Uma crian\u00e7a de dois anos e quatro meses morreu no Hospital Infantil Joana de Gusm\u00e3o, em Florian\u00f3polis, na madrugada desta segunda-feira (11). Ela aguardava por um leito de UTI pedi\u00e1trica em decorr\u00eancia de um quadro grave de pneumonia.<\/p>\n
Segundo o relato ao ND+ de uma profissional de sa\u00fade da unidade hospitalar que prefere n\u00e3o se identificar, o quadro da crian\u00e7a se agravou devido \u00e0 espera na emerg\u00eancia por um leito de UTI na unidade.<\/p>\n
A profissional afirmou que a morte da crian\u00e7a provocou como\u00e7\u00e3o entre os profissionais de sa\u00fade que trabalham no hospital. Bettina Syendebak de Souza teve sua morte confirmada pela SES (Secretaria do Estado da Sa\u00fade) na tarde desta ter\u00e7a-feira (12).<\/p>\n
\u201cA equipe toda estava chorando muito. \u00c9 dif\u00edcil e muito triste. Estamos perdendo as crian\u00e7as\u201d, lamentou.<\/p>\n
Segundo a profissional, a fam\u00edlia de Bettina a teria levado por quatro vezes em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Palho\u00e7a, na Grande Florian\u00f3polis. Diante do quadro da menina, a fam\u00edlia a levou para o Hospital Infantil Joana de Gusm\u00e3o, onde aguardava na emerg\u00eancia por\u00a0 uma vaga na UTI.<\/p>\n
J\u00e1 a SES afirma que \u201ca paciente chegou \u00e0 unidade de sa\u00fade em estado demasiadamente agravado, sendo que a equipe prestou todo o atendimento poss\u00edvel\u201d.<\/p>\n
Segundo a agente de sa\u00fade, o laudo da crian\u00e7a constava pneumonia. Ao ser internada, no domingo (10), ela tamb\u00e9m foi enquadrada como caso suspeito de Covid-19.<\/p>\n
A profissional declarou, ainda, que o Hospital Joana de Gusm\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 oferecendo servi\u00e7o de psicologia ou assist\u00eancia social. De acordo com esta publica\u00e7\u00e3o do Hospital SOS Cardio, a atua\u00e7\u00e3o da psicologia hospitalar deve acontecer devido \u00e0 import\u00e2ncia da dimens\u00e3o psicol\u00f3gica no processo de adoecimento.<\/p>\n
\u201cTais experi\u00eancias costumam vir acompanhadas de impactos emocionais a pacientes e familiares. Assim, acabam tendo implica\u00e7\u00f5es na rotina hospitalar, na comunica\u00e7\u00e3o com as equipes de sa\u00fade e na recupera\u00e7\u00e3o propriamente dita\u201d, defende a publica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Sobre a oferta, ou n\u00e3o, do servi\u00e7o de psicologia na unidade hospitalar, at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o da reportagem, a SES n\u00e3o emitiu resposta. O espa\u00e7o segue aberto.<\/p>\n
Segundo a profissional, uma den\u00fancia an\u00f4nima sobre o foi feita ao Minist\u00e9rio P\u00fablico de Santa Catarina e na ouvidoria da SES.<\/p>\n
De acordo com a SES, tr\u00eas pacientes aguardam por leito pedi\u00e1trico no Estado. Eles t\u00eam at\u00e9 13 anos de idade. Aqueles que esperam por leito de UTI adulto t\u00eam mais de 14 anos.<\/p>\n
\u201cA Secretaria de Estado da Sa\u00fade se solidariza com a fam\u00edlia da crian\u00e7a que veio a \u00f3bito no Hospital Infantil Joana de Gusm\u00e3o e informa que a paciente chegou \u00e0 unidade de sa\u00fade em estado demasiadamente agravado, sendo que a equipe prestou todo o atendimento poss\u00edvel. Por conta da condi\u00e7\u00e3o cl\u00ednica, a crian\u00e7a foi conduzida diretamente ao atendimento de sala vermelha e, apesar dos esfor\u00e7os, evoluiu para o \u00f3bito rapidamente\u201d.<\/p>\n