A primeira semana de maio vem sendo marcada por intensas chuvas em todo o Estado e a previsão é que continue assim pelo menos até a quinta-feira (5).
Entre esta terça-feira (3) e manhã de quinta, a formação de um ciclone extratropical na costa do Sul do Brasil segue favorecendo condições para chuva intensa e volumosa.
A chuva segue persistente, principalmente, entre o Planalto Sul, Grande Florianópolis e Litoral Sul. Nestas áreas o risco é muito alto para ocorrências associadas à chuva intensa e volumosa, como vendavais, alagamentos, enxurradas, deslizamentos e inundações.
Em consequência da persistência da chuva, os acumulados no período ainda podem ultrapassar os 250 mm no Litoral Sul, entre 100 mm e 150 mm na Grande Florianópolis, Planalto Sul e parte do Alto Vale do Itajaí, entre 50 mm e 100 no Oeste, Meio-Oeste, Baixo e Médio Vale do Itajaí.
Nas áreas em laranja do mapa abaixo o risco é alto para ocorrências associadas às chuvas intensas e em amarelo, é moderado.
Veja o mapa:
Diversas regiões do Estado já vêm contabilizando prejuízos por conta das fortes chuvas. Na Grande Florianópolis houve deslizamentos de terras e alagamentos.
Em Herval d’Oeste, no Meio-Oeste, um deslizamento de terra atingiu uma casa e interditou outras duas residências.
Rajadas de vento
A atuação do ciclone extratropical entre o Litoral de SC e Rio Grande do Sul favorece a ocorrência de vento de moderada a forte intensidade e rajadas fortes no Litoral e áreas próximas.
Pontualmente, nas áreas costeiras e Planalto Sul, as rajadas podem ultrapassar os 85 km/h. Logo, o risco é alto para ocorrências relacionadas às fortes rajadas nas áreas em laranja do mapa abaixo.
Já em parte do Oeste são esperadas rajadas de intensidade moderada ao longo da terça, com risco moderado (áreas em amarelo) para ocorrências associadas às rajadas de vento. Nas demais áreas, o risco é baixo.
Mar grosso e risco de ressaca
Há ainda condição de mar grosso e risco de ressaca no Litoral catarinense. As ondas ficam com direção Sudeste/Leste em todo o Litoral. No Litoral Sul, as ondas têm altura entre 3,5 metros e 4 metros e picos de até 4,5 m.
Na Grande Florianópolis, entre 2 m e 4 m e nas demais áreas litorâneas, entre 2 m e 3 m. O risco para ocorrências associadas à agitação marítima e à ressaca é moderado a muito alto ao longo de toda a costa catarinense.
Por conta disso, a Defesa Civil de Santa Catarina recomenda evitar a navegação e a atividade de pesca. O cenário é de perigo para qualquer embarcação.
A Defesa Civil divulgou ainda um aviso para alagamentos costeiros associados à maré alta entre quarta e quinta, entre a Grande Florianópolis e o Litoral Sul, devido à combinação das marés astronômica e meteorológica.
Os horários dos picos da maré astronômica são mostrados na tabela abaixo, que apresentam os momentos de máxima elevação, os locais.
Inundações em rios
Devido aos grandes volumes de chuva registrados nas últimas horas, houve um aumento significativo nos níveis dos rios.
O cenário indica nível de alerta para inundação, com destaque para as regiões do Litoral Sul, Planalto Sul, sobretudo, para a Bacia do Rio Tubarão, Oeste e Meio-Oeste.
Há risco de inundações em todas as regiões do Estado, principalmente, em rios menores córregos e riachos.
O rio do Peixe, no Meio-Oeste do Estado, subiu de nível e transbordou invadindo parte da SC-453, no Km 60, próximo ao trevo da Pedreira Triângulo, no trecho entre as cidades de Luzerna e Ibicaré.
Municípios do Sul do Estado também estão em situação de alerta devido à elevação do nível de rios, que provocado uma série de estragos.
O Rio Tubarão, por exemplo, subiu cerca de três metros nas últimas 24 horas. Uma máquina que realizava obras ao seu entorno chegou a ser tragada.
Quase 200 mm no sul de SC
Nas últimas 72 horas, entre a manhã de sábado (30) e esta manhã, os totais de chuva passaram de 100 mm em boa parte das estações de Santa Catarina monitoradas na Epagri/Ciram, localizadas no sul do Estado.
O acumulado de precipitação nesse período ficou próximo de 200 mm em São Joaquim e Siderópolis, e de 180 mm em Urussanga e Timbé do Sul.
Nas áreas do Extremo Oeste ao Meio-Oeste catarinense, os totais de chuva ficaram entre 70 e 130 mm, enquanto na região da Grande Florianópolis, em torno de 100 mm.
A maior parte da chuva registrada em SC, nesses últimos dias, ocorreu em 24 horas, entre a manhã da segunda-feira (2) e a manhã de terça, associada a um cavado (área de baixa pressão) e da circulação de ventos no mar favorecendo o transporte de umidade para o sul catarinense.
Melhora no tempo
A Epagri/Ciram informou que o tempo deve “virar” a partir de quinta-feira. O ciclone extratropical se afasta para o alto mar e uma massa de ar frio e seco deve limpar o tempo.
Além disso, as temperaturas devem cair ainda mais na sexta-feira (6) e no final de semana. Há também previsão de geada.
Por nd+
