Cresce busca por meditação e fitoterapia na pandemia, diz estudo da Fiocruz

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Se você fez uso de alguma Prática Integrativa e Complementar (PIC) — a exemplo do yoga e da fitoterapia — durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19, não foi o único: 61,7% dos brasileiros entrevistados pela pesquisa PICCovid – Uso de Práticas Integrativas e Complementares no Contexto da Covid-19 em 2020 também o fizeram. Em um período marcado pelo isolamento social, 25% deles aderiram não somente a uma, mas a um conjunto de quatro ou mais modalidades.

O estudo, cujos resultados preliminares foram divulgados nesta quinta-feira (29), avaliou como as 29 PICs reconhecidas e ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006 — e outras práticas terapêuticas — foram utilizadas entre 12.136 adultos, que responderam a um inquérito online entre agosto e dezembro do ano passado.

Considerado o levantamento mais abrangente sobre as PICs realizado no Brasil até o momento, a investigação foi uma parceria entre pesquisadores do Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase), no Rio de Janeiro.

A pesquisa revela que o principal motivo responsável por atrair os brasileiros para a adoção de alguma prática integrativa em 2020 foi a busca pela promoção do próprio bem estar  (81%), enquanto 15% dos entrevistados utilizaram os recursos para ajudar no tratamento de alguma doença crônica durante o período — como ansiedade e dores na coluna.

“Trata-se de uma proporção expressiva, acima do revelado em pesquisas anteriores e, sobretudo, indicativa da ampliação do autocuidado, que pode ter sido estimulado pelo isolamento social e busca de alternativas para aliviar o estresse”, avalia Cristiano Siqueira Boccolini, pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde (LIS) do Icict e coordenador do estudo, em boletim.

As plantas medicinais e a fitoterapia (28%) dividiram o pódio das práticas mais utilizadas ao longo do ano passado com a meditação (28%). O ranking dos 10 primeiros segue com o reiki (21%), a aromaterapia (16%), a homeopatia (14%), a terapia de florais (14%), o yoga (13%), a apiterapia (11%), a imposição de mãos (10%) e a medicina tradicional chinesa/acupuntura (7%).