas. \u201cSer\u00e1 mais comum quando um dos competidores est\u00e1 em terceiro ou quarto lugar em termos de base de usu\u00e1rios\u201d, diz o cofundador do Chippu.<\/p>\n
Mas \u00e9 dif\u00edcil marcas darem o bra\u00e7o a torcer, ou fazer a associa\u00e7\u00e3o durar por muito tempo. Outra forma de agregar esses servi\u00e7os \u00e9 por meio de empresas de telefonia e televis\u00e3o \u2013 muitas operadoras j\u00e1 vendem pacotes que incluem a assinatura da Netflix.<\/p>\n
Uma \u00faltima fonte de agrega\u00e7\u00e3o dos servi\u00e7os de streaming s\u00e3o empresas de outros setores, mas interessadas nessas bases de usu\u00e1rios. O Disney+ j\u00e1 se associou ao Mercado Livre, por exemplo. A plataforma de com\u00e9rcio eletr\u00f4nico dar\u00e1 um desconto de at\u00e9 seis meses no Disney+ aos usu\u00e1rios que realizarem a assinatura do servi\u00e7o financeiro Mercado Pago por 12 meses.<\/p>\n
\u201cO Disney+ veio em um pre\u00e7o m\u00e9dio, ent\u00e3o n\u00e3o pode usar a mesma estrat\u00e9gia do Amazon Prime. O servi\u00e7o aposta nas parcerias e promo\u00e7\u00f5es \u2013 e outros servi\u00e7os de streaming fazem isso tamb\u00e9m, como a pr\u00f3pria Netflix\u201d, diz Romariz. \u201cNo fim das contas, vai ser ben\u00e9fico ao usu\u00e1rio. N\u00e3o d\u00e1 para assinar cinco servi\u00e7os recorrentes de forma separada, especialmente com pouca folga no or\u00e7amento.\u201d<\/p>\n
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O Disney+, servi\u00e7o de streaming da gigante de anima\u00e7\u00f5es, entretenimento em parques e produtos licenciados, chega ao Brasil hoje (17). A novidade explora um novo mercado j\u00e1 com for\u00e7a: criado no ano passado, o Disney+ acumula 73 milh\u00f5es de usu\u00e1rios. A Disney est\u00e1 surfando na onda de um mercado em ascens\u00e3o. A empresa de pesquisa […]<\/p>\n","protected":false},"author":45,"featured_media":168477,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"footnotes":""},"categories":[186],"tags":[5],"acf":[],"yoast_head":"\n