O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu surpresa no resultado da infla\u00e7\u00e3o de mar\u00e7o. Segundo ele, o BC ainda vai analisar o n\u00famero e comunicar a avalia\u00e7\u00e3o da autoridade monet\u00e1ria sobre a press\u00e3o inflacion\u00e1ria.<\/p>\n

\u201cFoi uma surpresa que, curiosamente, se deu em v\u00e1rios pa\u00edses. Vamos analisar os fatores que est\u00e3o gerando essas surpresas inflacion\u00e1rias e vamos comunicar isso no momento mais apropriado\u201d, disse nesta segunda-feira (11), em evento promovido pela Arko e Traders Club.<\/p>\n

Ainda de acordo com ele, antes de novos movimentos da pol\u00edtica monet\u00e1ria, o BC est\u00e1 \u201csempre reaberto\u201d a analisar o cen\u00e1rio mais recente e como ele difere da avalia\u00e7\u00e3o anterior.<\/p>\n

Na avalia\u00e7\u00e3o dele, contudo, boa parte do movimento de alta de juros dos \u00faltimos meses ainda n\u00e3o foi sentido. \u201cAchamos que ainda vai ter forte impacto nos pr\u00f3ximos trimestres. Temos uma defasagem em rela\u00e7\u00e3o ao que foi feito\u201d, ponderou.<\/p>\n

Campos Neto destacou tamb\u00e9m o papel do c\u00e2mbio para amenizar a infla\u00e7\u00e3o de alimentos no Brasil. Na vis\u00e3o dele, a queda do D\u00f3lar e a aprecia\u00e7\u00e3o do Real seguraram e at\u00e9 reduziram o pre\u00e7o de gr\u00e3os internamente.<\/p>\n

\u201cQuando pegamos o pre\u00e7o de gr\u00e3os na moeda local, est\u00e1 est\u00e1vel ou caindo. O c\u00e2mbio mais que compensou esse movimento de commodities na parte de alimentos\u201d, comentou.<\/p>\n

Ele observou, no entanto, que na parte de combust\u00edveis o aumento de pre\u00e7os foi muito alto e a aprecia\u00e7\u00e3o da moeda local n\u00e3o foi suficiente. \u201cMais do que a surpresa do n\u00famero (IPCA) em si foi a acelera\u00e7\u00e3o da passagem do pre\u00e7o de gasolina para a bomba. Vimos com acelera\u00e7\u00e3o mais intensa\u201d, notou.<\/p>\n

Para o presidente do BC, nem todo mercado j\u00e1 atualizou as estimativas para o c\u00e2mbio. Tal revis\u00e3o pode afetar a expectativa de infla\u00e7\u00e3o para este e ano.<\/p>\n

Campos Neto explicou a desvaloriza\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar frente ao real por alguns fatores: surpresa fiscal positiva; um Banco Central mais proativo; a nova realidade de infla\u00e7\u00e3o mundial e a melhora opera\u00e7\u00e3o das empresas brasileiras em um ambiente com infla\u00e7\u00e3o mais alta; estabiliza\u00e7\u00e3o e oportunidade de investimentos no Brasil.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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