Os protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que ocorreram neste domingo (12) em v\u00e1rias cidades do pa\u00eds tiveram baixa ades\u00e3o de manifestantes.<\/p>\n
Os atos, que come\u00e7aram durante a manh\u00e3 e se estenderam pela tarde, pediam pelo impeachment de Bolsonaro e cobravam por mais vacinas contra a Covid-19. Sob o mote \u201cFora Bolsonaro\u201d, as movimenta\u00e7\u00f5es ocorreram em ao menos 10 capitais.<\/p>\n
Faixas de protesto levadas pelos manifestantes tamb\u00e9m mencionavam a alta de pre\u00e7os dos alimentos e da gasolina. Nas ruas, tamb\u00e9m foi poss\u00edvel observar padroniza\u00e7\u00f5es como o uso de vestimentas brancas e pedidos por uma \u201cterceira via\u201d para o pleito de 2022.<\/p>\n
As articula\u00e7\u00f5es em torno dos protestos deste domingo come\u00e7aram em paralelo \u00e0 organiza\u00e7\u00e3o das manifesta\u00e7\u00f5es de 7 de Setembro \u2013 que foram a favor de Bolsonaro e endossadas pelo presidente.<\/p>\n
Os protestos foram organizados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelos grupos Vem Pra Rua e Livres. A articula\u00e7\u00e3o atraiu o apoio de pol\u00edticos de direita, de centro e de esquerda, mas dividiu a oposi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
O Partido dos Trabalhadores (PT) e outras legendas de esquerda n\u00e3o aderiram aos protestos deste domingo e j\u00e1 organizam outros atos contra o governo. A dire\u00e7\u00e3o do PT anunciou uma manifesta\u00e7\u00e3o contra Bolsonaro para 2 de outubro.<\/p>\n
Na Avenida Paulista, em S\u00e3o Paulo, os manifestantes come\u00e7aram a se concentrar nas imedia\u00e7\u00f5es do Museu de Arte de S\u00e3o Paulo (Masp) \u00e0s 11h, e se dispersaram por volta das 18h30.<\/p>\n
Segundo um levantamento do Centro de Opera\u00e7\u00f5es da Pol\u00edcia Militar de S\u00e3o Paulo (Copom), aproximadamente 6 mil pessoas participaram da manifesta\u00e7\u00e3o na Paulista at\u00e9 o meio da tarde. Para o ato, a PM destacou 2 mil policiais do efetivo para refor\u00e7o no esquema de seguran\u00e7a na regi\u00e3o.<\/p>\n
Nos atos do 7 de Setembro, o Copom havia estimado a presen\u00e7a de 125 mil manifestantes pr\u00f3-Bolsonaro. Em termos comparativos, o p\u00fablico presente neste domingo representa pouco menos de 5% do total do ato governista.<\/p>\n
Al\u00e9m de l\u00edderes do MBL, como o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), participaram tamb\u00e9m outros nomes da pol\u00edtica, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS), os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ), Orlando Silva (PCdoB-SP) e Tabata Amaral (sem partido-SP), e Jo\u00e3o Amoedo, que foi candidato a presidente pelo Novo em 2018.<\/p>\n
O governador de S\u00e3o Paulo, Jo\u00e3o Doria (PSDB), confirmou presen\u00e7a de \u00faltima hora no ato e discursou brevemente. Para ele, o Brasil se transformou em um \u201cpa\u00eds isolado politicamente\u201d devido \u00e0s investidas de Bolsonaro contra l\u00edderes da China, Argentina, Alemanha e Estados Unidos. \u201cTemos que resgatar um pa\u00eds que tenha seriedade\u201d, opinou.<\/p>\n
O governador tamb\u00e9m elogiou a decis\u00e3o da executiva nacional do PSDB em classificar o partido como oposicionista ao governo federal. \u201cN\u00e3o h\u00e1 como ser neutro diante de um governo negacionista e incompetente\u201d, disse Doria.<\/p>\n
Ciro Gomes, candidato \u00e0 presid\u00eancia pelo PDT em 2018, compareceu ao evento paulistano e discursou sobre eventuais discord\u00e2ncias entre membros da oposi\u00e7\u00e3o a Bolsonaro.<\/p>\n
