
O último sábado (26) movimentou um grupo de pessoas na Praça da Paz em razão do feminicídio contra Josieli Lopes, que foi envenenada pelo marido causando a morte da mulher e do filho do casal de apenas 1 mês de vida.
A manifestação pacífica, com distanciamento e uso de máscaras pelas participantes foi realizada para trazer a reflexão do problema causado pelo machismo, que em tantas vezes resultam em mortes e variadas formas de agressão. Vale ressaltar que feminicídio é o nome dado ao homicídio proposital a uma mulher por razões ligadas ao fato dela ser uma mulher, como em casos de crimes passionais.
O grupo composto por mulheres que pediam justiça por Josieli reuniu também lideranças de instituições da região que trabalham pela garantia de direitos sociais, Movimento Mulheres do Litoral, Associação Flor de Lis, Instituto Araxá e Instituto Inarru.
O machismo estrutural nosso de cada dia
O feminicídio é o último degrau do machismo, afinal depois de uma mulher morta não há mais como agredí-la. No entanto para chegar até o último, muitos degraus foram subidos e a mulher passou por várias agressões. E elas estão presentes no dia-a-dia e são muito mais comuns do que se pode imaginar.
O machismo pode estar presente de diversas formas, em relações abusivas, justificado por piadas, por crenças religiosas, pela diferença da natureza biológica entre homens e mulheres. E assim as relações pessoais, crenças e educação familiar são externadas na sociedade levando à morte cerca de 13 mulheres diariamente no Brasil, pela razão de terem nascido mulheres.
Movimentos como este realizado no sábado, trazem à luz a importância de se falar sobre este crime hediondo, promovem a reflexão a respeito do assunto e fortalece a luta pela defesa dos direitos das mulheres.
“A violência contra mulheres é uma construção social, resultado da desigualdade de força nas relações de poder entre homens e mulheres. É criada nas relações sociais e reproduzida pela sociedade” disse Nadine Gasman, porta-voz da ONU mulheres no Brasil.
Reportagem: Instituto Araxá – Projeto Sua Causa, Nossa Causa.