A enfermeira J\u00e9ssica Pires de Camargo, de 30 anos, assumiu no \u00faltimo domingo (17) a tarefa de aplicar as primeiras doses da Coronavac no pa\u00eds, a vacina do Instituto Butantan e do laborat\u00f3rio chin\u00eas Sinovac contra a Covid-19.<\/p>\n
Ao vacinar a colega de profiss\u00e3o M\u00f4nica Calazans, de 54 anos, que tornou-se a primeira pessoa a ser imunizada no Brasil, J\u00e9ssica afirma que lembrou de todos os profissionais de sa\u00fade do pa\u00eds que perderam a vida na linha de frente contra a Covid-19 nos \u00faltimos meses.<\/p>\n
\u201cEu n\u00e3o perdi amigos. Mas pensei muito na situa\u00e7\u00e3o atual do nosso pa\u00eds, agora que o n\u00famero de casos voltou a crescer. [Os profissionais de sa\u00fade] est\u00e3o cansados? Est\u00e3o. Mas a gente n\u00e3o pode perder essa conscientiza\u00e7\u00e3o de que o trabalho ainda continua. A chegada da vacina traz um sentimento de esperan\u00e7a para que agora as coisas se encaminhem, esperan\u00e7a que a pandemia acabe logo. E que as vidas perdidas n\u00e3o sejam esquecidas\u201d, afirmou a enfermeira.<\/p>\n
Na profiss\u00e3o h\u00e1 oito anos, J\u00e9ssica n\u00e3o trabalha diretamente no trato com pacientes com Covid-19, mas h\u00e1 meses atua na retaguarda do controle da pandemia, na coordenaria de Controle de Doen\u00e7as da Secretaria Estadual da Sa\u00fade de S\u00e3o Paulo.<\/p>\n
\u201cFoi um momento especial. Um sentimento de orgulho e esperan\u00e7a ao mesmo tempo, porque h\u00e1 muito tempo a gente est\u00e1 trabalhando com essa quest\u00e3o da vacina\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus. S\u00e3o muitos profissionais envolvidos, como os trabalhadores que est\u00e3o na linha de frente\u201d, completou.<\/p>\n
Ela conta que foi informada na sexta-feira (15) que seria a respons\u00e1vel por aplicar as primeiras doses da vacina Coronavac no Brasil e diz que foi surpreendida com a not\u00edcia.<\/p>\n
\u201cFoi uma surpresa. Eu n\u00e3o achava que seria a primeira. Senti muito orgulho por conta disso, por saber que todo aquele trabalho que a gente fez valeu a pena. \u00c9 um momento hist\u00f3rico que com certeza vou contar no futuro para minha filha, que hoje tem apenas um ano e meio\u201d, afirma.<\/p>\n
J\u00e9ssica Pires afirma que o principal sentimento que ela gostaria de registrar do evento deste domingo (17) \u00e9 o de entendimento de todos os brasileiros do papel importante da vacina\u00e7\u00e3o e dos cuidados pessoais para controlar a pandemia no estado.<\/p>\n
\u201cO sentimento de esperan\u00e7a para que agora as coisas se encaminhem, e n\u00e3o s\u00f3 o governo federal, mas todas as pessoas se conscientizem de que \u00e9 importante essa vacina\u00e7\u00e3o. Ela tem uma efic\u00e1cia boa, independente se \u00e9 para caso grave ou n\u00e3o. Com isso, n\u00f3s vamos ter uma diminui\u00e7\u00e3o nos casos. N\u00e3o vai ser de uma hora para outra que os casos v\u00e3o diminuir, por\u00e9m, a gente espera que tenha um impacto no fim dessa campanha de vacina\u00e7\u00e3o. E que todos os governantes tenham no\u00e7\u00e3o disso tamb\u00e9m\u201d, disse.<\/p>\n
“Falo com seguran\u00e7a e propriedade, n\u00e3o tenham medo”. A frase \u00e9 da enfermeira M\u00f4nica Calazans, de 54 anos, primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil.<\/p>\n
A enfermeira foi imunizada neste domingo (17), no Hospital das Cl\u00ednicas, em S\u00e3o Paulo. O governo paulista aplicou a primeira dose da CoronaVac minutos ap\u00f3s a Ag\u00eancia Nacional de Vigil\u00e2ncia Sanit\u00e1ria (Anvisa) aprovar o uso emergencial da vacina.<\/p>\n
“Que a popula\u00e7\u00e3o acredite na vacina. Estou falando agora como mulher, brasileira, mulher negra, que acreditem na vacina. Vamos pensar no monte de vidas que n\u00f3s perdemos, quantas fam\u00edlias n\u00f3s perdemos, quantos pais, m\u00e3es, irm\u00e3os. Eu quase perdi um irm\u00e3o tamb\u00e9m com Covid. E diante disso \u00e9 que eu tomei coragem e participei da campanha da vacina.”<\/p>\n
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