Cerca de 200 manifestantes se reuniram no final da tarde desta ter\u00e7a-feira (21) em favor da prote\u00e7\u00e3o da crian\u00e7a que foi impedida de parar a gesta\u00e7\u00e3o, ap\u00f3s ser v\u00edtima de estupro. O protesto aconteceu em frente ao Ticen (Terminal de Integra\u00e7\u00e3o do Centro), \u00e0s 18h.<\/p>\n
De acordo com a organiza\u00e7\u00e3o do evento, cerca de 200 pessoas participaram do ato. A movimenta\u00e7\u00e3o foi chamada pela Frente Catarinense pela Descriminaliza\u00e7\u00e3o e Legaliza\u00e7\u00e3o do Aborto e Coletivo 8M.<\/p>\n
Segundo a organiza\u00e7\u00e3o, a manifesta\u00e7\u00e3o foi feita ap\u00f3s reuni\u00e3o entre os dois coletivos para \u201cunir pessoas que estavam indignadas com a situa\u00e7\u00e3o\u201d e para que \u201cisso n\u00e3o passasse em branco\u201d.<\/p>\n
Um dos objetivos da manifesta\u00e7\u00e3o, anunciado nos autofalantes, era pedir que a crian\u00e7a possa realizar o aborto e seja garantida a \u201cprote\u00e7\u00e3o do Estado\u201d.<\/p>\n
Uma menina de 11 anos que engravidou v\u00edtima de um estupro foi impedida pela Justi\u00e7a de realizar o aborto legal em Santa Catarina. O caso aconteceu na cidade de Tijucas, na Grande Florian\u00f3polis, e veio \u00e0 tona ap\u00f3s uma reportagem publicada nesta segunda-feira (20) pelo Portal Catarinas em parceria com o Intercept Brasil.<\/p>\n
A menina, ent\u00e3o com dez anos, descobriu a gravidez na 22\u00aa semana de gesta\u00e7\u00e3o e foi levada pela m\u00e3e ao HU, ligado \u00e0 UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). No entanto, a equipe m\u00e9dica se recusou a realizar o aborto, pois o procedimento s\u00f3 \u00e9 feito sem consentimento judicial at\u00e9 a 20\u00aa semana de gesta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
A promotora Mirela Dutra Alberton, lotada na 2\u00aa Promotoria de Justi\u00e7a do munic\u00edpio de Tijucas, ajuizou uma a\u00e7\u00e3o cautelar pedindo o acolhimento institucional da menina, onde deveria \u201cpermanecer at\u00e9 verificar-se que n\u00e3o se encontra mais em situa\u00e7\u00e3o de risco [de viol\u00eancia sexual] e possa retornar para a fam\u00edlia natural\u201d.<\/p>\n
Al\u00e9m disso, a ju\u00edza Joana Ribeiro Zimmer concedeu medida protetiva em que compara a prote\u00e7\u00e3o da sa\u00fade da menina \u00e0 prote\u00e7\u00e3o do feto. Em audi\u00eancia realizada no dia 9 de maio, tanto a promotora quanto a ju\u00edza tentaram induzir a menina a manter a gravidez, segundo v\u00eddeo obtido com exclusividade pela reportagem do Portal Catarinas. \u201cVoc\u00ea suportaria ficar mais um pouquinho?\u201d, questiona a magistrada.<\/p>\n
A crian\u00e7a foi encaminhada a um abrigo, onde ficou por mais de um m\u00eas, at\u00e9 o fim da manh\u00e3 desta ter\u00e7a-feira (21), quando a Justi\u00e7a de Santa Catarina determinou que ela poderia deixar o abrigo e voltar a ficar com a m\u00e3e.<\/p>\n
Em nota, o TJSC (Tribunal de Justi\u00e7a de Santa Catarina) tamb\u00e9m informou que a Corregedoria-Geral do \u00f3rg\u00e3o investiga o caso.<\/p>\n