Bolsonaro diz que fez ‘apelo’ a donos de supermercados para controlar preços de produtos básicos

Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar nesta terça-feira que tem “apelado” a donos supermercados para controlar o preço de produtos básicos, entre eles o arroz, produto que vem sofrendo com aumento de preço e pode ser encontrado até 80% mais caro em alguns supermercados.

— Eu tenho apelado para eles. Ninguém vai usar caneta Bic para tabelar nada, não existe tabelamento, mas estou pedido para eles que o lucro desses produtos essenciais no supermercado seja próximo de zero — comentou.

A declaração foi dada em reunião com médicos defensores do uso da hidroxicloroquina no tratamento precoce do novo coronavírus, apesar de não haver comprovação cientítfica da eficácia do remédio contra a Covid-19.

Na sexta-feira passada, em Eldorado (SP), o presidente afirmou que está conversando com intermediários e com representantes de grandes redes de supermercados para tentar evitar uma alta maior nos preços dos produtos da cesta básica. Ele disse que estava pedindo “patriotismo” dos empresários para reduzir a margem de lucro.

O preço de produtos como arroz e feijão têm sido motivo de queixas constantes nas redes sociais do presidente, especialmente relacionadas à decisão do governo de reduzir para R$ 300 o  auxílio emergencial que será pago até dezembro.

Durante a conversa desta terça, o presidente criticou medidas de isolamento e disse que, caso os produtores rurais tivessem deixado de trabalhar, faltaria comida hoje no Brasil.

— No começo foi aquela história de ‘fica em casa, a economia a gente vê depois’. Imaginemos se o pessoal do campo tivesse ficado em casa? Hoje não teria… O arroz, sei que tá caro, óleo de soja subiu, sei disso, mas nem teriamos isso para comer. E um povo com fome é um povo que não tem razão — afirmou.

Bolsonaro afirmou que acredita que a nova safra, no fim do ano, deve reduzir os valores desses ítens e que os ministérios da Economia e da Agricultura estão tomando medidas para controlar os preços que “dispararam nos supermercados”. O presidente, no entanto, não mencionou quais medidas seriam essas.