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Uma delas foi atendida pela primeira vez em meados de abril de 2020 e relatou que vinha h\u00e1 20 dias vivenciando sintomas como tosse seca, dor de cabe\u00e7a, fraqueza, dor no corpo e nas articula\u00e7\u00f5es. Um exame de RT-PCR feito 22 dias ap\u00f3s o in\u00edcio do quadro confirmou a presen\u00e7a do v\u00edrus no organismo e, nos dias seguintes, a paciente apresentou n\u00e1usea, v\u00f4mito, perda de olfato e paladar. Um segundo teste molecular feito 37 dias ap\u00f3s o in\u00edcio dos sintomas tamb\u00e9m teve resultado positivo. Em meados de maio, a maioria das queixas havia desaparecido, exceto dor de cabe\u00e7a e fraqueza.<\/p>\n

J\u00e1 no segundo caso relatado, a mulher apresentou febre, dor de cabe\u00e7a, tosse, fraqueza, coriza, n\u00e1usea, dor no corpo e nas articula\u00e7\u00f5es em meados de maio. Ela permaneceu sintom\u00e1tica durante 35 dias. O primeiro teste de RT-PCR foi feito cinco dias ap\u00f3s o in\u00edcio dos sintomas e deu positivo. Como o problema persistiu, um segundo teste foi feito no 24\u00ba dia e, novamente, a presen\u00e7a do RNA viral foi confirmada.<\/p>\n

\u2014 Ap\u00f3s diversos testes, confirmamos que o v\u00edrus ali presente ainda estava vi\u00e1vel, ou seja, era capaz de se replicar e de infectar outras pessoas \u2014 afirma a professora do IMT-USP, Maria Cassia Mendes-Correa, \u00e0 Ag\u00eancia FAPESP.<\/p>\n

Na avalia\u00e7\u00e3o da pesquisadora, portanto, os dez dias de isolamento recomendados atualmente pelo Centro de Controle de Doen\u00e7as (CDC) dos Estados Unidos para casos leves podem n\u00e3o ser suficientes para evitar novas contamina\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

O grupo de cientistas tamb\u00e9m acompanhou durante seis semanas outros 50 pacientes para estudar o tempo de persist\u00eancia do v\u00edrus no organismo.<\/p>\n

\u2014 As an\u00e1lises indicam que o RNA viral permanece detect\u00e1vel por mais tempo na saliva e na secre\u00e7\u00e3o nasofar\u00edngea. Em 18% dos volunt\u00e1rios, o teste de RT-PCR nesse tipo de amostra permaneceu positivo por at\u00e9 50 dias. Entre estes, 6% mantiveram-se transmissores [com o v\u00edrus ainda se multiplicando] durante 14 dias \u2014 explica.<\/p>\n

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Transmiss\u00e3o pode ocorrer por meses<\/strong><\/h3>\n

A pesquisa conduzida no IMT-USP tamb\u00e9m monitorou indiv\u00edduos imunossuprimidos infectados pelo novo coronav\u00edrus. At\u00e9 o momento, dez volunt\u00e1rios j\u00e1 foram inclu\u00eddos no projeto e um deles permanece com a infec\u00e7\u00e3o ativa no organismo h\u00e1 mais de seis meses.<\/p>\n

\u2014 Trata-se de um paciente submetido a um transplante de medula \u00f3ssea antes de ocorrer a infec\u00e7\u00e3o. As an\u00e1lises indicam que a carga viral em seu organismo \u00e9 elevada e que o v\u00edrus \u00e9 altamente infectante. Por esse motivo ele continua em isolamento, mesmo passado um longo per\u00edodo ap\u00f3s o in\u00edcio dos sintomas \u2014 destaca Mendes-Correa.<\/p>\n

A pesquisadora ressalta a necessidade de monitorar com aten\u00e7\u00e3o casos como esse, que oferecem condi\u00e7\u00f5es ideais para o surgimento de variantes virais potencialmente mais agressivas.<\/p>\n

Com informa\u00e7\u00f5es da Ag\u00eancia FAPESP<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O novo coronav\u00edrus pode permanecer ativo no organismo de alguns pacientes com sintomas leves por mais de 30 dias, per\u00edodo superior \u00e0 recomenda\u00e7\u00e3o de isolamento de 14 dias. Isso \u00e9 o que estudos conduzidos no Instituto de Medicina Tropical da Universidade de S\u00e3o Paulo (IMT-USP) t\u00eam apontado. Em artigo divulgado na plataforma medRxiv, em processo […]<\/p>\n","protected":false},"author":45,"featured_media":172060,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"footnotes":""},"categories":[190,280,216],"tags":[5],"acf":[],"yoast_head":"\n