\u201c\u00c9 claro que temos olhares diferentes sobre o futuro do Brasil, mas o que nos re\u00fane, e \u00e9 o que deve reunir toda a na\u00e7\u00e3o civicamente sadia, \u00e9 a amea\u00e7a da morte da democracia e do poder da na\u00e7\u00e3o brasileira\u201d, afirmou Gomes.<\/p>\n
O ex-ministro da Sa\u00fade Luiz Henrique Mandetta (DEM), que deixou o governo nos primeiros meses da pandemia do coronav\u00edrus, voltou a criticar o presidente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s pol\u00edticas de combate \u00e0 crise sanit\u00e1ria.<\/p>\n
\u201cBolsonaro teve todos os poderes para coordenar a pandemia, deu maus exemplos e adiou o quanto pode a compra de vacinas porque tinha motiva\u00e7\u00f5es obscuras\u201d, disse o ex-ministro.<\/p>\n
Em Bras\u00edlia, o ato teve a participa\u00e7\u00e3o de aproximadamente 100 pessoas, que se concentraram pr\u00f3ximas \u00e0 Biblioteca Nacional. O grupo carregava faixas de apoio ao impeachment e com cobran\u00e7as para o presidente da C\u00e2mara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), analisar um dos pedidos protocolados contra Bolsonaro.<\/p>\n
No Rio de Janeiro, os manifestantes se concentraram em Copacabana, na zona sul, ao lado de um carro de som a partir das 10h. No come\u00e7o da tarde, por\u00e9m, o ato j\u00e1 havia sido encerrado.<\/p>\n
Os presentes utilizaram camisas brancas e pretas, al\u00e9m de empunharem bandeiras e cartazes. Um carro de som foi usado no protesto. O objetivo, segundo os organizadores, era a defesa a democracia. Al\u00e9m do apoio ao impeachment de Bolsonaro, havia tamb\u00e9m cobran\u00e7a por mais vacinas contra a Covid-19.<\/p>\n
Tanto em Bras\u00edlia como no Rio de Janeiro, a pol\u00edcia n\u00e3o divulgou informa\u00e7\u00f5es sobre a quantidade de pessoas que aderiram aos atos.<\/p>\n
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Em Salvador, Manaus e Belo Horizonte, as manifesta\u00e7\u00f5es aconteceram a partir das 8h, mas tamb\u00e9m j\u00e1 estavam dispersas no come\u00e7o da tarde.<\/p>\n
As cidades de Florian\u00f3polis, Curitiba, Porto Alegre, Goi\u00e2nia, S\u00e3o Lu\u00eds e Vit\u00f3ria tamb\u00e9m registraram opositores do governo nas ruas.<\/p>\n
Na capital mineira, o ato ficou concentrado na Pra\u00e7a da Liberdade, regi\u00e3o central, e foi encerrado por volta de 12h50. Manifestantes carregavam bandeiras de partidos pol\u00edticos e cartazes contra o governo, e um carro de som tamb\u00e9m esteve no local.<\/p>\n
Em Curitiba, os manifestantes se reuniram em uma regi\u00e3o da cidade nomeada de Boca Maldita e carregaram bandeiras contra o governo Bolsonaro. O ato durou entre as 15h e 17h.<\/p>\n
Em Porto Alegre (RS), o ato contr\u00e1rio ao governo come\u00e7ou por volta das 15h, na Avenida Goethe. Os movimentos sociais que aderiram ao protesto tinham lideran\u00e7as revezando para discursar em dois carros de som que foram colocados para a manifesta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul (PSDB), tamb\u00e9m compareceu \u00e0 manifesta\u00e7\u00e3o \u2013 definida por ele como \u201cato pela defesa da nossa democracia\u201d. Leite publicou fotos do momento nas redes sociais:<\/a><\/p>\n Participei na tarde de hoje dos atos pela defesa da nossa democracia em Porto Alegre. O Brasil precisa de mais ataque aos problemas e n\u00e3o de ataques \u00e0s pessoas e \u00e0s institui\u00e7\u00f5es. pic.twitter.com\/4oHnTfQj2X<\/a><\/p>\n — Eduardo Leite (@EduardoLeite_) September 12, 2021<\/a><\/p><\/blockquote>\n\n