O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sinalizou a aliados que n\u00e3o deve dar andamento aos eventuais pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a serem apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro. Cabe exclusivamente ao Senado analisar este tipo de caso.<\/p>\n

De acordo com relatos, Pacheco tratou do assunto com pessoas pr\u00f3ximas, entre elas o ex-presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que est\u00e1 alinhado no sentido de enterrar qualquer eventual processo de afastamento dos ministros do STF. Para eles, a pauta n\u00e3o tem chance de avan\u00e7ar no Legislativo. O processo s\u00f3 pode seguir se o presidente do Senado fizer a leitura do documento em plen\u00e1rio. Do contr\u00e1rio, ficar\u00e1 na gaveta juntos aos outros 17 pedidos que miram ministros da Corte atualmente.<\/p>\n

No in\u00edcio de 2019, Alcolumbre, que \u00e9 ligado ao governo, conseguiu barrar a cria\u00e7\u00e3o de uma Comiss\u00e3o Parlamentar de Inqu\u00e9rito (CPI), da Lava Toga, para apurar eventuais irregularidades em tribunais superiores, mesmo diante de press\u00e3o popular e ap\u00f3s um grupo de senadores conseguirem reunir assinaturas necess\u00e1rias.<\/p>\n

Pacheco tem evitado fazer coment\u00e1rios p\u00fablicos no momento por considerar que n\u00e3o seria prudente antecipar uma posi\u00e7\u00e3o sobre o assunto antes de receber os pedidos de impeachment formalmente. Pelo mesmo motivo, ele inicialmente enviou recados por emiss\u00e1rios ao presidente do STF, Luiz Fux, para tentar pacificar a rela\u00e7\u00e3o entre os poderes. O GLOBO apurou que ontem, no final do dia, os dois se falaram por telefone.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, aliados consideram que n\u00e3o seria prudente que Pacheco se posicionasse abertamente sobre as declara\u00e7\u00f5es do presidente antes de saber se ele est\u00e1 mesmo disposto a protocolar o pedido com a autoria do Pal\u00e1cio do Planalto, o que poderia causar responsabiliza\u00e7\u00e3o jur\u00eddica contra ele. Bolsonaro, por sua vez, ainda estuda a melhor forma de apresentar os pedidos.<\/p>\n

Na segunda-feira, Pacheco usou as redes sociais para mandar recados ao Planalto. Em nota, ele afirmou que “patriotas s\u00e3o aqueles que unem o Brasil, e n\u00e3o os que querem dividi-lo”. Sem citar nomes, o presidente do Senado tamb\u00e9m disse que o Congresso “n\u00e3o permitir\u00e1 retrocessos”.<\/p>\n

“O di\u00e1logo entre os Poderes \u00e9 fundamental e n\u00e3o podemos abrir m\u00e3o dele, jamais. Fechar portas, derrubar pontes, exercer arbitrariamente suas pr\u00f3prias raz\u00f5es s\u00e3o um desservi\u00e7o ao pa\u00eds. Portanto, \u00e9 recomend\u00e1vel, nesse momento de crise, mais do que nunca, a busca de consensos e o respeito \u00e0s diferen\u00e7as. Patriotas s\u00e3o aqueles que unem o Brasil, e n\u00e3o os que querem dividi-lo”, escreveu Pacheco.<\/p>\n

Em seguida, ele declarou que “os avan\u00e7os democr\u00e1ticos conquistados t\u00eam a vigorosa vigil\u00e2ncia do Congresso, que n\u00e3o permitir\u00e1 retrocessos”<\/p>\n

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