Santa Catarina tem 16% de mulheres donas de neg\u00f3cios e figura entre os tr\u00eas Estados com o maior n\u00famero de empreendedoras do pa\u00eds, ao lado de Paran\u00e1 e Rond\u00f4nia, com a mesma porcentagem. Na contram\u00e3o, o \u00edndice de mulheres negras como propriet\u00e1rias \u00e9 13%.<\/p>\n

A pesquisa do Sebrae, feita a partir de dados da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios Cont\u00ednua, do IBGE) mostra que as mulheres empreendedoras representam 34%.<\/p>\n

Outro dado destacado aponta que 49% das empreendedoras catarinenses s\u00e3o chefes da casa. Segundo a pesquisa, a tend\u00eancia, a longo prazo, \u00e9 que esse n\u00famero aumente, o que deve reduzir a propor\u00e7\u00e3o de homens na mesma condi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u201cEsses dados demonstram que apesar de termos bons resultados, ainda precisamos ocupar mais espa\u00e7o no universo do empreendedorismo em Santa Catarina\u201d, destaca a gestora do programa Sebrae Delas Mulher de Neg\u00f3cios, Marina Barbieri. \u201cQueremos que este n\u00famero seja cada vez maior.\u201d<\/p>\n

Mulheres negras no comando<\/strong><\/h3>\n

Algumas situa\u00e7\u00f5es s\u00e3o ainda mais complicadas no empreendedorismo feminino. Entre as mulheres negras, os casos de discrimina\u00e7\u00e3o racial, mesmo que velados, s\u00e3o constantes no dia a dia, segundo a empres\u00e1ria Ijiol\u00e1 Motta.<\/p>\n

\u201cAl\u00e9m de enfrentar a discrimina\u00e7\u00e3o por ser mulher, eu sou uma mulher preta que diariamente se depara com a dificuldade de conseguir um financiamento, estar em alguns espa\u00e7os, ou simplesmente n\u00e3o ser convidada\u201d, afirma Ijiol\u00e1.<\/p>\n

Ela tamb\u00e9m relata como a discrimina\u00e7\u00e3o pode interferir no neg\u00f3cio de mulheres negras.<\/p>\n

\u201cEstava expondo em uma feira e tinha uma mulher preta vendendo turbantes afros, lindos, com uma banca bem apresentada. Na mesma feira tinha uma mo\u00e7a [branca], vendendo turbantes afro. Essa estava cheia, e a da mulher que estava ali representando sua cultura perdeu a vez\u201d, lamenta a empreendedora.<\/p>\n

Em rela\u00e7\u00e3o ao gerenciamento de carreira, Ijiol\u00e1 d\u00e1 dicas para que as coisas possam se equilibrar na vida das mulheres. \u201cN\u00e3o gerenciamos somente o lar. A mulher gerencia o seu neg\u00f3cio, seu lar e a vida da fam\u00edlia e dos amigos que precisam dela. Mulheres, n\u00e3o desistam, montem uma rede de apoio, um c\u00edrculo de mulheres empreendedoras ningu\u00e9m desmancha\u201d, opina.<\/p>\n

Dados nacionais<\/strong><\/h3>\n

Nos \u00faltimos tr\u00eas meses de 2021, o empreendedorismo feminino cresceu no pa\u00eds. Ap\u00f3s recuar para 8,6 milh\u00f5es no segundo trimestre de 2020, o n\u00famero de mulheres \u00e0 frente de um neg\u00f3cio fechou o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milh\u00f5es (mesmo resultado alcan\u00e7ado no \u00faltimo trimestre de 2019).<\/p>\n

O levantamento mostra que a participa\u00e7\u00e3o feminina entre os donos de neg\u00f3cios empregadores continua abaixo do per\u00edodo pr\u00e9-crise. No final de 2019 havia 1,3 milh\u00e3o de donas de empresas que contratavam empregados (o que representava 13,6% do total de empreendedoras).<\/p>\n

J\u00e1 no final do ano passado esse n\u00famero havia ca\u00eddo para 1,1 milh\u00e3o, ou seja,\u00a0 11,4% do universo. Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, as mulheres empreendedoras sofreram mais que os homens as perdas causadas pela crise pand\u00eamica.<\/p>\n

\u201cEmpresas lideradas por mulheres tiveram um impacto maior em termos de redu\u00e7\u00e3o de empreendedoras em atividade e uma recupera\u00e7\u00e3o mais lenta que a verificada entre os neg\u00f3cios dirigidos por homens.\u201d<\/p>\n

Ele explica que, \u201ccom as medidas de isolamento social, muitas empres\u00e1rias tiveram de encerrar suas atividades ou reduzir a opera\u00e7\u00e3o do neg\u00f3cio para dedicarem mais horas aos filhos e idosos\u201d.<\/p>\n

Confira os n\u00fameros da pesquisa<\/strong><\/h3>\n

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• Aumentou a propor\u00e7\u00e3o de mulheres que s\u00e3o \u201cconta pr\u00f3pria\u201d entre os 3\u00ba e 4\u00ba trimestres de 2021; varia\u00e7\u00e3o foi de 1,07 milh\u00e3o para 1,15 milh\u00e3o.<\/li>\n
• Aumentou a propor\u00e7\u00e3o de mulheres que s\u00e3o chefes de domic\u00edlio. Em 2019, elas eram 47% e, no \u00faltimo trimestre de 2021, representaram 49% do total.<\/li>\n
• 50% das mulheres donas de neg\u00f3cio e 28% est\u00e3o, respectivamente, nos setores de servi\u00e7os e com\u00e9rcio.<\/li>\n
• 35% dos homens donos de neg\u00f3cios e 21% est\u00e3o, respectivamente, nos setores de servi\u00e7os e constru\u00e7\u00e3o.<\/li>\n
• As mulheres empreendedoras t\u00eam um n\u00edvel de escolaridade maior que os homens. Entre elas, 68% t\u00eam ensino m\u00e9dio ou mais. Entre os homens, a propor\u00e7\u00e3o \u00e9 de 54%.<\/li>\n<\/ul>\n

  Foto: Ricardo Wolffenb\u00fcttel \/ nd +<\/em><\/h6>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

  Santa Catarina tem 16% de mulheres donas de neg\u00f3cios e figura entre os tr\u00eas Estados com o maior n\u00famero de empreendedoras do pa\u00eds, ao lado de Paran\u00e1 e Rond\u00f4nia, com a mesma porcentagem. Na contram\u00e3o, o \u00edndice de mulheres negras como propriet\u00e1rias \u00e9 13%. A pesquisa do Sebrae, feita a partir de dados da PNADC […]<\/p>\n","protected":false},"author":45,"featured_media":181987,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"footnotes":""},"categories":[12],"tags":[5],"acf":[],"yoast_head":"\n