Alta da gasolina provoca caçada ao ‘kit gás’ em SC e Uber sobe preço de corrida

kit gás

A alta de 18,8% do preço da gasolina provocou uma verdadeira caçada ao chamado “kit gás”, para a instalação do GNV (Gás Natural Veicular) em Santa Catarina.

A loja Fort Convertedora GNV, de São José, na Grande Florianópolis, informou que 200 pessoas acima do esperado procuraram a empresa na última semana para realizar um orçamento. “E a tendência é que isso continue”, diz o gerente da loja, Alex Monteiro.

O proprietário da Trex GNV, Thiago Schultz, de Palhoça, disse que a procura pelo kit aumentou dez vezes. “Em janeiro e fevereiro foram os piores meses devido à inflação. Eram cinco orçamentos por semana. Já na última foram 50.” Assim, ele reafirma que a busca deve continuar crescendo.

Em Braço do Norte, no Sul catarinense, a situação se repete. O presidente na Associação das Convertedoras de Gás Natural e proprietário da Tecnogás Soluções Automotivas GNV, Layonn Volpato, disse que apenas nos últimos cinco dias houve um aumento de 20% a 30% da procura por instalações do kit gás.

O efeito cascata pôde ser sentido também nas corridas por aplicativo. A Uber anunciou um reajuste temporário de 6,5% nos preços, que será aplicado nas viagens a partir desta semana.

Segundo a empresa, “serão investidos cerca de R$ 100 milhões no Brasil nas próximas semanas para o aumento nos ganhos e redução dos custos dos nossos parceiros”. A empresa, no entanto, não informa a porcentagem que será repassada aos motoristas.

Rumores sobre greve dos caminhoneiros

Na última semana os rumores sobre uma possível paralisação dos caminhoneiros reverberaram no Estado. Além do aumento da gasolina e do gás de cozinha, a alta do diesel foi de 24,9% nas refinarias.

Segundo o presidente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Navegantes e Região), Vanderlei de Oliveira, o novo reajuste ainda não foi sentido no bolso dos caminhoneiros, por isso não há nada que sinalize para uma paralisação agora.

“A conversa que se tem neste momento é de unir toda a sociedade para um eventual uma manifestação nacional. Não apenas os caminhoneiros mas todos os atingidos que vão sofrer com os reajustes: taxistas, mototaxistas, Uber, entregadores, donas de casa e a população em geral”, aponta o presidente.

Ele afirma ainda que para ter um movimento desta magnitude é preciso apoio dos que protestaram em 2015 e 2018, “mas essas pessoas estão adormecidas, infelizmente”, lamenta.

Medidas podem frear alta

Em outros Estados caminhoneiros mostraram revolta com o aumento. Centenas de motoristas fecharam parcialmente um trecho da BR-116 em Feira de Santana, a maior do interior da Bahia, na tarde da última sexta-feira (11). O Portal R7 informou que eles afirmam que estão pagando cerca de R$ 7,30 o litro, o que seria um dos maiores valores do país, segundo o grupo.

Conforme o presidente da Fetrancesc (Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina), Ari Rabaiolli, motoristas autônomos disseram que iriam parar seus veículos nos pátios porque não conseguiriam rodar com diesel “praticamente 25%” mais caro.

Mas o presidente da Fetrancesc é otimista quanto às medidas anunciadas pelo governo federal. Na noite de sexta foi sancionada um projeto que zera os tributos federais sobre o diesel até o fim deste ano e determina alíquota única no ICMS de combustíveis.

Dessa forma, reduziria o preço do combustível em R$ 0,33 por litro, segundo estudos do Ministério da Economia.

No sábado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também não descartou adotar novas medidas para conter o aumento dos combustíveis.

“O preço do reajuste por litro estava em torno de R$ 0,90 e com essas medidas do governo federal cai para R$ 0,30. Acredito que os próprios caminhoneiros vão aguardar essas reduções acontecerem para acalmarem os ânimos. Mas de um modo geral não acreditamos em paralisações, por enquanto”, finaliza.

Informações nd+